sexta-feira, 26 de junho de 2015

PENSAMENTO COLONIZADOR: O CAPITÃO-DO-MATO.

Marcelo Silles
Assistente Social



A caveira em certos rituais e crenças significa a morte. E é com essa conotação, que determinadas instituições de aparelhamento repressivo do Estado, se intitulam e orgulham-se de carregar e exibir esse símbolo. São seres humanos moldados artificialmente e cruelmente para representarem a morte, fazem questão de serem os titulares, os enviados e servos do mau para aterrorizar e matar, muita das vezes, cidadãos inocentes.
São heranças macabras e pontiagudas, as sobras e aberrações de um colonialismo genocida e exploratório europeu. Mediante as atrocidades mentais e físicas, esses indivíduos são transformados em máquinas, sem sentimentos, robustos cães de guarda dos senhores da guerra, seres vis perpetuadores da desgraça humana.
São capitães-do-mato contemporâneos com um ideal puro e simples de servirem a morte. Alguns são cristãos que firmam em sua fé que, praticam o bem aplicando o mau. São os restos de um ideal pensamento colonizador que lá em um pretérito atroz aplicou com fervor eficiência e eficácia a mesma tática e plano, para transformarem negros entre seus iguais em deformações monstruosas em seu ser, transformar caráter em aberração, bárbaros. O pensamento colonizador pegou aquele negro fraco de espírito e o transformou em capitão-do-mato, o fez acreditar que fazia parte do mundo branco e que, ter nascido negro, era uma maldição que o mesmo não precisaria carregar por toda a vida.
Esses capitães-do-mato, resultante de um modelo excludente de desenvolvimento, que carregam com orgulho a caveira símbolo da morte, são sujeitos bizarradamente alienados, retratos e resultados de uma mutação monstruosa do sistema, servos obedientes e subservientes dos verdadeiros representantes do mau, da cólera da sociedade: a elite brasileira opressora, branca, racista, corrupta e tudo que representa o mau.
Esses algozes caveiras subservientes, cães Cérberos, são máquinas sem sentimentos treinados simplesmente para matar, não importando se é bandido ou inocente, só pelo fato de ser pobre, periférico e favelado, merecem ser aterrorizados, massacrados. Esses insanos bárbaros são eternamente escravos da barbaridade em que a ordem do dia ordinária é simplesmente executar, impor o terror e promover a sede por sangue e morte. E sendo assim, viva a democracia e justiça brasileira.


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