domingo, 9 de março de 2014

O Funk e o Rap contemporâneo tem muito o que aprender com Hip Hop “noventista”

É ingenuidade não levar em consideração que as letras do estilo Funk Ostentação também são fruto de uma política de consumo.

Que o hip hop e o funk têm ligações desde quando surgiram, é evidente. Seja nas décadas de James Brown, Mano Brown; Cidinho e Doca, RZO; Guimê e Emicida,  os estilos sempre dialogaram: na ideologia ou na origem. Hoje, ambos estão de mãos dadas, seguindo em direção à burguesia e dando as costas para um trabalho de base que deu frutos e ainda multiplica conhecimento.
É importante destacar que o hip hop é um movimento formado por quatro elementos: Dj, Mc, Break e Grafite. O rap é a fusão do Dj e do Mc.
Na década de 90, época de muitos conflitos na Zona Sul de São Paulo, o hip hop, mesmo sem pretensão,  salvou milhares de jovens, não só em São Paulo, mas em todo o país. Havia trabalho de base sendo executado em diferentes quebradas do Brasil. Em qualquer centro cultural, escola ou associação havia oficinas de pelo menos um dos elementos.
Os shows de rap eram uma espécie de aula pública. Quando o grupo Z`África Brasil se apresentava, o público ia para casa conhecer mais sobre Zumbi dos Palmares. No show do Racionais MC`s, eram citados Martim Luther King, Malcon X e Che Guevara. No do GOG, Mahatma Gandhi.
Nas aulas de rima, os Mc`s falavam de referências da origem do hip hop – África Bambaataa, Nelson Triunfo, King Nino Brown.  Era a história contemporânea sendo contada e vivida por uma juventude que, não optou por ocupar as ruas para protestar contra as mazelas sociais. Mas, no entanto, ocuparam escolas, bares, praças, beco e vielas, com alusões que deram consistências ao trabalho.
Hoje, quem não milita no hip hop pela linguagem da cultura, na qual estão inseridos os quatros elementos, atua indiretamente: produzindo, assessorando, fazendo comunicação, dando suporte, comercializando. Lecionando em escola pública, recitando poesias em saraus (efeito colateral do trabalho de base do hip hop), escrevendo livros e dando palestras.
O funk tem o mesmo potencial que o hip hop teve na década de 90. Os MCs podem abordar em suas letras a realidade social que lhe aflige ou já os angustiou. Alguns alegam que se começarem a cantar letras mais conscientes não terão espaços para cantar. Racionais, Realidade Cruel, MV Bill, Thaide, GOG. Estes artistas lotam shows com letras que fazem crítica ao consumo, a política e ao status quo.
Não levar em consideração que as letras do estilo funk ostentação são fruto de uma política de consumo, é uma ingenuidade. Há pelo menos cinco ano, o governo federal vem pregando a falácia do surgimento de uma nova classe média. A inclusão pelo consumo tem sequelas.
Hoje, nas periferias, os adolescente andam com boné de 300 reais, tênis e celulares de mil reais. Há sempre relatos de jovens que foram assaltados quando voltam de festas ou baladas durante a madrugada. Corrente e relógio também são bem vindos.
Muitas vezes quem comete os assaltos são adolescente de bairros mais afastados. Eles querem ter. Eles anseiam ser a nova classe média. Eles querem exercer o consumo. Tenho, logo existo.
O hip hop utilizou sua força de formador de opinião e fez um trabalho de base disseminando discursos de unidade e, libertação. São jovens que morreram para serem homens livres de verdade. Hoje são pouco os envolvidos, espaços e organizações continuam o trabalho.
O funk e o rap contemporâneo têm muito o que aprender com o hip hop “noventista”. Ainda há pessoas que fazem um trabalho de muita relevância dentro do movimento, mas que aspira cuidados.
FONTE;http://www.cartacapital.com.br/blogs/speriferia/o-funk-e-o-rap-contemporaneo-tem-muito-o-que-aprender-com-hip-hop-201cnoventista201d-5780.html

Função RHK lança “Nóis é Zica”, com produção de DJ CIA

A música “Nóis É Zica” faz parte do novo disco do Função RHK, intitulado “A Invasão das formigas”, que deve ser lançado ainda em 2014.
O som foi produzido por DJ CIA, que já trabalha com o Função RHK desde o ano 2000. O grupo fez parte da família RZO e acompanhou a Rapaziada da Zona Oeste em diversos shows pelo Brasil.
Enquanto não sai o disco, escute, comente e compartilhe “Nóis é Zica”:

