terça-feira, 30 de dezembro de 2014

FELIZ 2015


MC SOFFIA


Soffia Gomes Rocha Gregório Correa conhecida nacionalmente como MC Soffia, é rapper mirim que mistura Rap com poesia. Soffia com apenas 10 anos de idade canta músicas contestadoras sobre os paradigmas sociais impostos a população pobre e negra. Começou sua carreira aos 7 anos de idade após ter participado de uma oficina de Mc em um projeto chamado o Futuro do Hip Hop e hoje já é reconhecida no movimento nacional , há quem a considere já referência. Participou de diversos programas da TV como: Programa da Eliana / SBT, programa CQC /Band , SPTV / Globo , TVT, Tv Brasil, e TV Cultura Programa Manos e Minas, e fez diversas participações especiais dentro e fora de São Paulo em eventos de grande importância como comemoração do Dia da África que contou com a presença do nosso ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o atual prefeito Fernando Haddad e o Secretário Netinho de Paula da SMPIR- Secretaria Municipal de promoção da igualdade racial , Aniversario de São Paulo ,VI Encontro Paulista de Hip Hop, Festival Afrolatinidades em Brasília ,XI Igbá – Seminário Afro Alagoano, Aniversario da Casa de Hip Hop de Diadema ,Evento Hip Hop Mulher, inauguração da Casa de Hip Hop de São Bernardo do Campo na qual foi premiada com um troféu de artista revelação entre outros eventos. e Virada Cultural de SP com show na Casa das Rosas (Av. Paulista).

FONTE:https://www.facebook.com/mcsoffia/info?tab=page_info

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

As melhores imagens do mundo em 2014, segundo a Reuters

BRASIL

Um morador da favela Pavão-Pavãozinho gesticula durante conflitos causados por protestos contra a morte de um homem no local. De acordo com os habitantes da região, a vítima foi morta por policiais das Unidades de Polícia Pacificadora do Povo (UPP). 

FONTE:http://www.msn.com/pt-br/noticias/retrospectiva/as-melhores-imagens-do-mundo-em-2014-segundo-a-reuters/ss-BBh0hET?ocid=mailsignoutmd#image=34

As melhores imagens do mundo em 2014, segundo a Reuters

BRASIL

Imagem registrada pela fotografa Ana Carolina Fernandes e que mostra a polícia do Rio de Janeiro usando spray de pimenta contra moradores em uma favela da cidade. “Esta imagem é forte e triste, pois mostra um homem pobre, negro, desarmado e sem qualquer chance de enfrentar um esquadrão de policiais fortemente armados”, relatou à Reuters.
FONTE:http://www.msn.com/pt-br/noticias/retrospectiva/as-melhores-imagens-do-mundo-em-2014-segundo-a-reuters/ss-BBh0hET?ocid=mailsignoutmd#image=15

sábado, 20 de dezembro de 2014

Ladies Gang – “Ladies”


O grupo LADIES GANG é um grupo feminino de Rap underground, formado por cinco jovens do Rio de Janeiro. As meninas…ops…LADIES se juntaram na Crew de Street Dance chamada “Empare Rose” e que contava com mais de sete integrantes – entre elas BANDITY (Patrícia Nogueira), DONA LANOR (Ana Paula Lanor), KIM GLIMBERG (Cássia Dos Anjos) e SLAIN (Brenda Rúbia) – todas especializadas em alguma categoria de dança como Break Dance, Ragga, Krump e Hip Hop. TÉTIZ (Stephanie Gonçalves) que é Bailarina Clássica e entrou posteriormente para a crew.
Quando a “Empare Rose” acabou, os trabalhos com dança não chegaram ao fim e teve continuidade em outros projetos em outras vertentes artísticas e culturais, entre elas, o RAP. Isso chamou atenção de profissionais da cena do Rap underground carioca, que estimulou as garotas a desenvolverem seus talentos, dando inicio ao atual LADIES GANG.
A intensão das garotas é ser muito mais do que um grupo de Rap, mas um movimento, que já conta com trabalhos sociais e culturais na comunidade de Manguinhos, Rio de Janeiro. As “Ladies” vêm influenciando e motivando jovens de suas respectivas comunidades, que começa na maneira de vestir até a postura, passando pelo comportamento. Somado ao projeto já mencionado, elas são organizadoras da Roda Cultural de Manguinhos, fundadoras do Coletivo Cultural “Mangueataque”e do projeto “Pronto”. Hoje você conhece “Ladies”, o som de estreia de LADIES GANG, grupo que você pode conhecer melhor pelas redes sociais FACEBOOKTWITTERINSTAGRAM e SOUNDCLOUD. Fique atento, pois essas garotas prometem fazer muito barulho neste próximo ano. Virescit Vulnere Virtus!!!

FONTE: http://www.geledes.org.br/ladies-gang-ladies/#axzz3MM7bizzA


QUEM É O REI DO RAP?




