terça-feira, 27 de setembro de 2016

“Ser negra e periférica na universidade pública não é tarefa fácil”

Eu entrei na universidade em maio de 2010. Sou uma mulher negra criada na zona sul da cidade de São Paulo, mais especificamente na região da Cidade Ademar. Atualmente, curso o bacharelado em matemática na UFABC – (Universidade Federal do ABC). Depois do esforço dos meus pais de pagarem um cursinho em 2009, mesmo conseguindo um grande desconto na mensalidade e do meu esforço de cursar o meio mais branco e elitizado que já passei do qual ainda trago péssimas recordações, eu consegui entrar em uma universidade pública. Quase não havia negras e negros em 2010, isso mudou e tem mudado, mas de forma lenta.
Bruna da Silva Magno é de Cidade Ademar.

Não cheguei a imaginar a vida na universidade. Para mim, entrar nela era uma meta, colocada pelos meus pais e pela sociedade, para que eu tivesse uma vida melhor que as gerações anteriores. No começo eu levava as dificuldades, porque afinal deveria ser grata por estar naquele lugar, mas com o passar do tempo a distância (duas horas para ir e horas para voltar), o preço do bandejão que só aumentava e aumenta e até mesmo a solidão, porque a maioria das pessoas que entraram comigo já haviam desistido, foram se tornando muito presentes.
Toda vez que eu ia minimamente mal em algum aspecto eu sentia que não pertencia àquele lugar, toda vez que eu olhava ao meu redor eu sentia e sinto que não pertenço àquele espaço. Tenho consciência de que é preciso ocupar os espaços, mas em muitos dias essa tarefa é incrivelmente difícil. Isso se une com a necessidade de ser forte e infelizmente isso suprimiu por muito tempo minha capacidade de ser eu, de mostrar meus sentimentos, e eu sei que isso afeta diversas mulheres negras que se veem tendo que ser fortes.
Os professores e as poucas professoras não entendem que às vezes meu desânimo é por não me sentir inteligente o suficiente, por uma questão de gênero e racial, em um curso que é necessário ter várias ideias criativas, mesmo racionalmente sabendo o quanto sou inteligente. Atualmente tenho recarregado minhas energias no Coletivo Negro Vozes, que é o coletivo negro da minha universidade.
Passamos por várias dificuldades na UFABC. A comunidade de um modo geral teme um único edital que irá contratar docentes para a área de relações étnico-raciais, um edital que permite a entrada de uma professora ou professor por meio de cotas raciais. Isso mostra o quanto a sociedade racista teme a presença do negro e teme discutir questões raciais. Seja porque não o considera pertencente àquele espaço, seja porque sua presença o lembra de seu próprio racismo numa sociedade criada sob o manto da falsa democracia racial.
A maioria das pessoas não entende o quanto sou sensível a um edital que coloca a possibilidade de professores entrarem por meio de cotas e o quanto isso é importante para mim e para o resto da comunidade negra. Momentos como estes me mostram como é necessário lutar, porque um dia essa professora ou professor vai fazer a diferença na vida de um(a) estudante que poderá finalmente ter um pouco mais representatividade do que nós tivemos.
Não quero que considerem meu dias de desânimos ou minhas crises de choro como simples sinais da minha fraqueza, nem que considerem meus gritos de raiva como sinais de uma pessoa simplesmente furiosa, mas sim como sinais da minha humanidade, uma humanidade que sempre me foi negada. Sou jovem, sou foda e sou negra! qualquer semelhança com uma música da Nina Simone(To Be Young, Gifted and Black) não é mera coincidência, sei que somos muitas e muitos, estamos aqui e em diversos espaços, ocupando e resistindo.
Bruna da Silva Magno é de Cidade Ademar (zona sul de SP), tem 25 anos e é estudante de matemática da UFABC. 
FONTE:http://nosmulheresdaperiferia.com.br/cronicas/ser-negra-e-periferica-na-universidade-publica-nao-e-tarefa-facil/

Em audio vazado no WhatsApp jurado chama candidata a miss Piauí de “negrinha” ao desclassificá-la

Miss Esperantina é alvo de racismo durante Miss Piauí e entra na Justiça.


A miss Esperantina 2016, a modelo Kayra Nascimento, vai ingressar com uma representação junto ao Ministério Público do Piauí e à Polícia Civil para investigar o crime de injúria racial, a lisura do concurso Miss Piauí 2016; além de pedir reparação por danos morais. A informação é da advogada de Kayra, Laís Marques. 

