terça-feira, 19 de julho de 2016

Estrelas da NBA elevam voz contra violência e racismo nos EUA

Estrelas da NBA elevam voz contra violência e racismo | Foto: Kevin Winter / Getty Images North America / AFP / CP

Mortes de dois afro-americanos e ataque de atirador negro sacudiram país nas últimas semanas
As estrelas da NBA Carmelo Anthony, Chris Paul, Dwyane Wade e LeBron James levantaram a voz nesta quarta-feira contra a violência e o racismo nos Estados Unidos, durante a entrega dos prêmios ESPY aos atletas.
"Não podemos ignorar a realidade do que está ocorrendo agora nos Estados Unidos. Os acontecimentos das últimas semanas demonstraram a injustiça, a desconfiança e a ira que afeta tantos", disse Anthony, estrela do New York Knicks, durante a cerimônia da ESPN.
"O sistema está quebrado, os problemas não são novos, a violência não é um fenômeno novo, a divisão racial, definitivamente, não é algo novo, mas nunca foi tão urgente mudar as coisas", assinalou Anthony.
As mortes de dois afro-americanos na semana passada em ações policiais, e o ataque de um atirador negro que liquidou cinco agentes brancos da polícia de Dallas sacudiram o país. 
"Lendas como Jesse Owens, Jackie Robinson, Muhammad Ali, John Carlos, Tommie Smith, Kareem Abdul-Jabbar, Jim Brown, Billie Jean King, Arthur Ashe e muitos outros (atletas) tem provado o exemplo que o esporte pode dar, e optamos por seguir estes passos", disse Paul, armador do Los Angeles Clippers.
"Isto tem que parar. Como esportistas devemos fazer mais do que já fazemos (...), nem sempre será fácil, mas é preciso", declarou Wade, que passou recentemente ao Chicago Bulls.
"Vamos aproveitar o que está ocorrendo neste momento para chamar todos os atletas profissionais a agir, fazer ouvir suas vozes, sua influência contra todas as formas de violência...", assinalou James, o astro do atual campeão da NBA, Cleveland
Cavaliers.
FONTE:http://www.ceert.org.br/noticias/esporte/12547/estrelas-da-nba-elevam-voz-contra-violencia-e-racismo-nos-eua

Alicia Keys, Beyonce e Rihanna lançam vídeo com maneiras que um negro pode ser morto nos EUA

“Correndo para o banheiro do seu próprio apartamento”, “Entrando no trem”, “Andando na direção contrária da polícia”, “Andando em direção à polícia”. Veja o vídeo da campanha “We Are Here”, encabeçada por Alícia Keys e que contou com o apoio de diversos artistas
Uma campanha encabeçada pela canto“We Are Here” (Nós estamos aqui) lançou um vídeo essa semana com ’23 maneiras que você pode ser morto nos EUA só por ser negro’. A iniciativa coloca casos reais de mortes sem motivos de negros cometidas pela polícia.
ra por Alicia Keys chamada
Veja o vídeo:
FONTE:http://www.revistaforum.com.br/2016/07/14/alicia-keys-beyonce-e-rihanna-lancam-video-com-maneiras-que-um-negro-pode-ser-morto-nos-eua/

Os grupos separatistas negros estão renascendo nos EUA?

Grupos separatistas negros têm ganhado força nos Estados Unidos
Micah Xavier Johnson, o jovem que na semana passada matou cinco agentes e feriu outros sete em Dallas (Texas, Estados Unidos), apoiava alguns grupos separatistas negros, e sua atitude reacendeu um debate que tem ganhado força a cada nova notícia de violência policial contra negros no país: esses coletivos mais extremistas estariam renascendo mais fortes nos Estados Unidos?
Neste domingo, mais policiais foram mortos em um tiroteio em Baton Rouge, a capital da Louisiana. Ainda não se sabe a motivação de quem atirou, mas a cidade - e o país - vive um clima de tensão racial por causa da morte de negros por policiais (Alton Sterling, vendedor de CDs em uma loja de conveniência em Baton Rouge, e Philando Castile após ter sido parado por policiais por causa de um farol queimado no carro em Minnesota).
Em meio a essas polêmicas, grupos separatistas negros como o Novo Partido Panteras Negras para Autodefesa, a Nação do Islã, e o Partido da Liberação dos Caveleiros Negros, por exemplo, têm se fortalecido.
O caso da semana passada chamou a atenção especialmente por conta de uma frase que Johnson teria dito antes de morrer por causa de uma bomba detonada por um oficial da polícia. Segundo os próprios policiais, ele gritou para eles que "queria matar agentes brancos".
Ainda que tenha dito que atuava sozinho e que não era filiado a nenhuma organização, a participação de Johnson nas redes sociais revela o entusiasmo que sentia pelos grupos que lutam de maneira radical pelos direitos dos negros no país.
Ainda não está claro se, de fato, Johnson pertencia a algum deles, mas em uma das imagens de seu perfil no Facebook, ele chegou a levantar o punho no estilo da saudação do Black Power, o poder negro, algo associado ao Partido dos Panteras Negras, uma organização nacionalista negra, socialista e revolucionária que surgiu nos Estados Unidos entre 1966 e 1982.
Micah Johnson também havia se unido a grupos na internet que faziam referências aos Panteras Negras.
Membros do novo movimento das Panteras Negras enfrentam a polícia em Baton Rouge
Além disso, muitas das organizações que supostamente o inspiraram o haviam incluído em uma "lista negra", segundo noticiou o site americano de notícias "The Daily Beast".