Noutro dia debatendo sobre rap e hip hop veio uns brancos metido a maloqueiros dizer que o Eminen era o Deus do rap. Putz! Outros tentaram compara-lo ao Tupac. Respirei fundo para não sair xingando afinal essas paradas nunca é legal num debate. Os argumentos usados eram todos toscos e mal elaborados até porque não tinha como ser diferente, afinal uma pessoa que conhece rap e compara Tupac a Eminen só pode ser ruim da cabeça, doente do pé, da mão e do resto todo. Quando o Romário ainda jogava bola,
teve uma ocasião que ele botou banca pros novatos dizendo: Chegou agora e quer sentar na janela. Nos anos noventa praticamente não tinha branco no rap, a cena era pesada, sofrida e só quem corria atras desses bagulho era louco e eu era um desses. Agora tantos anos depois me vem uns malandro dizer que a Dina D (que Deus a tenha) quem eu admiro demais diga se de passagem é a rainha do rap brasileiro, como assim? Não por acaso uma das poucas brancas que desbravava a cena naqueles fatídicos anos 90. Derrepente todas as outras mulheres que escreveram sua história dentro do rap com muito sacrifício, se tornaram súditas da não menos batalhadora Dina D. Estranho isso não. Estranho porque esta história não é nova, e volta e meia acontece com algum movimento musical negro. Muitas coisas estranhas estão acontecendo na cena musical nos últimos anos, teve uma vez até que numa dessas batalhas de rap um carinha metido a mc chamou seu rival na batalha de macaco, preto e tudo na maior naturalidade. Eu me pergunto que tempos são esses que temos que defender até o obvil??? Um monte de negro assiste passivo a apropriação da sua cultura e pior ainda é ofendido em publico pelos apropriadores. Nesses tempos difíceis que estamos vivendo onde se multiplica os ignorantes e os poucos que conhecem um pouco a respeito da cultura estão calados atrofiados na sua busca por um bocado de dinheiro ou simplesmente por algum
reconhecimento vindo daqueles que até ontem diziam que o rap era musica de marginal. Daqui pra frente ao que parece qualquer negro que tentar falar em suas letras de musica algo sobre cultura negra será expulso compulsoriamente da cena pelos djs majoritariamente brancos e de classe média. Bom! Isso já era esperado agora o que eu não espera pelo menos por agora, enquanto a memória do 2pac ainda esta muito presente é que eles tentassem nos impor um rei branco com tanta veemência. Falo do Pac, mas sem esquecer o B.I.G que pra mim é um dos maiores da história, só ficando atras do próprio 2 pac. Na minha opinião nessa cultura não cabe um rei afinal isso é coisa da mídia branca e racista, o hip hop já tem um pai e acabou a história . Agora se fosse para escolher alguém para tal posto ele teria no minimo que representar mais que o tupac representa para esse movimento.

Por: Prettu Prettu Júnior


domingo, 14 de dezembro de 2014

SÃO PAULO INSPIROU KAROL CONKA A COMPOR “MINHA LEI”. A NOVA MÚSICA FOI FEITA COM EXCLUSIVIDADE PARA O APP SOUNDSPOT


Seguindo a tendência de vestir a cidade de música, a rapper curitibana, Karol Conka, lançou a música “Minha Lei”. O novo hit da Karol é inspirado na vista panorâmica do Edfício Martinelli, que fica bem no Centro de São Paulo. Construído em 1934 com 105 metros de altura, o Edificio Martinelli foi o primeiro arranha-céu do país. Lá de cima é possível ter uma visão única da capital paulista.
E para entender ainda melhor como São Paulo é uma inesgotável fonte de inspiração, foi lançado o documentário onde Karol Conka fala sobre o processo de criação da música, a sensação de estar no topo do Edifício Martinelli e a relação que ela faz entre lugares e músicas.
Além do som inédito e do documentário, Karol Conka já selecionou os lugares e as músicas que a inspiram pela cidade. Para conferir a playlist da rapper é só acessar o app Soundspot e procurar por “Conka Original”. Você também pode vestir a cidade de música criando sua própria playlist.
O download da música “Minha Lei” esta disponível no site do Soundspot. Para acessar clique aqui! 
Para conhecer um pouco mais sobre o Soundspot, que é o novo aplicativo da Skol para colocar músicas na cidade e ouvir os sons que seus amigos espalharam por aí, assiste este vídeo.

FONTE:http://rapnacional.virgula.uol.com.br/sao-paulo-inspirou-karol-conka-a-compor-minha-lei-a-nova-musica-foi-feita-com-exclusividade-para-o-app-soundspot/

ASSISTA O MAKING OF DE “TROMBEI” O NOVO SINGLE DE KAROL CONKA PRODUZIDO POR TROPKILLAZ


Karol Conka vai lançar um novo single na próxima semana. A música intitulada “Tombei” foi produzida por Tropkillaz ..
“Nessa música eu falo sobre o poder que a mulher tem de causar um tombamento. É um posicionamento forte que estou dando sobre as mulheres”, afirmou Karol.
O single vai ser lançado pelo selo Buuum e o making of de “Tombei” foi gravado em locações super especiais de Paris e conta com a direção do Fabrizio Rosa, mixagem e produção adicional do David “Marroquino” Corcos e mostra um pouquinho pra vocês do que foi essa 3ª passagem da rapper pela Europa!
Aperta o play, aumenta o som e afasta o sofá, porque “se é pra tombar, TOMBEI”!
FONTE: http://rapnacional.virgula.uol.com.br/assista-o-making-of-de-trombei-o-novo-single-de-karol-conka-produzido-por-tropkillaz/

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

RACISMO ESTRUTURAL e INSTITUCIONAL.

Texto preparado para o ENCONTRO ESTADUAL DO MOVIMENTO NEGRO CAPIXABA, no sabado dia 04 de dezembro/2014 – na Casa dos Direitos  – Ilha de Santa Maria – Vitória – ES - para o qual tive a honrra de ser convidado, mesmo tendo serias divergencias com a Emenda do Fundo da Promoção da Igualdade Racial, principal motivo da atividade. Sabadão de muito calor e mais de 20 pessoas concentradas o dia todo debatendo assuntos de interesse do povo negro. Obrigado e grande abraço ao meu amigo Luiz Carlos Oliveira e aos empenhados militantes capixabas.


Por Reginaldo Bispo MNU de Lutas.