FONTE: http://www.rapnacional.com.br/portal/funcao-rhk-lanca-nois-e-zica-com-producao-de-dj-cia/

MV Bill part. Dexter - Campo Minado (Prod DJ.Caique) [LANÇAMENTO 2014]

Nova musica do MV Bill junto com Dexter com produção do DJ CAIQUE.
Ficha Técnica: 
Artísta: MV Bill
Música: Campo Minado ( Faixa do próximo EP do MV BILL )
Participação: Dexter Produção: DJ Caique Edição vídeo: Diego Figueiredo Santos
Letra: MV Bill e Dexter Edição: DJ Luciano SP
Gravado, mixado e masterizado: Estúdio Casa 1

Obs: Retirado do Canal do MV Bill,todos direitos e créditos a tal!


FONTE:O PRÓPRIO VÍDEO ABAIXO.


Negredo disponibiliza música título do novo disco “Crente eu Acredito”

Formado por Mc Tó, Ylsão e Dj Alê, o grupo Negredo esta prestes a lançar o terceiro álbum da carreira.
O grupo Negredo surgiu de um dos berços do RAP em São Paulo, o Capão Redondo. Em 2005 lançou o primeiro disco chamado “Mundo Real” e também o primeiro “DVD 100% Favela” e em 2010 o segundo disco, chamado “A Cupula”.
Intitulado “Crente eu Acredito”, o terceiro álbum do Negredo conta com produção do DJ Alê e DJ Dri, gravado no Maraca Stúdio, vai ser lançado ainda este ano pela 1dasul fonográfica, mas antes, a rapaziada irá lançar em conjunto com o grupo RDG, um disco intitulado “Bang Africano”.

O Portal RAP NACIONAL disponibiliza hoje para download a faixa título do disco, que em breve ganhará um videoclipe com produção de Vras77.
Baixe, comente e compartilhe “Crente eu Acredito”.
Acompanhe o grupo Negredo, acesse: www.negredo.com e http://cupulanegredoblogsport.com
Contato para shows do Negredo e Bang Africano:
11-9 5816 6886 pretoproblema2010@hotmail.com
Assista os videoclipes anteriores do Negredo:


FONTE:http://www.rapnacional.com.br/portal/negredo-disponibiliza-musica-titulo-do-novo-disco-crente/

TESTEMUNHO, DETENTOS DO RAP NO MANOS & MINAS




Consciência X Atual lança novo trabalho musical

“Cena Bandida” é o nome da nova música de trabalho do Consciência X Atual, consagrado grupo de RAP de Ribeirão Preto, interior paulista.
A música faz parte do novo álbum do CxA que deve ser lançado em novembro deste ano. O disco é comemorativo aos 20 anos de vida do grupo e trará participações de peso.
Para mostrar a cara e um pouco do que esta por vir, CxA disponibilizou um video teaser com imagens capturadas do grupo em estúdio com um trecho da música “Cena Bandida”. Dia 4/3, estaremos disponibilizando também a faixa com a música completa em mp3, que tem 7 minutos, em primeira mão aqui no Portal RAP NACIONAL.
Baixe, comente e compartilhe:



FONTE:http://www.rapnacional.com.br/portal/consciencia-x-atual-lanca-novo-trabalho-musical/



OPANIJÉ, SANGUE DE ANGOLA. (part. G.O.G., Aspri e Gomez)


