quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

SINDICATO 022

MACARRÃO

Macarrão atuava havia três anos como fechador do jogo do bicho quando, em 1996, começou a escrever suas rimas. Após conhecer DJ Pixote, que gostou de suas letras, foi por ele incentivado a gravar mas as dificuldades foram maiores que a vontade e Macarrão desistiu. Em 1998 conheceu DJ A que o convidou a formar uma banda. A partir daí Macarrão voltou a escrever suas letras enquanto mantinha seu trabalho no jogo do bicho, agora como apontador.Em 2003 foi lançado o documentário em longa-metragem “Fala Tu” (dirigido por Guilherme Coelho e Nataniel Leclery e produzido por Mano Tales) que conta a vida de quatro personagens do rap carioca, entre eles Macarrão e DJ A. O filme ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, tornando Macarrão um nome conhecido além do mundo do rap. O DVD “Fala Tu” pode ser encontrado nas locadoras. O filme também rendeu um CD com a trilha sonora, contendo quatro faixas do Macarraõ. O CD pode ser encontrado nas lojas Fnac.Macarrão também participou de um documentário dirigido pela jornalista e rapper Karen Mukupa (residente na Dinamarca) que participava de um grupo de rap com o DJ Noise, famoso no cenário underground dos Estados Unidos. Karen viajou por diversos países como Groelândia, Índia e Japão recolhendo depoimentos de rappers. No Brasil os rappers escolhidos foram Macarrão, DJ A e Mano Tales. Os rappers participantes do documentário farão um show conjunto na Dinamarca para lançamento do filme em data ainda indefinida.Buiú da Doze "A mili-mili eu venho fazendo o meu tipo de som (...) (Clones / Buiudadoze & Tito)", talvez essa seja a frase que melhor resuma a minha participação no cenário Hip Hop carioca. Ao contrário de muitos, que milagrosamente já "começam" com 10 anos de estrada (isso mesmo, 10 anos de estrada!), eu comecei a me envolver com esse estilo de vida nas "primeiras horas" da década de 90. Nunca tive vergonha de mostrar a minha falta de experiência aos mais antigos, pelo contrário, a humildade foi preponderante para que eu pudesse adquirir bagagem no universo do "Pip Pop", como diz a minha sogra.De tanto escutar aquela nova modalidade musical, que tinha um certo parentesco com o som que tocava no bailes funks cariocas, me veio a idéia, juntamente com Xandy, meu fiel escudeiro de outrora (que pena!), e Ghandy de montar um grupo de "rap de paulista", como dizia a rapaziada do Catumbi naquela época, assim como um monte de desavisados de outras áreas. Na primeira conversa ficou decidido que iríamos montar o N.A.T (Negros Acima de Tudo), e assim foi feito. Improviso, não no sentido de rimar e sim de se superar diante das adversidades, era a nossa palavra de ordem, pois, naquela época não tínhamos um quarto dos recursos que a rapaziada tem hoje; só para se ter uma idéia, fazíamos scracht's com um zíper de mochila velha (Ghandy era o nosso "DJ"!) e a percussão ficava por conta dum armário caindo aos pedaços, mas com uma ótima acústica, diga-se de passagem, que Xandy batucava com maestria no seu quarto. Assim foi o meu "batismo de fogo" no Hip hop.Depois de tanto insistir no esquema amador-fundo de quintal e de participar de vários "eventos-tapa-buraco-de-bloco-afro", fomos "agraciados" com uma faixa no vinil "Tiro Inicial" (que teve a pretensão de ser um dos primeiros trabalhos de Hip Hop carioca, juntamente com o "Artigo 288") que também contava com os grupos "Geração Futura", "Filhos do Gueto", "Damas do Rap", "Consciência Urbana" e outros que não me recordo agora (é foda ficar velho!). O tempo foi passando, o Ghandy consegui entrar para a faculdade, o Xandy foi para o exército, e conseqüentemente cada um traçou o seu rumo e o grupo acabou.
Diante do novo quadro, resolvi partir para a "carreira solo" e dar início a saga despretensiosa de Buiudadoze. Aproveitei para fazer uns trabalhos com MV Bill, como a primeira versão de "Fé em Deus", que chegou a ser pirateada por camelôs de Madureira, e o programa "MTV Verão", que foi ao ar no início de 1994, além de Alguns shows. Em 1995 me alistei no Corpo de Fuzileiros Navais e tive que dá uma parada estratégica por não conseguir conciliar os dois lances ao mesmo tempo. Com um ano de CFN, enfim, consegui pôr em prática as duas atividades e voltei para o corre-corre do Hip Hop, dessa vez com o "suporte"de Descendente, Vinny Max e o Louco do 37, também conhecido como Mister Zoy: era o famoso "bonde sinistro PZS (Perigo Zona Sul)!". Participei de uma faixa do cd dos caras, no finalzinho de 97 para 98, mas infelizmente, por razões que até hoje desconheço, o mesmo não foi lançado pela Natasha Record's. Nessa mesma época fiz&nb sp;mais uma participação, agora no cd "Brazil 1", lançado pela Zâmbia, e logo após dei uma outra parada e só retornei em 2000 a convite do Tito para gravar a música "Clones" do seu trabalho solo. Passado esse período, procurei dar continuidade a faculdade de jornalismo, que havia iniciado no início de 2000, e resolvi parar de vez com o Hip Hop; o discurso defasado aliado a pontos contraditórios de alguns "setores" me tiravam do sério. Em 2002, assim como a mitológica ave que renasce das cinzas, reconheci de vez que cantar Rap era a minha sina e aproveitei para dar uma força no "Declaração de Guerra" do Mensageiro da Verdade. Gravamos uma música nova mas com um título bem conhecido do pessoal da velha guarda: "Fé em Deus". No apagar das luzes de 2004, DJ Saci "requisitou" a minha presença no boca de ferro e prontamente disponibilizei a faixa "Domingo de Sol" para a coletânea "Sem Simpatia", que o dj personagem de Monteiro Lobato estava lançando naquele momento. E para finalizar, comunico a todos que eu estou formado no bonde d' A Posse agora, e que em breve colocaremos o nosso material-criminal sonoro nas pistas.