O racismo é a principal ideologia de dominação mundial [ao lado da opressão de classe], escorado no qual, um clube de meia dúzia de nações brancas capitalistas e imperialistas mundiais, ditam as regras para o resto do mundo. É sob o manto do racismo que é exercido o poder no mundo,  das nações lideres sobre o resto do mundo, não branco, subdesenvolvido ou em desenvolvimento, capilarizado e contaminando todas as relações sociais, politicas e principalmente econômicas, de modo a determinar uma escala de valores e relações, decidindo quem recebe investimentos e financiamentos, quem produz, vende, o que vende, e para quem vende no mundo.

A velha teoria sociológica dos anos 1980, da divisão e hierarquização racial do trabalho, teoria que definia o racismo no Brasil, tem a sua equivalencia, em escala mundial, jamais observado, admitido, abordada ou elaborado pela academia, pelos marxistas, ou pelos intelectuais-militantes negros de esquerda.

O Clube das Nações lideres reúne portanto, a primeira categoria das mais promissoras  nações no mundo [formado pelos EUA, Alemanha, Inglaterra, França, Japão e Israel], reservam para si, o melhor filão da produção econômica e dos negócios mundiais de patentes, projetos, armamentos, tecnologia e capital. Deste modo, são eles que decidem quem recebe suas bênçãos, e permissão para crescer, desenvolver-se ou perecer perpetuamente no subdesenvolvimento.

A segunda categoria de nações, as aliadas da OTAN, recebe capitais, projetos, além das permissões para produzir e vender sob concessão, alguns dos itens acima, que não interessa ao clube produzir, seja pelo custo da mão de obra, ou pelas facilidades fiscais.

Uma terceira categoria, em troca de commodities, recebe financiamentos e é permississionaria para produzir alguns produtos de grande demanda, para seu próprio mercado e para exportação, pagando direitos e royalties dos projetos ao clube, proprietárias da tecnologia. O Brasil, e as nações do BRICS, se encontram nessa categoria.

Á quarta categoria, aos quais só é permitido exportar seus excedentes de commodities [minérios, grãos, e produtos da agropecuária], subjugadas pelos preços, regulado e determinado pela demanda no comercio internacional. Aqui começa a Odisseia dessas nações pela sobrevivência quase impossível no panorama internacional, por tratar-se de nações de maioria negra e indígenas. São nações da América Latina, da Ásia, da África e do Oriente Médio.

Finalmente, há uma quinta categoria, aos quais sequer é permitido produzir e comercializar qualquer produto, submetidas á extrema espoliação, bloqueios comerciais, ou a violência direta do Racismo. A maioria das nações africanas, asiáticas e latino-americanas, especialmente países como o Haiti, Cuba, e a Palestina, se encontram nesta categoria de nações, que sofrem a cooptação através da corrupção de seus lideres, a derrubada dos mesmos através de assassinatos e golpes de estado, com disseminação do financiamento de guerras fraticidas e a ocupação militar direta, através do genocídio de seus povos quando não aceitam as condições impostas pelo imperialismo.

O Clube Imperial atua, como se tudo no planeta fosse seu quintal, impondo sistemas econômicos e Regimes políticos, como forma de condicionar o recebimento de seus investimentos. Qualquer povo em cima de uma importante fonte de matéria prima, de interesse do sistema de produção; qualquer povo que se oponha à sua ideologia; quaisquer seguimentos de povo, que não possua uma renda para consumir seus produtos, são um estorvo ao desenvolvimento dos seus capitais. Não havendo lugar para eles no planeta, e por isso, devem ser exterminados e submetidos ao genocídio.

Há muito tempo, os povos não brancos vitimas da ideologia do racismo, com a não concessão de financiamentos, impedidos e  excluídos do desenvolvimento pela falta de acesso à tecnologia e a produtividade que ironicamente favorece a universalização da oferta de bens com a redução dos custos, proporcionando uma maior escala de produção, e reduzindo os preços finais, mas também em muitos cenários, graças á mesma tecnologia, agraciando [no mal sentido] o povo com a destruição de profissões e postos de trabalho, aumentando o exercito de mão de obra de “reserva inútil”, que jamais serão utilizados pelo sistema capitalista monopolista, global e neoliberal de produção.

Quem são eles? Os povos não brancos, os indígenas, os negros e os mestiços.
As elites brancas ou miscigenadas [que não se consideram negras ou indígenas, e mesmo as não brancas cooptadas pelo projeto do Clube neoliberal nas nações dependentes, agem por ideologia e por estrito interesse pessoal ou de classe, solidarizando-se aos projetos internacionais, sendo beneficiados e garantindo para si, uma fração dos ganhos daqueles, pela entrega das riquezas nacionais à rapinagem estrangeira, das quais depende o futuro de todo o povo.

As elites das nações dependentes como a brasileira não tem nacionalidade ou projeto de nacional. Não abraçam projetos de desenvolvimento para o bem do país e do povo. Movem-se pelos interesses seus e de seus herdeiros e semelhantes, jamais pelo interesse coletivo de seus concidadãos.

Duas consignas do movimento Quilombola e Popular do RS, comprovam essa realidade:          
1. O Estado de Direito ainda não chegou para negros e indígenas no Brasil.                               
2.  Nossas demandas não couberam em estádios, não caberão em urnas!
O ESTADO é a expressão da nação brasileira Uniétinica e Unicultural branca de origem europeia. Imperial ou Republicano, sua concepção de democracia [participação do povo], são a tradução da nacionalidade construída para EXCLUIR os indígenas, donos originais da Terra; e os africanos escravizados, principais construtores do patrimônio econômico, cultural e histórico do país.

