quarta-feira, 13 de julho de 2016

O SILÊNCIO DOS CÚMPLICES

Marcelo Silles
Assistente Social

O prognostico de uma sociedade desigual no que se refere a raça no Brasil, é algo inevitável e inquestionável. Cotidianamente somos tolerados barbaramente por uma sociedade racista, vil, intolerante e desumana.

Aos olhos das pessoas de bem, somos tido como vitimistas que devemos tolerar qualquer ação que nos humilhe e nos deixe constrangidos diante de uma plateia pública do senso comum. Temos que aceitar as palavras lançadas para qualificar negativamente nossa cor, cultura, ancestralidade e identidade, calados em silêncio, pois, qualquer tentativa de repúdio a essas ações, somos tido como vitimistas e seres inferiorizados.

Se ao tomarmos para nós essas dores e duras palavras e revidamos os ataques frontalmente, somos tidos como o oprimido querendo ser o opressor, que violência não se resolve com violência, que sofremos de complexo de inferioridade pois são somente piadas. Eis a questão clara nossa cor pode servir de chacota e piadas infames, mas a cor dos brancos não.

Pior do que um ser racista é o cidadão de bem omisso, que fica indignado mas calado, que se indigna em silêncio. Como sempre afirma a máxima de Martim Luther King:

"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons."

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