O que são os grupos separatistas negros?

Enquanto alguns grupos de ativistas como o "Black Lives Matter" (A Vida dos Negros Importa, na tradução livre) assumiram um papel central na pressão em cima do poder público para promover uma reforma policial e a justiça racial nos Estados Unidos, os grupos separatistas de negros têm um enfoque mais extremista.
Muitos desses "grupos de ódio" têm suas raízes no racismo e no anti-semitismo, de acordo com Heidi Beirich, do Centro Legal para a Pobreza no Sul (SPLC na sigla em inglês).
Benrich afirmou à BBC que esse tipo de movimento extremista se diferencia de outros coletivos de supremacia branca, como a Klu Klux Klan, já que eles surgiram como resposta e forma de combate à opressão branca aos negros na sociedade.
Muitos dos atuais grupos separatistas negros tomam como referência o Partido das Panteras Negras original, que chegava a ter uma patrulha de cidadãos armados para supervisionar o comportamento da polícia da Califórnia durante a década de 1960.
No entanto, nenhum desses grupos modernos é filiado aos Panteras Negras.
Segundo Clayborne Carson, historiador de Stanford, o antigo movimento promoveu a resistência armada, mas depois optaram por outra estratégia.
"Eles concluíram que incentivar esse tipo de supervisão com armas era contraproducente porque dificultava o apoio da comunidade negra", pontuou Carson à BBC.
"Em certo sentido, as patrulhas dos Panteras Negras no passado faziam o que hoje fazem as câmeras fazem hoje", afirmou o historiador. "Se eles tivessem iPhones naquela época, não só teriam vigiado a polícia, como a teriam gravado cometendo seus abusos."

Quem são eles?

O "Novo Partido das Panteras Negras para Autodefesa" (NBPP, na sigla em inglês), foi fundado em 1989 na cidade americana de Dallas e é hoje um dos principais grupos separatistas negros do país.
O grupo conta com uma plataforma de luta de dez pontos em que defendem o poder de praticar a autodeterminação para a fundação de uma "Nação Negra", a liberação de todos os prisioneiros negros, o fim da brutalidade policial e convoca os negros a portarem uma arma para "autodefesa".
O Centro Legal para a Pobreza no Sul e a Liga Anti Difamação chamaram o NBPP de um grupo de ódio cujos líderes estão incentivando a violência contra os brancos, os judeus e a polícia.
O próprio Bobby Seale, co-fundador do movimento das Panteras Negras, considerou a retórica do Novo Partido das Panteras Negras para a autodefesa como "xenofóbica e absurda".
A história da Nação do Islã é um pouco diferente. Esse movimento foi fundado em 1930 e é considerado como o mais antigo dos grupos nacionalistas negros nos Estados Unidos.
Ainda que suas atividades ofereçam programas de serviços sociais às comunidades afro-americanas, o SLPC e a Liga Anti Difamação consideram a consideram um "grupo de ódio fundado no anti-semitismo e no racismo".
Finalmente, o Clube de Tiro Huey P Newton levou esse nome em homenagem a um dos integrantes originais dos Panteras Negras. Ele surgiu no ano passado, também em Dallas, diante daquilo que seus organizadores chamaram de "terrorismo policial".
Esse movimento ensina autodefesa e realiza patrulhas em zonas da cidade onde os negros já foram mortos pelas mãos de policiais.
"Ao nos armarmos, somos capazes de criar uma cultura de independência das instituições do governo, porque elas não levam em consideração nossos interesses", disse Rakem Balogun, um dos fundadores do clube.
Movimento Black Lives Matter une brancos e negros nos EUA
"Quando (os brancos) nos veem com armas de fogo, eles pensam que somos bandidos em vez de pensarem que somos defensores dos negros", afirmou.
Ainda que Johnson, o jovem que matou cinco agentes no Dallas, fosse seguidor do grupo do Clube de Tiro Huey P Newton no Facebook, o membro do movimento Erick Khafre disse ao Los Angeles Times que Johnson não estava vinculado ao clube "de nenhuma maneira".
Para Heidi Beirich, do Centro Legal para a Pobreza no Sul (SPLC), esse clube de tiro não é considerado um grupo de ódio porque não reforça ideias racistas.

Quantos existem?