O  regime politico e jurídico brasileiro foi criado com o proposito de resguardar e preservar os interesses das elites proprietárias e dos gerentes das instituições republicanas, hipocritamente legitimadas por uma falsa democracia e a negação dos princípios republicanos, onde o ESTADO  deveria ser de todos os cidadãos, entretanto é manietado por gerentes estatais de privilégios cartoriais acumpliciados com as elites politicas e economicas,  próprio dos regimes monárquicos autoritários [ou ditaduras], sem participação do povo.

A Seppir, as Cepires e os organismos afins, anexos ao vários níveis de governo, partidos ou instituições sindicais e populares, respondem de forma simbólica e rebaixada, ás demandas dos setores negros organizados, com a finalidade de cooptar, num faz de contas..., tranformando-se em guetos, de modo a acenar e “justificar” que se importam com os negros e indígenas. A politica de Ações Afirmativas, particularmente as COTAS, é para eles, o grande remédio para a “cura” de todos os males da exclusão e do racismo.

Criadas a partir do direito individual e social, as Ações Afirmativas, beneficiam uma pequena porção do povo [ainda que conquistadas deles], em um projeto de redução das diferenças sociais entre cidadãos dentro de uma mesma realidade geográfica e politica. Em geral, as AA se prestam à redução das pressões sociais, sobretudo para abafar os argumentos da militância que denunciam as desigualdades como resultantes das más praticas governamentais e do racismo estrutural. Mesmo apresentando pontos positivos, sua função não é transformar, mas maquiar a situação real de negras e negras, utilizando-se da velha forma: Dar os anéis para não perder os dedos. Presta-se tão somente para a criação de uma limitada classe média.

Os EUA, campeões nesse quesito desde os anos 1960, alternaram a extrema repressão com a implementação das AA [promovendo o genocídio da juventude opositora e rebelde]. Nos EEUU  hoje, mais de 18 milhões de negros são mantidos abaixo da linha de pobreza, é uma das sociedades que possui a maior população carcerária e mais matam jovens negros no mundo [depois do Brasil], a despeito de ter uma burguesia negra minoraria e uma classe média negra representativa. Aqui no Brasil, estaríamos trocando algumas vagas nas universidades pela vida da nossa dos nossos filhos e dos nossos netos?

AS CONQUISTAS FORAM DO MOVIMENTO NEGRO: No cenário, os partidos e governos atrapalham.
As campanhas e programas governamentais são manipulações e falsas promessas, que não se realizam nunca. O Juventude viva, sequer admite que os jovens vitimas de extermínio no Brasil são negros.  Não salvou uma única vida em três anos, serviu apenas para criar um exercito de novos profissionais da politicas, a maioria jovens brancos de classe média sem o perfil das vitimas. A Lei 10639 não sai do papel. Não é falta de dinheiro, mas, por falta de vontade politica de aumentar a autoestima de crianças negras, mostrando para a sociedade brasileira o papel fundamental e positivo desempenhado pelos negros e indígenas na construção dessa terra. Menos de 30 quilombos foram titulados nos 20 anos dos governos do PSDB e do PT, mas o seu uso como propaganda eleitoral enganosa corre solto, assim como o marketing oficial sobre as Cotas, outra conquista do Movimento Negro, dos trabalhadores e dos alunos das universidades, que o governo só assumiu após decisão de Constitucionalidade pelo STF.  Os governos do PSDB não o implementam, e Dilma o fez com o proposito de confundir, reduzir e adiar a completa implementação das vagas.

O MN, SUAS REALIZAÇÕES E AVANÇOS SOCIAL             
É com essas manobras e artifícios que enganam negras e negros, passando a mensagem paternalista, que se preocupa com eles, de modo a aliena-los e de forma populista, desarma-los, apresentando-se como a solução para nossos problemas. A mensagem subjacente: Não é preciso que o negro se conscientize, organize, denuncie, nem proteste, basta que acreditem e confiem que tudo esta sendo resolvido para contempla-los, AINDA QUE LEVE TEMPO. Os 400 anos, e os 126 anos de Republica, não seria tempo suficiente?

Da abolição até os dias atuais foram muitas as conquistas do povo negro. A ultima grande conquista [tardia, e verdade], foi o direito ao trabalho livre remunerado  com aLei dos 2/3 de Getúlio Vargas, em 1937, que obrigava as empresas no Brasil contratar 2/3 de brasileiros. Até os anos 1930, as empresas contratavam exclusivamente imigrantes europeus. As conquistas antirracistas da constituição de 1988 foram rebaixadas e desqualificadas a bel prazer dos agentes públicos e operadores do direito
.
MAIORIA absoluta dos brasileiro, o Povos Negro e Indígena compõe, mais de 55% da NAÇÃO, sem vez ou sem voz, estão na contramão da historia e do progresso do país. Maioria na exclusão e na desigualdade, na ausência de direitos, na negação de serviços públicos, no desemprego, nos menores salários, vitimas da violência e do genocídio praticados pelos agentes de segurança do estado, configurada em uma guerra racista, não declarada contra negros e indígenas.

E MINORIA entre os que recebem investimentos públicos; os contemplados pelas politicas de saneamento, moradia, transporte, saúde e educação; equipamentos de cultura, esporte e lazer; entre os ocupantes dos melhores empregos e salários.
A MAIORIA ABSOLUTA dos que exercem cargos de decisão na iniciativa privada e funções importantes nos poderes executivo, legislativo e judiciário são BRANCOS COM SOBRENOMES EUROPEUS.

