segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A FALÁCIA QUE OS AFRICANOS VENDIAM SEUS IRMÃOS DURANTE A ÉPOCA DO TRAFICO NEGREIRO


As pessoas têm uma percepção quase de ficção científica sobre o tráfico negreiro Atlântico, mas esta falsificação é propositada para colocar os bantus e os africanos em geral em baixo e de alguma forma evitar que se peça algum tipo de compensação pela escravatura sofrida pelos africanos descendentes de escravos.
Para tal eles criaram a famosa falacia que os bantus vendiam seus irmãos. O pior é que esta ideia tornou-se tão aceite no mundo inclusive pelos bantus, que os brancos que se beneficiaram do trabalho árduo destes escravos e seus descendentes até hoje estão a rir atoa enquanto descendentes dos bantus nas Américas ficam ressentidos dos seus irmãos em África.
Na actual conjuntura mundial, existem regras que parece que são aplicadas apenas aos brancos e asiáticos, porque quando se trata dos Africanos, parece que as pessoas ficam com amnésia e estas regras magicamente desaparecem, um dos exemplos é a ideia que as actuais pessoas não devem pagar pelos erros dos seus antepassados. Muitos brancos dizem epa não fui eu que escravizei você foi meu avo/tataravó logo vc não pode me cobrar uma indemnização. Mas a verdade é que os índios americanos e principalmente os judeus foram e continuam a ser indemnizados por algo que foram feitos no passado por ascendentes dos actuais americanos e alemãs.A falacia de vender irmãos visa afastar de alguma forma esta responsabilidade de indemnizar os descendentes dos escravos.
O que estamos a dizer relativamente a falecias dos bantus é o seguinte, quando nós abrimos os livros de história e lemos as lutas entre os franceses e ingleses, os vikings massacrando os bretões, os ramanos delicerando crianças gaulesas ninguém olha e diz, porra olhem esses irmãos brancos se matando, inclusive actualmente nós estamos assistindo uma disputa claramente tribalismo na Ucrânia, mas ninguém está a dizer olha estes brancos lutando contra brancos, olhem estes irmãos de cor se fatigando, ninguém diz, -Porque estes brancos estão a lutar, afinal são brancos fazem parte da irmandade branca?
Mas por alguma razão magica esta lógica pode se aplicar ao tráfico negreiro, e ouvimos pessoas, inclusive bantus e africanos a dizer, olhem estes bantus vendendo outros bantus, como é possível isso, gente sem união?
Esta ideia é repetida toda hora como uma espécie de triunfo, na realidade é mesmo um triunfo que os brancos usam para fugir a responsabilidade económica que têm com os escravos que durante gerações trabalharam nas suas plantações de forma gratuita e sob condições desumanas.
A verdade é as pessoas que usam isso como trunfo e principalmente os africanos que aceitam esta ideia absurda não tem a noção de como historicamente estão a ser verdadeiros estúpidos, principalmente os bantus africanos.
Você não pode pegar numa ideia de pan africanismo que surgiu no princípio no século 18 e se espalhou no século 20 e transporta-la magicamente no século 15, tal como você não pode pegar na ideia de Europa como comunidade europeia, povo comum e aplica-lo aos vikings é simplesmente absurdo e estúpido.
As pessoas naquele tempo tinham seus reinos e suas etnias próprias, até hoje muitos ainda dão mais valor a sua etnia do que a estes países fabricados pelos colonos, África é um continente com mais diversidade cultural e étnica do mundo.
As pessoas têm que entender que esta noção de raça negra, quem inventou foram os europeus, antigamente antes dos brancos catalogarem as pessoas assim, os africanos se identificavam pelo seu país e etnia e não pela cor da pele.
Os povos tinham maneiras diferentes de vestir, tinham espiritualidade diferente e falavam línguas diferentes, porque raios eles iriam consideram-se irmãos da cor no estilo black power do século 20.
Antes dos europeus chegarem em África já havia varias civilizações e países organizados que as vezes lutavam entre si, como aconteceu e ainda acontece com qualquer civilização humana, assim quando os portugueses chegaram nas costas africanas e disseram «oi, tudo bem, sabe nós querem comprar alguns escravos você não tem por acaso uns homens que poderias me vender?» Assim os fulanis que estavam em guerra com os mandigo durante anos pensa, «hum já sei, vou começar a vender estes mandigos que estou em guerra a anos, nunca mais vou ter contacto com o mesmo e vou enfraquecer seu reino e finalmente vou poder dormir em paz.
Antes mesmo que começas a gritar, «mas ele vendeu outro negro», volto a repetir, ele não vendeu outro fulani, ele vendeu um mandingo, lembra do que disse acima, as pessoas não tinham o conceito de raça que agora temos, para ele o seu irmão era o outro fulani e não todos os bantus do planeta terra.
Este mesmo tipo de princípio é que os romanos aplicavam, se você assistiu a serie sparta, você reparou que os romanos não vendiam outros romanos, eles vendiam outros brancos de outras etnias e estados. Quando um gladiador ou uma pessoa se tornava cidadão romano ele não podia ser tratado ou vendido como escravo porque ele passava a ser um cidadão romano, ele não podia ser vendido como escravo, não porque era branco, mas porque era romano.
Outro erro que muitas pessoas têm, é que os brancos desceram dos seus barcos e saíram africa adentro a caçar bantus como se fossem pacaças, eles não conheciam o território, e também eles não tinham um sistema imunológico preparado para o continente.

