quinta-feira, 2 de junho de 2016

Participar da política ou não?

Marcelo Silles
Assistente Social

A maioria das pessoas não quer participar da política. Mas uma grande maioria quer gozar dos ônus e benefícios públicos que a mesma proporciona. Eis que surge a incógnita: seria justo quem não luta e não sua a camisa, ter os mesmos tratamentos benéficos daqueles que vigoram na linha de frente?

Um grande número de pessoas que se consideram cidadãos, reclamam dos políticos, dizem que política não presta, não vale nada que é tudo farinha do mesmo saco. Mas a verdade que deve ser dita é: eu fui em fulano pedir uma ajuda e fulano me negou. Portanto, todos querem ganhar algo, não estão interessados no bem comum.

Desfrutam de conquistas que sequer ajudaram a conquistar. Querem exigir, mas sequer tiraram suas nádegas do sofá, saíram da cama, de seus confortos de sábados e domingos para fortalecer numa campanha de reajustes de melhores salários, por uma saúde melhor, por uma educação melhor, numa reunião de Associação de Bairro, procurar identificar realmente quem está comprometido com a coisa pública, com o bem público, em prol do bem comum, nunca procuraram participar de nada, sempre viveram a favor de ajudas, pedidos.

Nunca passou pela mente saber como realmente funciona, o sistema, o esquema, procurar saber pelo menos o básico. Na minha humilde opinião, essas pessoas que são contra a política e nojo de políticos, não contribuem absolutamente em nada para o crescimento da nação, não participam de nada, sanguessugas, verdadeiros pairas, procuram sempre desfrutar daquilo que nunca se deram ao trabalho, à custa da luta de outros.

Dizem, político é isso, político é aquilo. Ficar em esquina cochichando, criticando e não fazer nada, não ajuda em nada. Ficar na casa da vizinha, no portão, na calçada, criticando, cochichando e não fazer nada, não ajuda em nada. As pessoas não declinam, não se valorizam, querem tudo na mão. Se fulano ajuda, fulano me ajuda, fulano é bão. Se fulano não me ajuda, fulano é ruim. A pessoa pensa nela, somente nela. Em vez de pensar nela e no coletivo, não, quer somente para ela e que se dane o outro, mas o fulano que a ajudou é bão.

Mas o engraçado é que essas pessoas odeiam política e odeiam os políticos. Mas nessa época são os primeiros a pedirem ou a dizerem “só voto em candidato se o candidato me der algo”. O problema não é se favorecer, mas o se favorecer e não pensar no coletivo é o que essas pessoas não fazem. Não tem espírito comunitário, participativo, de colaboração, de doação. Tudo bem querer algo em troca, faz parte da natureza. Mas em colaborar com algo, sentir-se parte de algo, participar, isso nem pensar, cansa muito. Sem esse pensamento continuam idênticas aos mesmos aos quais criticam.

E a incógnita continua no ar: seria justo quem não luta e não sua a camisa, ter os mesmos tratamentos benéficos daqueles que vigoram na linha de frente?

Deixo contigo, análise, colaboração e a resposta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário