sexta-feira, 19 de junho de 2015

A ÁFRICA SOFRE PELA COVARDIA DOS SEUS INTELECTUAIS!


Por Badou Koffi em AFRICRY (Arquivos)
A África sofre pela covardia, incompetência, e do desprezo dos seus filhos. Em todos os cantos do mundo, intelectuais africanos se destacam nas mais diversas áreas de conhecimento. No Brasil exemplos não faltam. Porém este continente extremamente rico, onde recursos minerais e naturais rimam com abundância, com terras férteis para a agricultura e a criação, onde há mão de obra em excesso, a miséria, a fome, doenças e principalmente guerras caminham lado a lado para desenhar o quadro sombrio que se recusam a mudar miliares de intelectuais enfeudados ao imperialismo americano e europeu, principalmente francês e inglês e ao oportunismo que oferece o no man´s land para os escravagistas do século XXI. 

Os intelectuais africanos são os próprios devoradores de almas das populações inocentes que vivem com a falta da esperança no Congo “Democrático”, na República Centro-africana, na Costa do Marfim, no Mali, na Líbia e nos outros países do pobre continente, onde há conflitos latentes. A África é sempre valorizada, quando a sua imagem permite que aquele que a use se torne conhecido ou enriquece com ela. E justificamos os males do continente procurando razões que desculpam e tiram a responsabilidade dos próprios africanos.

É de notório conhecimento que a França continua explorando os países africanos que colonizou, com a presença do seu exército do além-mar nas suas ex-colônias, e mantém um forte poder sobre a economia desses países através do Franco das Comunidades Francesas da África (FCFA), moeda comum aos países africanos de língua francesa no continente, cuja política e funcionamento são diretamente regulados pelo Banco Central Francês. No caso a moeda dos países africanos continua ad infinitum propriedade da França.

Alguém falou em independências?
Há mais de 50 anos países africanos comemoram a independência, sem ter Estados livres de fato, pois isso sugere que exercitem sua soberania sobre políticas internas, seu exército, suas cultura e tradição e, sobretudo, a capacidade de possuir uma moeda própria. A liberdade se conquista e vários exemplos no mundo demonstraram que nenhum povo pode ser dominado se ele desejar a sua independência e liberdade. A Indochina (o atual Vietnam) derrotou americanos e Franceses apenas com camponeses conscientes do preço da liberdade. Sul-africanos praticaram a desobediência civil e lutaram até derrubar o apartheid, para citar apenas estes. O resto da África continua numa letargia e uma dependência para com as grandes potências que deixa perplexo qualquer observador atento a tudo o que acontece no continente. Os únicos responsáveis são os intelectuais africanos. 

Afinal James Watson tinha razão
Criticamos o James Watson quando declarou que: "as políticas sociais na África fracassam porque não levam em conta que os negros são menos inteligentes que os brancos". Não quero discutir aqui a questão das políticas sociais que fracassariam na África, mas sim apenas o trecho em que afirma que o negro (africano) é menos inteligente do que o branco. Sim o brilhante prêmio nobel não é preconceituoso e nem racista, apenas diz uma verdade, somos menos inteligentes, pois incapazes de abraçar a liberdade que nos estende o braço, preferimos sempre “baixar as calças” como diz o presidente Lula, quando estamos diante dos europeus e americanos. O continente vem sendo explorado há mais de 500 anos. E em pleno século 21 assistimos covardemente e felizes a destruições e mortes de inocentes provocadas pelas bombas francesas na Líbia, na Costa do Marfim, no Mali.