sábado, 23 de novembro de 2013

25 curiosidades sobre a escravidão

Dia 13 de maio se comemora a abolição da escravidão no Brasil. O fato ocorreu em 1888, através da assinatura da famosa Lei Áurea, pelas mãos da princesa Isabel. De lá para cá, este fato gera divisões entre aqueles que comemoram a libertação dos escravos e aqueles que acham que a lei áurea não incorporou o negro na sociedade brasileira, mantendo as desigualdades. Sobre este fato, discutiremos em outra postagem. Nesta, vamos apontar 25 curiosidades sobre a escravidão no Brasil.
Atenção: nós compreendemos que o assunto postado abaixo é delicado e suscita os mais diversos sentimentos em diferentes segmentos da população brasileira. O objetivo não é idealizar o assunto ou torná-lo caricato, apenas abordar os fatos. Optamos, também, por utilizar o termo negro ao termo afro-brasileiro, mais utilizado atualmente.
Esta lista foi extraída e adaptada de diferentes fontes, como mania de história e guia dos curiosos.


- Os primeiros navios negreiros foram trazidos pelo português Martim Afonso de Sousa, em 1532. A contabilidade oficial estima que, entre essa data e 1850, algo como 5 milhões de escravos negros entraram no Brasil. Porém, alguns historiadores calculam que pode ter sido o dobro.

- Os navios negreiros que traziam os escravos da África até o Brasil eram chamados de tumbeiros, devido à morte de milhares de africanos durante a travessia. Estas mortes ocorriam devido aos maus-tratos sofridos pelos escravos, pelas más condições de higiene e por doenças causas pela falta de vitaminas, como no caso do escorbuto.

- É possível traçar a origem dos escravos em três grandes grupos: os da região do atual Sudão, em que os iorubás, também chamados nagôs, predominam; os que vieram das tribos do norte da Nigéria, a maioria muçulmanos, chamados de malês ou alufás; e o grupo dos bantos, capturados nas colônias portuguesas de Angola e Moçambique.

- Quando chegava ao Brasil, o africano era chamado de “peça” e vendido em leilões públicos, como uma boa mercadoria: lustravam seus dentes, raspavam os seus cabelos, aplicavam óleos para esconder doenças do corpo e fazer a pele brilhar, assim como eram engordados para garantir um bom preço.

- Um escravo valia mais quando era homem e adulto. Um escravo era considerado adulto quando tinha entre 12 e 30 anos. Eles trabalhavam em média das 6 horas da manhã às 10 da noite, quase sem descanso, e amadureciam muito rápido. Com 35 anos, já tinham cabelos brancos e bocas desdentadas.


- Os cativos recebiam, uma vez por dia, apenas um caldo ralo de feijão. Para enriquecer um pouco a mistura, eles aproveitavam as partes do porco que os senhores desprezavam: língua, rabo, pés e orelhas. Foi assim que, de acordo com a tradição, surgiu a feijoada.

- A Festa de Nossa Senhora do Rosário, a padroeira dos escravos do Brasil colonial, foi realizada pela primeira vez em Olinda (PE), no ano de 1645. A santa já era cultuada na África, levada pelos portugueses como forma de cristianizar os negros. Eles eram batizados quando saíam da África ou quando chegavam ao Brasil.

- Na cidade de Serro (MG), acontece a maior de todas as festas em homenagem a santa, em julho, desde 1720. De acordo com a lenda, um dia Nossa Senhora do Rosário saiu do mar. Ao ser chamada por índios, não se mexeu. O mesmo aconteceu com marinheiros brancos. A santa só atendeu aos escravos, que tocaram bem forte os seus tambores.

- Crianças brancas e negras andavam nuas e brincavam até os 5 ou 6 anos anos de idade. Tinham os mesmos jogos, baseados em personagens fantásticos do folclore africano. Mas aos 7 anos, a criança negra enfrentava sua condição e precisava começar a trabalhar.

- Cada senhor de engenho tinha autorização para importar 120 escravos por ano da África. E havia uma lei que estipulava em 50 o número máximo de chibatadas que um escravo podia levar por dia.