Trata-se de uma orquestração para manter o monopólio do poder de decisão, politico e econômico nas mãos dos mesmos secularmente. Um velho amigo, certa feita me disse: Os bons lugares do mundo estão todos ocupados, os que vagar, já tem herdeiros á espera! E não somos nós, negros, indígenas, ou os quase negros [miscigenados, que não se consideram assim.]

ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, EXCLUSIVA, REFERENDO OU PLEBISCITO DA REFORMA POLITICA?
“Estamos por nossa própria conta”, como dizia Steve Biko, nos anos 60 e 70, na África do Sul. Vivemos por mais de 120 anos, o Racismo cordial, dissimulado e encoberto, admitido por todos, sem que ninguém se assuma racista. O paternalismo das elites e das classes media branca, usou a bandeira do racismo para seus projetos, nos desarmando para resistir e enfrenta-lo. A partir de agora, conforme palavras de Sueli Carneiro, as novas gerações de Negras e Negros, precisa se preparar pois experimentarão viver sob o RACISMO EXPLICITO, violento, que mata em nome da supremacia racista e xenofóbica. As ultimas eleições, a despeito das manipulações hipócritas de ambos os lados, comprovou o que denunciamos a tempos,  as classes médias e as elites proprietária brancas são racistas e não aceitam COMPARTILHAR o progresso do Brasil com negros, os indígenas, e com os de “fora” da região sul-sudeste, discriminando, marginalizando e matando, e ainda assim, manobrando, nos enganam, beneficiando-se do nosso voto para projetos contrários ao nosso povo.

Faz tempo que o quadro politico eleitoral brasileiro degenerou, não representando ninguém, senão seus próprios mandatários e executores, dada a confusão causada pela  propaganda eleitoral milionária e mentirosa. Os partidos transformaram-se em BALCÕES DE NEGOCIO,  e os MANDATOS, no melhor e mais rendoso empreendimento pessoal. A corrupção grasse quase todos os políticos, partidos e governos, com raríssimas exceções. Não havendo, portanto,  esperança de melhorias e mudanças sociais nessa seara.

Considerados de menor letalidade, por isso não sujeito a pena de reclusão, o crime de colarinho branco, a corrupção é tolerada pelo estado brasileiro, diferente do crime contra o patrimônio, o mais grave dos crimes, especialmente se praticado sob coerção de arma de fogo [direito privativo do estado], essa tolerância, entretanto, só é justificada pelo fato dos agentes públicos, mandatários corruptos ou corruptores, serem membros das elites. Em nome das vantagens para e por elas, tudo é permitido. Esquecem, no entanto, que a miséria, o desemprego, a fome, a ausência de saneamento básico, os serviços de saúde, a creche, e até mesmo a merenda escolar é inviabilizada, devido à pratica desses “insuspeitos” senhores, com isso produzindo uma espiral crescente marginalidade, ao mesmo tempo em que toda a sociedade pede mais segurança e pede mais repressão e aceita menos direitos e mais arbitrariedades dos agentes estatais.

UM PROJETO POLITICO E UMA ORGANIZAÇÃO POLITICA AUTONOMA E INDEPENDENTE
Apenas, um Projeto Politico de Nação Pluriétnico e Multicultural, para todos os brasileiros, proposto pelo Povo Negro e Indígena, poderá ter a sensibilidade histórica necessária para a contemplação de todos os excluídos. Só a Reparação Histórica, em razão do colonialismo, do escravismo e do racismo, poderá criar as condições de recomeço para o Povo Negro da diáspora africana, Indígenas e seus assemelhados, na África, no Brasil, na America Latina e no mundo. Indubitavelmente, só a consciência dos direitos, o protagonismo, a união e a organização de todo o povo, farão as mudanças e transformação do atual estado de coisas. Isto não será feito por partidos políticos burgueses, ou suas lideranças individualistas, interesseiras e corruptas, ocupadas exclusivamente em acumular riqueza e poder, como dividendos da pratica politica.

Bem mais amplo do que ilusões em plebiscitos ou referendos pela Reforma Politica, as atenções e as EXIGENCIAS DOS BRASILEIROS deve se voltar para a CONVOCAÇÃO DE UMA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE EXCLUSIVA, LIVRE E SOBERANA, PARA FAZER TODAS AS REFORMAS JURIDICAS, ECONOMICAS, POLITICAS E SOCIAIS, que toda a NAÇÃO RECLAMA A MAIS DE 100 ANOS. – FAZENDO JUSTIÇA AOS BRASILEIROS EXCLUIDOS DESSE PROJETO DE NAÇÃO EXCLUSIVO, RACISTA, CONCENTRADOR, INJUSTO E ASSASSINO.  Reginaldo Bispo é membro da Fração Nacional MNU de Lutas, Autônomo e Independente de partidos e governos.



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Cris SNJ em "Se tu lutas tu conquistas" no Estúdio Showlivre 2014




