sexta-feira, 9 de agosto de 2013

LEI 10.639 - Coleção História Geral da África em português - coleção completa


8 volumes da edição completa.

Brasília: UNESCO, Secad/MEC, UFSCar, 2010.
Resumo: Publicada em oito volumes, a coleção História Geral da África está agora também disponível em português. A edição completa da coleção já foi publicada em árabe, inglês e francês; e sua versão condensada está editada em inglês, francês e em várias outras línguas, incluindo hausa, peul e swahili. Um dos projetos editoriais mais importantes da UNESCO nos últimos trinta anos, a coleção História Geral da África é um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente. A coleção foi produzida por mais de 350 especialistas das mais variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional formado por 39 intelectuais, dos quais dois terços eram africanos.
Download gratuito (somente na versão em português):
  • Volume I: Metodologia e Pré-História da África(PDF, 8.8 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-123-5
  • Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-124-2
  • Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-125-9
  • Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-126-6
  • Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb) 
    • ISBN: 978-85-7652-127-3
  • Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-128-0
  • Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-129-7
  • Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
    • ISBN: 978-85-7652-130-3













Preconceito racial, discriminação e racismo, distinções de letramento - Por Cidinha da Silva


Certos amigos, aborrecidos, perguntam-me se gosto de tudo em Lado a lado. Não, não gosto de tudo. Fico incomodada, por exemplo, com a frouxidão da personagem Eulália (Débora Duarte), sinto falta de coerência. Num dia ela se junta ao povo na manifestação em frente à delegacia para libertar Jurema (Zezéh Barbosa), a mãe de santo e quitandeira negra, valendo-se de discurso respeitoso à uma mulher religiosa, mesmo que não seja a sua religião, como declara ao filho delegado (Guilherme Piva).
 
Em outro dia, durante jantar familiar, Eulália diz que a neta Sandra (Priscila Sol) não deveria passar tanto tempo no morro ao lado daquela mulata, referia-se a Isabel, personagem de Camila Pitanga. Pode ser que a gênese de Eulália seja mesmo a incoerência, a tergiversação de acordo com a conveniência (como é comum nas relações entre brancos e negros no Brasil), mas me parece muito mais a necessidade de oferecer texto para que uma atriz consagrada como Débora Duarte tenha mais ação nas cenas. Eu ficaria mais contente, caso a carolice dela fosse mais confrontada com os valores de Padre Olegário (Cláudio Tovar), personagem interessante, interpretado por um ótimo ator.
 
Não gosto também da relação entre Sandra e Teodoro (Daniel Dalcin). Há um buraco ali. Sandra amamenta. Que marido em lua de mel não percebe isso? Leite materno tem cheiro, gosto, será que o ex-donzelo não faz nada com a mulher amada que o obrigue a perceber o cheiro e o gosto do leite?  A não ser que, por amor, Teodoro já tenha entendido tudo, mas mantenha-se calado. Leite vaza, empedra o peito de uma mulher que amamenta de maneira errática como Sandra. Estamos diante de uma mãe inverossímil.
 
O bom mocismo romântico (e machista lustroso) de Edgar (Thiago Fragoso) é cansativo. Ele perdeu uma chance enorme de crescer como homem ao reduzir a sociedade na escola de Isabel à promoção de um espaço para sua amada trabalhar e realizar um sonho. É muito pouco diante de causa tão imensa (possibilitar a escolarização de crianças negras 25 anos depois do fim da escravidão). Espero que a inauguração da escola possa tocar seu coração de mocinho apaixonado, para a compreensão de seu papel estratégico como mecenas da educação dos negros. Que Edgar coloque a própria fortuna, construída honestamente, a serviço do crescimento intelectual, esportivo, cultural dos negros que o cercam. Seria um ótimo recado para o pessoal de hoje. Este mesmo que bate nos ombros dos negros, chamando-os de irmãos, de manos, quando são acolhidos nos espaços de socialização dos negros, mas não fazem ação afirmativa de promoção da igualdade racial na própria empresa.
 
Mas o que mais me desagrada é a forma como a expressão preconceito (sequer é o preconceito racial) tem dissimulado a força da discriminação e do racismo ao longo da trama. Meus amigos dizem que é por ação de Ali Kamel, orientação global. Tenho dúvidas, a mim parece mais a ausência de letramento racial.
 
