sexta-feira, 25 de julho de 2014

Presídios, um bom negócio

Reportagem da agência Pública, de 27/5, chamou atenção para a inauguração, em janeiro de 2013, da primeira penitenciária privada do país, localizada em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). O slogan do complexo penitenciário, informa a reportagem, é “menor custo e maior eficiência”, questionado por especialistas, como Robson Sávio, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos (NESP) da PUC-Minas. Para ele, essa eficiência tende a se expressar no aumento das prisões e não no sucesso na ressocialização dos presos.

Também para Bruno Shimizu e Patrick Lemos Cacicedo, coordenadores do Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria Pública de São Paulo, o modelo merece críticas. Bruno considera que “do ponto de vista da Constituição Federal, a privatização das penitenciárias é uma excrescência”, explicando que o poder punitivo do Estado é delegável.

Patrick aponta como maior perigo do modelo o encarceramento em massa, em um país que já é o quarto com maior população carcerária do mundo. Nos Estados Unidos, que adota o modelo privado desde 1980 e reúne metade das 200 dessas instituições existentes no mundo, encarcerar tornou-se negócio bilionário, informou na reportagem. Agora, a semente foi lançada no Brasil: nos documentos disponíveis sobre a parceria, é levado em conta o “retorno ao investidor”. Integra da reportagem: HTTP://apublica.org/2014/05/quanto-mais-presos-maior-o-lucro.


FONTE: Revista RADIS, nº 142, julho de 2014.


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