No princípio os portugueses até tentaram esta táctica com o império do Mali, eles chegaram e fizeram uns raids na costa do Mali, o que os portugueses não sabiam é que o Mali era um dos estados mais poderoso do mundo na altura e levaram uma tremenda surra, a surra foi tanta que o rei de Portugal despachou uma comitiva para negociar paz com o império do Mali e estabelecer um tratado comercial, a que na escola não te ensinaram isso né?
Quando os africanos não estavam em guerra era um período desesperador para os europeus, porque normalmente apenas as pessoas que ficavam escravos por castigo, a escravidão naquela época também era um forma de pena judicial é que podiam ser vendidas.
Perante esta situação os europeus fomentavam guerras entre os estados africanos. Contratavam pessoas disfarçadas como cidadãos de outro reino ou aldeia para raptar ou matar pessoas de outro reino ou aldeia para iniciar conflitos, as vezes contratavam mercenários africanos para fazer raid nas outras aldeias, as vezes raptavam os príncipes e os filhos dos líderes tribais e mandavam eles fazer raids caso contrário matavam ou vendiam o familiar, outras vezes fomentavam a prática de actos criminosos entre a juventude dos reinos para poderem ser condenados com a pena de escravatura. São estes aspectos negativos que nós os bantus falamos, se fosse apenas o estar na costa a espera dos escravos e comprar tudo bem, mas a realidade é que apesar que terem sido os africanos que faziam as guerras e tinham os cativos por trás eram os europeus que fomentavam e desestabilizavam a região, como fazem até hoje.
Inclusive o rei do congo perante esta situação proibiu o comercio de escravo sem que ele desse a sua autorização em cada transacção e escreveu uma carta protesto contra o rei de Portugal sobre estas atitudes traiçoeiras dos portugueses. Inclusive os traficantes portugueses que incluíam bispos e padres tentaram mataram o sujeito.

Mas nem tudo foi culpa dos europeus, muitos reis africanos tornaram-se autênticos seres avarentos que só pensavam em fazer dinheiro, inclusive muitos reis africanos sem escrúpulos chegaram ao ponto de terem mulheres que sua função era seduzir jovens para posteriormente acusa-los do crime de adultério e os vender como escravo, s vezes eles próprios começavam as guerras sem razão alguma, já que não podiam vender seus familiares então faziam guerras para conseguir cativos, em todas sociedades temos os nossos patifes.
Só que no final foram os próprios reinos que acabaram por pagar o preço, porque enfraqueceram seu poderio militar devido a ambição de muitos reinos que após caíram na espiral montada pelos europeus já se tornou tarde sair dela. Quando tentaram reagir já era tarde porque não tinham força militar necessária de pois de tanta guerras travadas por que causa da ambição de alguns reis.
Com este texto quis apenas dizer que era muito raro entre todos os reinos africanos um tipo vender o seu irmão de sangue ou do mesmo reino aos europeus como muitos eurocentristas tentam fazer acreditar.

Nenhum rei era tonto o suficiente de enfraquecer seu próprio reino, basta usar a cabeça, coisa que pouca gente gosta de fazer, se um rei se pusesse a vender todos os seus cidadãos ele acabaria por enfraquecer a económica, o comércio e a estrutura militar do seu reino. As pessoas acham realmente que a estrutura familiar de um povo iria ficar intacta se as pessoas ficassem a vender seus familiares?
Como disse temos que ser coerentes quando fazemos análises sobre acontecimentos históricos, muitos bantus caem facilmente nas armadilhas mentais que os euro-centristas aplicam, os viking quando vendiam os escravos brancos, os romanos quando vendiam os escravos gauleses eles não estavam a vender seus irmãos «seus irmãos de raça yo, arianos forever!» naquela altura não havia essas porras de hoje de raça negra, raça branca e tal. Estes são conceitos novos e aplica-los em época do passado é de uma burrice extrema.
Texto adaptado de Home team history
Autor:Nasser