CRIS SNJ, PRÉ LANÇAMENTO VIDEO CLIP O BONDE apoio tv nas ruas




A força do kuduro em Angola e o funk no Brasil


O Kuduro, nascido nos musseques de Angola – similares às favelas brasileiras –, é dança, música e estilo de vida da juventude angolana, e representa um movimento cultural urbano que mostra ao mundo um país contemporâneo que, apesar dos problemas sociais, cresce e se moderniza. Assim como o funk carioca, o kuduro mistura ritmos tradicionais com música eletrônica. Como no funk, as letras falam sobre o dia a dia das periferias, das relações de amizade, das festas, e são marcadas pelas batidas eletrônicas rápidas e pela sensualidade da dança. Muitos dos movimentos do passinho vêm do kuduro, que significa literalmente “bunda dura”, já que os quadris são muito exigidos nessa dança
Do: Brasil247
Nascido nos anos 1990 nos musseques de Angola (territórios populares similares às favelas brasileiras), o kuduro é uma mistura de música eletrônica com ritmos tradicionais angolanos, e hoje é referência da cultura de Angola e se espalhou por outras classes sociais e países da África, chegando à Europa, tendo lá como principal influência a banda Buraka Som Sistema, nascida nas periferias de Lisboa, em Portugal.
Há várias relações entre o funkcarioca e o kuduro. Além da mistura sonora entre tradicão e música eletrônica, ele também gerou um estilo de se vestir próprio a toda uma geração, com muitos adereços e roupas coloridas. “É uma música que vem se espalhando pela sociedade angolana. Foi escolhida para mostrar essa Angola nova, vibrante, que tem crescido rapidamente depois [do fim] da guerra [civil, em 2002]. Quer mostrar que o país não é só tradição, mas é moderno, contemporâneo, que agrega gêneros musicais de outros lugares. O kuduro é a vitrine dessa nova Angola que quer ser vista de outra forma”, disse a cientista social pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Debora Costa de Faria para a Agência Brasil.
Como no funk, as letras falam sobre o dia a dia das periferias, das relações de amizade, das festas, e são marcadas pelas batidas eletrônicas rápidas e pela sensualidade da dança. Muitos dos movimentos do passinho carioca – estilo de dança baseado em funk – vêm do kuduro, que significa literalmente “bunda dura”, já que os quadris são muito exigidos nessa dança.
Por Ana Cristina Campos, para a Agência Brasil

Dança e música, kuduro é vitrine de uma nova Angola, diz pesquisadora
Nascido de uma mistura de música eletrônica com ritmos tradicionais angolanos, o kuduro surgiu em Luanda, capital de Angola, nos anos 1990. Logo se espalhou por Angola e pela África e ganhou as pistas de dança da Europa, a partir de Portugal. O kuduro é dança, música e estilo de vida da juventude angolana e representa importante movimento cultural urbano que mostra ao mundo um país contemporâneo que, apesar dos problemas sociais, cresce e se moderniza.
“É uma música que vem se espalhando pela sociedade angolana. Foi escolhida para mostrar essa Angola nova, vibrante, que tem crescido rapidamente depois [do fim] da guerra [civil, em 2002]. Quer mostrar que o país não é só tradição, mas é moderno, contemporâneo, que agrega gêneros musicais de outros lugares. O kuduro é a vitrine dessa nova Angola que quer ser vista de outra forma”, destaca a cientista social pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Debora Costa de Faria.
O kuduro é uma fusão da batida rápida e frenética da música eletrônica com gêneros locais, como a música de carnaval angolana.
Segundo o professor de antropologia do departamento de ciências sociais da Universidade Federal de Sergipe (UFS) Frank Nilton Marcon, o estilo é também uma dança que movimenta muito as pernas e é marcada por movimentos inusitados e acrobacias. O professor coordena um projeto sobre o kuduro produzido em Lisboa.
“Em meados da década de 1990, essas batidas de música eletrônica acabaram reunindo pessoas em festas ou na rua. Nesse momento, surgiu um músico, o Tony Amado, que também é produtor e dançarino, que inventou uma dança que, segundo ele, seria inspirada nos filmes de luta norte-americana do [Jean-Claude] Van Damme. Ele acabou dando o nome de kuduro, que quer dizer bunda dura, para essa dança com quadril preso em que o movimento maior está nas pernas.”
Outro pioneiro do estilo é o produtor de festas MC Sebem, autor dos primeiros sucessos do ritmo. “Em cima dessas batidas de música eletrônica, ele começa a fazer a agitação das festas”, disse o professor.
Marcon ressalta que os kuduristas são jovens com um estilo de vida próprio. “Eles usam roupas coloridas, com muitos adereços, como brincos, correntes, pulseiras, relógios, tênis coloridos, têm corte de cabelo diferente. O ideal é ter o seu estilo.”
De acordo com o professor, o kuduro é um estilo de música e dança ligado à população dos bairros pobres que assumiu o ritmo como referência musical. “É na periferia que [o ritmo] vai ganhando mais notoriedade e influência e as pessoas vão se envolvendo muito rapidamente, principalmente a população mais jovem. O estilo nasce como forma de expressão de uma população que tinha dificuldade de ter lazer, de se divertir e teve que criar os seus próprios meios para isso”.
Assim como no funk brasileiro, as letras falam sobre o dia a dia da periferia, das relações de amizade e das festas e são marcadas pelas batidas eletrônicas rápidas e pela sensualidade da dança.
A cientista social Debora Costa de Faria acredita que outro ponto em comum entre o funk e o kuduro é o fato de as músicas serem produzidas em estúdios caseiros e a divulgação ocorrer sem passar por grandes gravadoras.
Débora – que fez mestrado sobre a relação entre o kuduro e o funk brasileiro – conta que o gênero produzido nos musseques angolanos (bairros pobres comparados às favelas brasileiras) tem se espalhado por outras classes sociais nos últimos anos. O kuduro é tocado nas rádios do país e há programas de televisão especificamente dedicados ao gênero.
Como exemplo de que o kuduro virou símbolo da cultura nacional angolana, ela lembra que o nome da novela Windeck, que começou a ser veiculada em novembro pela TV Brasil, e o tema de abertura do folhetim foram retirados de uma música do Cabo Snoop, um dos atuais expoentes do kuduro.
Em 2005, com o surgimento do grupo luso-angolano Buraka Som Sistema, nascido na periferia de Lisboa, o kuduro deixou de ser um fenômeno restrito a Angola e às comunidades de imigrantes africanos em Portugal e conquistou as pistas de dança da Europa.
No Brasil, o kuduro chegou mais timidamente por meio das festas dos imigrantes africanos e pelo carnaval baiano, com os shows que o cantor angolano de kuduro Dog Murras fez a convite de grupos de axé.
Em Salvador, o DJ Raiz promove a festa Socakuduro todo segundo sábado do mês, desde março de 2013. Ele explica que, nesse dia, toca vários ritmos de música africana, mas o que prevalece é o kuduro. Outros sons da festa são o semba e a kizomba, ritmos do carnaval angolano. “Em Salvador, tem uma comunidade grande de africanos, [a gente] toca mais esses estilos porque eles dizem que nessa festa se sentem em casa, na terra deles, e dançam muito”.
Além de músicas de Cabo Snoop e Dog Murras, DJ Raiz brinda o público com sons produzidos por cantores e grupos conhecidos em Angola como Nagrelha, a transexual Titica e o grupo de mulheres Noite e Dia.
Segundo ele, a maioria dos imigrantes angolanos na Bahia é composta por estudantes.
Desde o início de novembro, a TV Brasil transmite, de segunda a sexta-feira, às 23h, a novelaWindeck – Todos os Tons de Angola. A trama, ambientada em Luanda, é centrada nos bastidores da redação de uma revista chamada Divo. A novela é transmitida com áudio original, ou seja, os atores falam português de Angola. Com 140 capítulos, Windeck foi a primeira novela produzida no país africano. A exibição recebe o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.