O preconceito é aquela concepção interna que uma pessoa carrega e só se torna conhecida quando é externada de alguma forma. Na novela,  Albertinho (Rafael Cardoso) tem conhecidos preconceitos raciais contra negros, inclusive seu fetiche por mulheres de melanina acentuada, Isabel, Gilda (Jurema Reis) faz parte do arcabouço de concepções prévias e utilitaristas sobre as mulheres negras. Branca para casar, preta para cozinhar, mulata para fornicar, como diz o velho ditado.
 
Entretanto, quando Albertinho discrimina os dois meninos negros do morro que, escondidos, assistem ao treino de seu time de pernas-de-pau, não se trata de preconceito, é discriminação racial. É a materialidade do preconceito racial, discriminação, portanto, que humilha aquelas crianças, impede que elas possam assistir passivamente a um treino de futebol de janotas brancos, apenas assistir, nada mais. Preconceito racial é o que o vilãozinho conquistador nutre pelas crianças negras, considerando-as inferiores, subalternizadas e indignas de mínimas atitudes de lazer e fruição. Quando ele as escorraça das laterais do campo de futebol, quando deliberadamente humilha seres inofensivos, pelo simples fato de serem negros, isso é discriminação racial, é ação discriminatória, é atitude que extermina a humanidade dos alvos do racismo (as crianças).
 
As atitudes de discriminação racial são diversas, vão das falas aos olhares, aos muxoxos, aos risos de lado. Está presente em todas as vezes que o garanhão Umberto (Klebber Toledo) ironiza a queda de Albertinho por mulheres negras e pobres, nas caras de nojo que Carlota (Christiana Guinle) faz ao falar de pessoas negras, em todas as atitudes e comentários desdenhosos de Fernando (Caio Blat) dirigidos aos negros, seus descendentes e sua história.
 
Tudo isso, o preconceito e a discriminação racial são parte de um todo chamado racismo, um sistema ideológico espraiado e arraigado em instituições e corações, que esvazia de humanidade seus alvos, os serviliza e constrói privilégios para aqueles que exercem o poder. O preconceito racial, então, diferente de outros tipos de preconceito, motivados hipoteticamente pelo desconhecimento, está a serviço da manutenção de um sistema de poder, de exploração que, no Brasil, tem cristalizado o lugar de mando dos brancos em detrimento dos negros. A discriminação racial, por sua vez, é o braço ativo do racismo, é o que define a eficácia de seu modus operandi.
 
É fácil de compreender, nem é preciso desenhar. É só ter coragem para enfrentar um sistema ideológico pujante (não é invenção ou apego a o passado), atualíssimo e destruidor, que hierarquiza as pessoas de acordo com seu pertencimento racial e gera privilégios para as outras consideradas superiores. É só tirar os pezinhos do chão, o bumbum da cadeira e arregaçar as mangas para infundir o letramento racial.


Por que ninguém pensou nisso antes, pergunta filho do humorista Mussum ao falar da Biritis


"Por que ninguém pensou nisso antes?" Foi a partir de uma pergunta simples - mas que revela o potencial do projeto - que surgiu a ideia de se fazer uma cerveja em homenagem a um dos principais humoristas do País, Antonio Carlos Bernardes Gomes. Ou simplesmente Mussum. Em entrevista para a Rádio Estadão, Sandro Gomes, revela detalhes até então desconhecidos do lançamento.
"Para falar a verdade, nós estávamos viajando, eu e alguns amigos. Foi quando, relembrando alguns momentos que vivemos com meu pai, pensamos que gostaríamos de fazer alguma homenagem. 'Por que a gente não faz uma cerveja', falamos. 'Por que ninguém pensou nisso antes'. E daí surgiu realmente a ideia", afirmou Sandro Gomes.
O lançamento da cerveja Biritis, o primeiro produto da Brassaria Ampolis, será lançada no dia 19 no Rio de Janeiro e um dia depois em São Paulo. Além de Gomes, a Brassaria conta com outros dois sócios: Diogo Mello e Leonardo Costa.
Desde que veio à tona o projeto, a repercussão - principalmente nas redes sociais - foi enorme. E isso surpreendeu Sandro Gomes. "Na verdade, a gente esperava uma boa reação do público porque o meu pai sempre foi uma pessoa muito querida. Ele conquistou pessoas de meia-idade, mas também crianças de 12, 13 anos porque os pais acabaram apresentando ele por meio do YouTube e outros meios, mas eu me surpreendi (com a reação) para ser sincero", afirmou o empreendedor. "Não achei que ia tomar tanta proporção."