Sangue de angola
(Rone Dum Dum/Aspri /Lázaro Erê /Gomez)
Cortem a cabeça, cortem a bolsa, cortem até meus livros
Cortem meu dinheiro, só não vão cortar os meus motivos
Pra estar vivo e saber o que a luta é nossa
Quem conhece a cura sabe o que nos reforça
Palavra que destroça pode ser a que faz florescer
Sinta o grave e o poder do erreapê
Não preciso dizer o nome do meu hino
Eu rimo a honra de um afro nordestino
Que desde menino tem que aprender a ter
Responsa de adulto e a grandeza de Erê
Se o homem tem fome, a fome come, o homem morre
Porque quer fumar, quer cheirar, ta de porre?
Moleque, chamado de pivete, mas não se submete
A fuzil, canivete, UNICEF
Na escola jogar bola, parar de cheirar cola
Alimentar a família com a tal da bolsa esmola
É muito mais dramático, é muito mais drástico
Quem matou pixote? O cangaço, o tráfico?
Verdade tão freqüente nos becos, bocas e bares
No sinal quem te sustenta ostenta os malabares
Me diz, que futuro que teve essa infância?
Fome saciada pelo criança esperança?
Nem vem! Não tou dando uma de profeta
A cura tá no sangue e na palavra do poeta
Bota o leite quente na bacia que esse menino tá estranho
Ta comendo como o quê e não está engordando
Anda descalço, sem camisa ou na caatinga feliz
Chupa o delicioso catarro que escorre do nariz
Carrega e come do chão o delicioso biscoito
Nasceu em 14 de maio de 1888
Ainda hoje está vivo depois de tantos equívocos
Tem a marca do “de raspão” do projétil do extermínio
A barriga roncou e o gigante verme saiu
Afoga-se nas tetas fartas da pátria mãe gentil
Merece palavrões e linchamentos pelos absurdos
São os vermes, solitárias, pra matar só voto nulo
Vitalidade impressionante também é o jeito que esse menino pensa
À base de “mingau de cachorro” já ultrapassou os 40
Aprendeu a mágica da sobrevivência na política que vigora
Até quando? O que não mata engorda!
Quer se calar, se acomodar, deixar dominar
Esperar para se entregar a quem quer nos matar
A cultura do absurdo impede que a gente cresça
Sentir o peso do mundo cair na nossa cabeça
Desde cedo o pássaro preto sai do ninho
A alma entende o corpo aprende a se curar sozinho
Portas se fecham. Arrombo, mas entro com classe
A vida obriga a esconder a dor da nossa face
Me lembro de como era bom há mais de 10 anos
Amigos que curtiam som, faziam planos
Sonhavam em transformar a cara da cidade
Lutavam para não cair na mediocridade
Reuniões no Passeio, domingos, tardes de lazer
A união em nosso meio e a militância por prazer
Era mais fácil e possível confiar nas pessoas
Difícil voltar ao nível dos sons da Gambôa
Mas gente boa existe, apesar dos vermes em destaque
Não fico triste, não me afetam seus ataques
A falta de oportunidade minha inimiga mortal
Quer me ver na pagina policial
Mas tou de pé, tou na estrada, minha fé renovada
Sem o rap, seria mais uma pessoa amargurada
Com medo da vida e com a dignidade no chão
Com uma ferida que não cicatriza no coração
O elo da corrente não se quebra assim
Vocês precisam de mais gente pra ver nosso fim
Ruim é andar certo pelos seus caminhos tortos
Ser mais um Lázaro que ressurge dos mortos
Idade nunca foi sinônimo de sabedoria
Se o homem criou as horas e a mãe natureza a noite e o dia
Ficar preso a limites, horas, minutos e segundos
A dias determinados, dia da paz, dia do fim do mundo
A idade como algema e o tempo como grade
A cidade como cela e a sabedoria como chave
Tudo definido, inicio, durante, meio e fim
Caráter ligado a aparência, branco bom, preto ruim
Infância, se o tempo é quem manda
O hip hop se renova e sempre será uma criança
Mas não é como alguém que nasce cresce envelhece e morre
É energia que se espalha e que envolve quem se move
Dos mortais herdou a imperfeição
Tem bondade, tem maldade, tem o sim e tem o não
Tem seriedade e graça, a quietude e a fumaça, vive em casa, vive na praça
Prende a bola e às vezes passa
Erra e acerta, prende e solta, escraviza e liberta
Leva a atos impensados e a atitudes certas
Imperfeito e importante como eu e você
Mas sem ordens chefe, credo, para ditar o que fazer
Sem data comemorativa, pois nasce com a rebeldia
Como a infância, a paz e o amor deveria ter todo dia
Todo dia é dia de índio, todo dia é da vida
Todo dia é dia de amar e de cicatrizar feridas
A todo instante gente nasce, mata e morre sobe e desce
Brota o adulto, morre a infância, morre a paz e a guerra cresce
Liberdade é o que se prega mas se prendem a padrões
A estilos, partidos, problemas, soluções
Sou verdade e sou mentira e até o que não quero ser
Sou a ignorância do adulto e a criança a aprender
Sou um cidadão criança que só aprende e nada sabe
Clamando por justiça para que a infância não acabe