FONTE:http://www.geledes.org.br/forca-kuduro-em-angola-e-o-funk-no-brasil/#axzz3L1fh5jSf


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O PATRIMÔNIO, PRIVILÉGIO DE ALGUNS OU DE TODOS.

Bacharel em Serviço Social pela 
Universidade Federal Fluminense-UFF/Campos-RJ
Em tese patrimônio está relacionado num bem, que pode ser material bem como imaterial, que reflete a alma de um coletivo alem do tempo e espaço.  Ele deve trazer o orgulho, a essência, a voz, os sonhos de uma localidade, região ou nação. Nele deve haver todo o esplendor e glorificação de um povo representado de uma maneira uniforme e uníssona.
Mas será que todo o patrimônio realmente representa a união de um povo? Vejamos como exemplos o nosso pavilhão e o nosso hino nacional, claro que são bem mais que um patrimônio.  O pavilhão nacional remete em suas cores o Brasil que devemos ter tanto orgulho? O hino nacional com sua composição hibrida e positivista nos remete a união plena de um povo sabendo-se que, a independência foi proclamada por uma elite e não pelos pobres?
Para quem se detalhar ao pavilhão nacional, o mesmo remonta uma ligeira coincidência com o pavilhão da monarquia colonial portuguesa, onde se expressam bem o azul e branco que são cores da nação colonizadora que faz par com os dizeres positivistas ordem e progresso cravados no tecido nos primeiros dias do nascimento da república. Analisemos a seguinte questão: se os republicanos queriam implantar a república para romper com o estado colonial, porque o pavilhão continuou e continua sendo uma representação, uma menção de honra ao passado colonial português?
Muitos patrimônios, no entanto são representações magnânimas, mas que expressam o orgulho somente de um povo étnico ou de uma família. Em Bom Jesus do Itabapoana-RJ, por exemplo, existem construções memoriais que no dizer patrimonial representam apenas histórias de algumas famílias conservadoras-pioneiras e a um determinado grupo social. Basta observar os perfis para se ter uma clara noção de que tipo de indivíduos resgatam as histórias patrimoniais bom-jesuenses e a que grupo social pertencem.
O valor cultural fica apenas restrito a um determinado grupo seleto, por mais que esse grupo diga que representa o povo bom-jesuense, o povo bom-jesuense não se sente incluso nessas homenagens e gratificações. O patrimônio, portanto passa a ser um privilégio de poucos em muitas ocasiões, pois quem se destaca em reerguer e reaver essas histórias aborda de uma forma que somente uma representação seja o símbolo e a referência de toda uma cidade.

Nesse sentido o patrimônio local acaba sendo um privilégio de poucos em detrimento de muitos, uma triste constatação de um povo, uma cidade que fica obrigada a conhecer apenas uma história.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O contemporâneo globalizado contrapondo o folclore