FONTE:http://sindicato022.blogspot.com/

SUMEMO

O Projeto SUMEMO idealizado pelos rapper´s do norte e noroeste-fluminense, tem objetivo de dar visibilidade e evidência ao rap do interior do RJ. Sabendo que o cenário nacional, tem múltiplas particularidades e que a edificação da cultura de rua, urbana nas terras brasílis é praticamente algo impossibilitado no momento atual, SUMEMO em seu objetivo específico, viabiliza trilhar caminhos que são tortuosos e restritos. A rua no interior está possibilitando surgimentos de novas tendências, a emergência de um novo paradigma na paisagem urbana interiorizada que incomoda alguns e alegra outros. De fato tudo que se relaciona a mudança com viés contemporâneo e tendências históricas, com passado de lutas, militâncias, transformações e conquistas é incômodo para àqueles, indivíduos, que são acostumados a mesmice e a estagnação consciente.
 Diante desse contexto ameaçador correm desesperadamente para recuperarem e trazerem de volta antigas culturas locais populares que há muito se haviam sido perdidas. É maravilhoso que isso aconteça, resgate histórico e cultural, lembranças de pessoas que fizeram e fazem história proporcionando aos recentes um pouco da construção dessa sociedade.
 Cabe ressaltar que tal manifestação de civismo, banhado a hipocrisia, falácia e sofismo, surge num momento oportuno, onde a cultura de rua diretamente ligado a consciência política, social e cidadã vem se evidenciando com força nos meios juvenis onde o florescimento pelo novo, pela crítica, pela mudança cabe por abarcar simpatizantes por essa cultura que transforma.
 SUMEMO é apenas o início. SUMEMO viemos pra somar, multiplicar, fortalecer. SUMEMO é rua cenário urbano, onde os atores sociais buscam por espaço e reconhecimento.

Rapper Silles