- A cozinha era muito valorizada na casa-grande. Conquistaram o gosto dos europeus e brasileiros os pratos de origem africana, como vatapá e caruru, comuns na mesa patriarcal nordestina. A cozinha ficava num anexo da casa, separada dos cômodos principais por depósitos ou áreas internas.

- Normalmente, divisões internas da senzala separavam homens e mulheres. Mas, algumas vezes, era permitido aos poucos casais aceitos pelo senhor morarem em barracos separados, de pau-a-pique, cobertos com folhas de bananeira.

- Aos domingos, os escravos tinham direito de cultivar mandioca e hortaliças para consumo próprio. Podiam, inclusive, vender o excedente na cidade. A medida combatia a fome do campo, pois a monocultura de exportação não dava espaço a produtos de subsistência.

- Quando a noite caia, o som dos batuques e dos passos de dança dominava a senzala. As festas e outras manifestações culturais eram admitidas, pois a maioria dos senhores acreditava que isso diminuia as chances de revolta.

- Com a expansão das cidades, multiplicam-se escravos urbanos em ofícios especializados, como pedreiros, vendedores de galinhas, barbeiros e rendeiras. Os carregadores zanzam de um lado a outro, levando baús, barris, móveis e, claro, brancos.


- Escravos de Ganho eram escravos que tinha permissão de vender ou prestar serviços na rua. Em troca, ele deveria dar uma porcentagem dos ganhos a seu dono.

- Em algumas regiões, os escravos africanos eram divididos em três categorias: o “boçal”, que recusava falar o português, resistindo à cultura europeia; o “ladino”, que falava o português; e o “crioulo”, o escravo que nascia no Brasil. Geralmente, ladinos e crioulos recebiam melhor tratamento, trabalhos mais brandos e perspectiva de ascenção social.

- Os negros nunca tiveram uma atitude passiva diante da escravidão. Muitos quebravam ferramentas de trabalho e colocavam fogo nas senzalas. Outros cometiam suicídio, muitas vezes comendo terra. Outros, ainda, entregavam-se ao banzo, grande tristeza que podia levar à morte por inanição. A forma comum de rebeldia, no entanto, era a fuga.

- Segundo alguns historiadores, a capoeira nasceu de um ritual angolano chamado n’golo (dança da zebra), uma competição que os rapazes das aldeias faziam para ver quem ficaria com a moça que atingisse a idade para casar. Com o tempo, a prática se transformou em exibição de habilidade e destreza.

- A palavra capoeira não é de origem africana. Ela vem do tupi (kapu’era). Trazida para o Brasil por intermédio dos navios negreiros, a capoeira foi desenvolvida nos quilombos pernambucanos do século XVI. As características de luta e dança adquiridas no país podem classificá-la como uma manifestação cultural genuinamente brasileira.


- O berimbau é um instrumento de percussão trazido da África (mbirimbau). Ele só entrou na história da capoeira no século XX. Antes, o instrumento era usado pelos vendedores ambulantes para atrair os clientes. O arco vem do caule de um arbusto chamado biriba, comum no Nordeste, que é fácil de envergar.

- Até a abolição da escravatura, a lei punia os praticantes de capoeira com penas de até 300 açoites e o calabouço. De 1889 a 1937, a capoeira era crime previsto pelo Código Penal. Uma simples demonstração dava seis meses de cadeia. Em 1937, o presidente Getúlio Vargas foi ver uma exibição, gostou e acabou com a proibição.

- Após a independência de Portugal, em 1822, uma das primeiras medidas do governo foi proibir que alunos negros frequentassem as mesmas escolas que os brancos. Um dos motivos apontados é que temiam eles pudessem transmitir doenças contagiosas.

- O movimento abolicionista tinha mais de 60 anos quando a Lei Áurea foi assinada, em 1888. Mobilizava muitos intelectuais da época, como escritores, políticos, juristas, e também a população de uma forma geral.

- Em 1823, dom Pedro I chegou a redigir um documento defendendo o fim da escravidão no Brasil, mas a libertação só ocorreu 65 anos depois.
 