Bacharel em Serviço Social pela 
Universidade Federal Fluminense-UFF/Campos-RJ
O nicho de algumas antiguidades mesclada ao asco da nostalgia faz-se repensar a intencionalidade e a apropriação do antigo como forma de resgatar um abastado campo social, com um poder econômico altivo de representatividade seletiva. A que ponto o imaterial popular ao associar-se aos rompantes detentores do poder perde a sua essência e identidade?
A epígrafe apresentada nos convida a uma reflexão acintosa acerca dos cárceres culturais-populares e os seus resgates por mãos muitas vezes longe de seus habitat. A posteridade do conhecimento radica-se em seu griot nas culturas afro-diásporas, por exemplo, e se essa posteridade sofre uma metamorfose através de outros elementos que não a compunham racialmente, o resultado desse resgate é permanecer inexpressivo mais folclórico a manifestação do ser e o seu controle para que não se crie uma ruptura com o passado afim de que seus verdadeiros donos não se atrevam a ascender como cidadãos nessa sociedade.
O mote denuncia o propagandeamento da folclorização das massas populares, em detrimento de resposta a contemporaneidade e globalização dos sentimentos políticos e consciência dos mesmos. O que isso significa? Enquanto as culturas populares em seu resgate e valorização não se alçarem em debandar para outros campos sociais de conscientização, politização e movimento elas merecem todo o apoio e aparelhamento aquartelado das classes abastadas que indicam um norte para que as mesmas periodizem somente a cultura como diversão, entretenimento de um grupo de classe e cor que representam uma classe dominante.
 Desvelar as culturas populares, não podemos nos tergiversar na ignorância de acharmos que estamos sendo beneficiados pelos rompantes nostálgicos representantes da classe dominante, e trazê-la para um debate de inserção e contrapondo a cultura da classe dominante que sempre quis e quer nos docilizar através de nossas próprias culturas é o real propósito. Trata-se de uma catarse significativa em relação à destruição dos membros imposta pelo opressor.
A contemporaneidade fez reacender antigas feridas descentralizou idéias e mitos populares e apresentou a democracia como realmente ela é democraticamente-ditatorial-excludente. A globalização expandiu o espaço, diminuiu distância entre povos e conhecimentos e foi paradoxalmente a válvula de escape para as conscientizações e surgimentos das democracias.  Nesses meios de surgimentos de conscientização e conhecimento, que surge o debate de, até que ponto as culturas populares deixam de serem identitárias, promovedora da inserção e conscientização social para se tornarem folclóricas e produtos de entretenimento de controle das grandes massas?
A contemporaneidade junto à globalização trouxe novos elementos que despertaram o senso critico e a criticidade automotora de grupos oprimidos que antes apenas celebravam suas festas e costumes, mas que não percebiam a sua real valorização no cerne da sociedade envolto de seus projetos enquanto cidadãos detentores de direitos sociais e econômicos. Junto a tantos elementos vem a responsabilidade de se manter sempre viva a cultura que celebra a ancestralidade e identidade de um grupo, de um povo, fazer com que a mesma seja o âmago de gerações vindouras e contribua para a formação de cidadãos de bem e consciente de seu valor na sociedade e na detenção de seus direitos é uma das grandes responsabilidades. O folclore é lindo, mas deixa de ser lindo quando o mesmo passa a servir apenas de espetacularização e divertimento para um controle de massas. Celebremos mas que não percamos a essência.



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CONSCIÊNCIA HUMANA, UMA CONSCIÊNCIA SEM CONSCIÊNCIA. Texto de Marcelo Silles

Bacharel em Serviço Social pela 
Universidade Federal Fluminense-UFF/Campos-RJ
Em tese, a consciência humana baseia-se no simplório estado físico e subjetivo de convivência harmoniosa entre os povos e raças. Desnudos de qualquer ideia racial, os simpatizantes e seguidores desse estilo de vida, individualmente aplicam-se e dão-se a si mesmo o prazer de maquinarem com o tempo e espaço um ambiente retro familiar da qual educadamente receberam suas formações pré-concebidas baseadas em Casa Grande e Senzala, déspotas da miscigenação e orgulho da raça brasileira. Lançam-se, sem rogo e sem humildade, na escalada do Éden porvindouro e que o mesmo já nos espera, e que aqui e agora devemos compartilhar das idéias de convivência familiar entre seres nutridos totalmente de amor e fraternidade, e que afirmações raciais seriam, e são, o julgo da destruição em massa da sacra raça humana.
Família no escopo social significa entre os humanistas, algo além do consaguineo uma virtude de amor ao próximo sem a necessidade de catalogar uns aos outros pela sua cor e raça. Teoria e comportamentos lindos e magníficos.
Mas a máxima humanista se esquece de se ater ao que se outrora chamamos de racistas, e com isso sua teoria humanista de apenas uma raça cai por terra, quando esses indivíduos, meliantes berram suas afirmações de superioridade e meritocracia.  Os humanistas apenas saem em defesa de seus discursos, quando um negro se auto-afirma em raça e identidade, atitude que parece causar furor e constrangimento ao humanista. Mas esse mesmo sentimento de repulsa, náusea e asco não se habilita ou se encontra, quando um indivíduo racista ou branco, ofende pela cor e raça um negro ou um índio, atitude tolerada e sacralizada pelos humanistas, como algo que fosse natural, cultural.
A distinto com clareza, mérito de palavra e com enfoque notório a negritude se exalta e exala a ancestralidade de alguns pretos e pretas afro-brasileiros. Denuncia o que tem que ser denunciado a partir de sua auto-afirmação racial e identitária, fazendo com que reacionários e reaças se perturbem pelo fato de que, negros e negras, suplantem e galguem pro-laboriamente  seus direitos sociais e econômicos, ultrapassando postos de trabalhos e ascensões sociais.
Pasmos, confusos e atordoados os humanistas tentam de várias maneiras desacreditar, desvirtualizar a luta dos movimentos negros e afro-diásporo, tentam deslegitimar a causa em prol de uma união de base conservadora e praticamente de viés reacionário e racista, pois a partir do momento que sua indignação cresce em detrimento do surgimento de engrandecimento de uma cultura, grupo étnico que sempre esteve e está oprimido e marginalizado e não se sensibiliza com suas lutas diárias e, promove e corrobora com os opressores fechando os olhos para as políticas e ações segregacionistas, apoiando seus atos ofensivos, separatistas e racistas, essa ideologia humanista não passa de meramente uma dúbia representação dos reaças e reacionários, clone mal clonado.

Os defensores da consciência humana se esquecem que existem várias consciências, várias particularidades, culturas, diversidades que necessitam ser evidenciadas, representadas, comemoradas cotidianamente e com elas o diferente, o outro surge de uma maneira esplendida de uma beleza que choca, incomoda aqueles que sempre a reprimiram, surge abrindo alas, silenciosa, convidativa. Portanto se a consciência humana não é capaz de reconhecer, legitimar a beleza, a diferença no outro, é uma consciência sem consciência, falida. Novembro negro, um ano preto.