“Entrei na busca de transparência no procedimento do concurso. Junto com as demais candidatas lutamos muito para conseguir chegar até ali e não seria justo que todo o esforço tenha sido em vão, foi o sonho de muitas ali algumas tiveram de abdicar de muitas coisas. Nada contra a vencedora ao contrário, reconheço o seu esforço e seu merecimento. Apenas queremos esclarecimento neste concurso de 2016”, disse Kayra.

O concurso Miss Piauí 2016 foi realizado no dia 10 de setembro. De acordo com a advogada, os áudios em que uma pessoa fala sobre as atribuições das notas e chama a Miss Esperantina de “negrinha”, que foram divulgados após a data do evento, é a principal motivação para a entrada na Justiça. Os áudios foram vazados pelo Whatsapp e dizem ser de autoria do organizador.

“O áudio veio à tona após a realização do concurso, todas as candidatas tiveram acesso a ele. Ao ouvi-lo me senti chateada e indignada pelo tratamento diante das demais. No áudio fica bem claro que eu estou sendo descartada pela cor e sendo tratada de forma pejorativa”, comentou a miss, acrescentando que em nenhum  momento durante o concurso percebeu práticas de preconceito racial. Ela disse ainda que isso é apenas uma barreira a ser quebrada e que seguira a carreira de modelo.

De acordo com a advogada da Miss Esperantina, Laís Marques, ela está reunindo os documentos necessários para ingressar com as representações contra o organizar do concurso, Nelito Marques. Ela disse ainda que a cliente não busca, a partir desta ação, anular o concurso, mas fazer com que outras candidatas não passem pelo mesmo constrangimento.

“A kayra já entrou com um pedido de providências junto a OAB e, no momento, estamos recolhendo material para entrar com a representação criminal junto à delegacia competente e ao Ministério Público pelo crime de injuria racial cometido pelo apresentador do concurso. Estamos reunindo informação também sobre a questão da lisura do concurso”, ressaltou Laís.

Sobre o ocorrido, o organizador Nelito Marques disse que o concurso ocorreu em lisura e que não tem nenhuma relação com os áudios que foram divulgados. Para ele, a candidata deveria ir atrás dos jurados, não da Justiça.

“Eu não tenho nada a ver com isso. Eu não tenho culpa de nada. Eu já fiz um B.O sobre isso que estão dizendo que sou eu, vão ter que provar. Quero saber se esse áudio tem meu nome. Se é minha voz. Deixa ela entrar na justiça. Eu estava no teatro e não peguei em nenhuma fica de votação. Eu não peguei em nada. Tem auditoria e tem auditorias somando os votos, eu não peguei em nada.  Se esse áudio for meu. Tem que ter um autor, a voz não é minha. Só se pode fazer uma auditoria de concurso se ela fosse a segunda colocada, ela foi quase a penúltima. Não existe isso. É só loucura. Ela em que ir atrás dos auditores e jurados, não tenho nada a vê com isso”, disse Nelito Marques.

FONTE:http://www.geledes.org.br/em-audio-vazado-no-whatsapp-jurado-chama-candidata-miss-piaui-de-negrinha-ao-desclassifica-la/#gs.null

Baco e Diomedes cantando ‘Sulícidio’ ao vivo pela primeira vez é de arrepiar

A faixa “Sulicídio” é um sucesso, lançada a um pouco mais de 20 dias o som já reúne quase 600 mil visualizações e diversos remixes, se tonando um marco pro Rap brasileiro como o som mais hypado fora do eixo sp/rj.

No último sábado (17 de setembro), os rappers Baco “Exu do Blues” e Diomedes Chinaski subiram no palco do Rapsy (Centro Cultural Arvoredo) para mandarem pela primeira vez as rimas ácidas de “Sulícidio” ao vivo. O rolê aconteceu na cidade de Olinda, Pernambuco. A energia do público é de arrepiar, geral cantou do início ao fim enquanto os bate cabeça pegavam fogo.
As imagens e edição do vídeo são de Fernando Baggi (Du.solto Films) — assista:
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/38432/sulicidio-ao-vivo/

O nordeste não para! Baco, o Exu do Blues, solta o clipe de “999”

Após a polêmica “Sulicídio“, o baiano Baco “Exu do Blues” soltou o clipe da música “999“, com o instrumental por conta de Mazili. As imagens foram captadas durante a passagem de Baco por Olinda e conta com diversos gimmicks envolvendo a performance ao vivo da música na Rapsy— assista no topo.
A filmagem e edição ficaram por conta de Fernando Baggi, da DuSolto Films, que em terras Recifenses captou momentos de descontração, bate cabeça, sensualidade e a essência do underground que segundo o próprio Baco é a inspiração da música.
”’999′ é um culto ao underground, é uma oração sobre a cena da nova escola de salvador, uma visão ampla das crônicas baianas diárias, o retrato de um assalto, o retrato de uma foda, de um domingo de pagode, é como se a letra fosse um museu do lado sujo da capital baiana”, disse Exu do Blues.


FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/38657/baco-999-clipe/


Campos Cult Festival com: Racionais MC'S e muito mais

Vem aí o maior festival cultural realizado em Campos - RJ e como atração principal nada mais nada menos com o maior grupo de rap nacional: RACIONAIS MC'S!

=> Ingressos à venda a partir do dia 29 (QUINTA-FEIRA), ingressos limitadíssimos!

Pontos de vendas: 
Fábrica de Óculos (Pelinca)
Sport Up (Boulevard e Plaza Shopping)

Vendas On-line:
www.minhaentrada.com.br

REALIZAÇÃO: Grupo Excess



Snoop Dogg - Smokers Handbook (Full Mixtape) 2016

Snoop Dogg - That's My Work 4 [Full Album]



COSTA GOLD RESPONDE CONTROVERSA FAIXA "SULICÍDIO" COM "SULTAVIVO!"







                                       Baco Diomedes Chinaski causaram no cenário ao lançar "Sulicídio", faixa onde eles afrontam MC's do eixo Rio-São Paulo exaltando o Nordeste, e chegam até a citar o nome de alguns MC's. Após o lançamento da faixa, diversos rappers comentaram sobre a track, mas nenhum desses respondeu às provocações com música.

Nessa tarde de segunda (26), fortes rumores de que o Costa Gold responderia a polêmica canção do Baco com Diomedes Chinaski surgiram na web, e foi isso que aconteceu. Representando a bandeira do rap de SP, hoje (27) o grupo paulista respondeu "Sulicídio" com "SulTaVivo!", canção que conta com produção do Billy Billy.





Boa resposta?

FONTE:http://www.rap24horas.com.br/2016/09/costa-gold-responde-controversa-faixa.html

Morre a cantora Carmen Silva, aos 71 anos, devido a uma parada cardíaca

Uma notícia triste para o mundo da música. A cantora Carmen Silva, conhecida como Pérola Negra, morreu no início da manhã desta segunda-feira, 26, em São Paulo, aos 71 anos. Segundo o Hospital Presidente, ela estava internada na unidade desde o último dia 14, e a morte aconteceu em decorrência de uma parada cardíaca provocada por tromboembolia.
Natural de Veríssimo, cidade do Triângulo Mineiro, Carmen Sebastiana de Jesus (nome de batismo) trabalhava na juventude como babá e empregada doméstica, mas tinha o sonho de ser cantora. Determinada com essa meta, ela passou a participar de programas de calouros.
No fim da década de 60, em sua de suas tentativas, Carmen venceu o concurso "Um Cantor por um Milhão, um Milhão por uma Canção", na TV Record. Devido à visibilidade conquistada, foi convidada a gravar seu primeiro compacto, que a lançaria para o sucesso em todo o Brasil com a música "Adeus, solidão", de 1969. A canção era uma versão de Newton Miranda para "Picking up pebbles", de Custis.
Durante a carreira, lançou outros sucessos, como "Espinho na Cama", "Meu Velho Pai", "Fofurinha" e "Amor com Amor se Paga", e ganhou prêmios, como os troféus Roquete Pinto e Chico Viola.
Na década de 90, a carreira começou a entrar em declínio e, com isso, passou a enfrentar crises de depressão. Nesse período, viajou aos Estados Unidos para visitar sua única filha, Karla, que frequentava cultos evangélicos. Lá, Carmen se converteu à religião.
Em 2001, iniciou carreira gospel ao assinar contrato com a gravadora Graça Music. Lançou três CDs pelo selo, sendo que o primeiro vendeu mais de 100 mil cópias, garantido Disco de Ouro à artista. Em 2004, ela decidiu não renovar contrato com a gravadora e passou a se dedicar a assuntos pessoais, deixando a carreira como cantora em segundo plano.





FONTE:http://ego.globo.com/famosos/noticia/2016/09/morre-cantora-carmen-silva-aos-62-anos.html