 Fonte: http://www.geledes.org.br/esquecer-jamais/179-esquecer-jamais/22063-25-curiosidades-sobre-a-escravidao




Deus é contra as cotas? Por, Dennis de Oliveira

Dennis de Oliveira,

MOVIMENTAÇÃO NO CÉU

Movimentação no Céu. São Benedito, muito revoltado, chegou para Deus e disse: “Senhor, venho propor uma coisa para tornar o Céu mais justo”. Deus, espantado, perguntou: “O que, São Benedito?” e ele respondeu: “Não aguento mais este Céu cheio de anjos e santos brancos, proponho cotas raciais para o Céu”. Deus ficou estupefato com a proposta de São Benedito e mais ainda quando Nossa Senhora Conceição da Aparecida veio com mais esta: “Concordo e vou mais além: cotas para mulheres negras também, cansei de não terem santas negras”.


Deus ficou irado com as propostas dos santos e disse: “O que é isso, vocês estão loucos? Aqui é o Céu, não existe racismo por aqui!”. E aí São Benedito e Nossa Senhora Aparecida questionaram então porque havia uma maioria branca no Céu se a maioria da humanidade não era branca. “Mas não é uma questão de cor de pele, a beatificação de santos é uma questão de bondade, não se trata de uma seleção baseada na cor da pele”, disse Deus. São Benedito e Nossa Senhora Aparecida então retrucaram: “Ah, então o Senhor está dizendo que nós, negros, não somos bons o suficiente para sermos santos, é?” e Deus ficou um tanto contrariado, “imagine, claro que não, tanto é que vocês estão aqui”. Os dois interlocutores de Deus se entreolharam, “mas só nós e mais uma meia duzia?”, mas Deus arrematou: “Vocês acham que eu, Deus, com toda a minha sabedoria, sou racista? Ser humano é tudo igual, vocês é que estão sendo racistas e querem dividir a humanidade em raças.” São Benedito e Nossa Senhora Aparecida insistiram em questionar porque a maioria dos santos é branca. “É um problema da história da humanidade”. Os candidatos brancos a beatificação aproveitaram a deixa e mandaram o recado: “Concordamos com Deus, o racismo existe na humanidade mas não somos culpados disso, trata-se de um problema de bondade”.

ANALOGIA DO CÉU COM A USP

Movimentação na USP. Um aluno negro, muito revoltado, chegou para o Reitor e disse: “Reitor, venho propor uma coisa para tornar a USP mais justa”. O reitor, espantado, perguntou: “O que, aluno?” e ele respondeu: “Não aguento mais esta USP cheio de alunos e professores brancos, proponho cotas raciais para a USP”. O reitor ficou estupefato com a proposta do aluno negro e mais ainda quando uma professora negra veio com mais esta: “Concordo e vou mais além: cotas para mulheres negras também, cansei de não terem professoras e alunas negras”.

O reitor ficou irado com as propostas do aluno e da professora e disse: “O que é isso, vocês estão loucos? Aqui é a USP, não existe racismo por aqui!”. E aí o aluno e a professora questionaram então porque havia uma maioria branca na USP se a maioria da população brasileira não era branca. “Mas não é uma questão de cor de pele, a entrada na USP é uma questão de mérito, não se trata de uma seleção baseada na cor da pele”, disse o reitor. O aluno e a professora então retrucaram: “Ah, então o reitor está dizendo que nós, negros, não somos bons o suficiente para sermos da USP, é?” e Deus ficou um tanto contrariado, “imagine, claro que não tanto é que vocês estão aqui”. Os dois interlocutores do reitor se entreolharam, “mas só nós e mais uma meia duzia?”, mas Deus arrematou: “Vocês acham que eu, um intelectual, com toda a minha sabedoria, sou racista? Ser humano é tudo igual, vocês é que estão sendo racistas e querem dividir a sociedade em raças.” O aluno e a professora insistiram em questionar porque a maioria dos uspianos é branca. “É um problema da sociedade brasileira”. Os candidatos brancos à USP aproveitaram a deixa e mandaram o recado: “Concordamos com o reitor, o racismo existe na sociedade mas não somos culpados disso, trata-se de um problema de mérito”.

NÃO É QUE CONSIDERO A USP UM CÉU, MAS QUE MUITOS INTELECTUAIS USPIANOS CONSIDERAM-SE DEUSES OU SANTOS E ACIMA DA SOCIEDADE.

Fonte:http://www.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/cotas-para-negros/22057-deus-e-contra-as-cotas