quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

CATEDRÁTICO

Na terra dos sábios eu sou mais eu. Na terra dos espertos eu sou mais eu. Ainda mais sabendo que o sábio tem o seu preço, que o esperto se prostitui por qualquer migalha para se dar bem. Foi dada a largada, disputa entre o coelho e a tartaruga. O esquema está esquematizado, arquitetado para que o coelho leve a melhor e a tartaruga perca. O motivo: a tartaruga não entrou no esquema. O coelho por fazer parte do grupo esquematizado, pactuou em troca dessa vitória, dessa corrida e o trato era eliminar a tartaruga numa vitória humilhante. A platéia caçoava da tartaruga, por ser honesta, por acreditar nela, fiel e confiante.
E numa reviravolta formidável, a tartaruga antecipou-se do coelho, que foi traído pelos seus entes, amigos pactuados, desonestos, malvados há como são malvados. Vitória surpreendente da tartaruga, derrota humilhante do coelhinho, que chorou muito viu? E a tartaruga no pódio se sentiu, primeiro lugar na humilde, sem vacilar, sem dar asas para comentários desanimadores, caçoadores, que botam pra baixo o astral, o caráter, a confiança.
Mas o mais incrível de tudo, é que os coelhos continuam se multiplicando, se pactuando erroneamente, e às vezes, ou melhor, na maioria, de coelhos se transmutam para bodes expiatórios. Hum, alguém pula a cerca.

Rapper Silles