Nos últimos anos, as mortes de cidadãos negros em incidentes com a polícia fizeram proliferar mais e mais grupos separatistas negros, de acordo com o SPLC.
De acordo com um estudo realizado pelo Washington Post, em 2015, os policiais atiraram e mataram quase mil civis.
Acrescente-se a isso, conforme pontua Heidi Beirich, as mortes de Michael Brown, Eric Garner, Freddie Gray e, mais recentemente, Philando Castilo, e Alton Sterling, que acabaram sendo utilizadas como "ferramentas de organização" por diversos grupos para enfatizar o racismo que existe na polícia.
Em resposta a tudo isso, o número de grupos separatistas negros aumentou de 113 em 2014 para 180 em 2015, de acordo com as estatísticas do SLPC.

Em que eles acreditam?

Cada grupo defende diferentes ideais com relação ao poder negro e à opressão branca. No entanto, muitos grupos separatistas negros são explicitamente anti-brancos e tendem a ter em comum também um alto nível de desconfiança sobre o governo e o poder público, segundo Beirich.
Alguns grupos são também anti-semitas e anti-gays, algo que poderia se atribuir à retórica defendida por muitas décadas pela Nação do Islã.
Fotógrafo de Nova Orleans registrou imagem de uma jovem negra de vestido, de pé e aparentando calma diante do que parece ser a chegada esbaforida de dois policiais armados e trajando equipamento completo de choque. A foto viralizou internacionalmente.
O líder deste grupo, Louis Farrakhan, é conhecido por pregar o anti-semitismo e por disseminar mensagens homofóbicas.
"Esses falsos judeus promovem a sujeira da sociedade de Hollywod e tentam disseminá-la pelo povo americano e pelo mundo e, com isso, enfraquecem sua moral…são judeus malvados, falsos os judeus que promovem o lesbianismo e a homossexualidade", disse Farrakhan em 2006.
"Esse grupo deixou uma onda radical no movimento nacionalista negro", observou Beirich. Segundo a representante do Centro Legal para Pobreza no Sul, muitos radicais podem ter começado como membros da Nação do Islã para logo assumirem posições mais extremistas.
Pelo contrário, o movimento "Black Lives Matter" se estende para além da comunidade negra nos Estados Unidos.
"O que surpreende do protesto organizado por eles é que ele é multirracial", observa o historiador Clayborne Carson. "É provavelmente um dos movimentos mais multirraciais que existem atualmente nos Estados Unidos."
FONTE:http://www.bbc.com/portuguese/internacional-36771078

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Representatividade importa, e está faltando muito isso no Brasil


MARIA


Sinopse

Maria Uma Jovem moradora de favela é presa confundida com Teresa Caça-níquel, suspeita de envolvimento com jogos de azar. Maria foi torturada, agredida, violentada         e a maior autoridade do país apenas discursa sobre a prática de tortura.

Direção: Erica Sansil

Duração: 1 minuto
Ano de produção: 2014
País: Brasil


FONTE: http://www.afroflix.com.br/item/maria-nacional/

Mães do Hip-Hop

Sinopse
É a HIP HOP primeiro filme que os protagonistas não são os MCs , mas sim suas   mães ( Dudu de Morro Agudo , Leão XIII , Atomo , e Lisa Castro e Kall ). Elas determinam o perfil dos caras e através da lente é capaz de obter uma idéia de       como a vida cotidiana dos jovens nas terras baixas.
Direção: Dudu de Morro Agudo e Janaina Oliveira (Re.Fem.)
Duração: 26 minutos
Ano de produção: 2009
País: Brasil
Estado: Rio de Janeiro (RJ)
FONTE:http://www.afroflix.com.br/item/maes-do-hip-hop/

QUAL A COR DA MINHA PELE?



AFROFLIX

Sobre o AFROFLIX

AFROFLIX é uma plataforma colaborativa que disponibiliza conteúdos audiovisuais online com uma condição: aqui no AFROFLIX você encontra produções com, pelo menos, umaárea de atuação técnica/artística assinada por uma pessoa negra. São filmes, séries, web séries, programas diversos, vlogs e clipes que são produzidos OU escritos OU dirigidos OU protagonizados por pessoas negras.

*Inicialmente estamos disponibilizando a plataforma apenas com conteúdos brasileiros. Mas se você não é brasileiro, se encaixa nas exigências da plataforma e concorda com os termos de uso do site, você pode se inscrever! Ou, se você tem uma indicação maneira para fazer e que se encaixa nas exigências da plataforma, fala que é nós! :)

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MULHERES PRETA QUE MOVIMENTAM #7 - ERIKA CANDIDO

Erika Candido é amor. Mais que amor. Erika é potência combinada com querência, com fome de fazer. E faz. Ela é produtora de 3 filmes que quebraram a hegemonia branca do cinema brasileiro: Kbela, Elekô e Quijaua. Isso é querer e, junto com uma equipe incrível, fazer. Essa é Erika Candido, mulher preta referência.

MBP - Quem é você? 
Erika Candido - Meu nome é Erika Candido, preta, mãe do maravilhoso Gael, filha de Eliane Candido e Paulo Marinho, nascida na zona norte do Rio de Janeiro, integrante do coletivo Mulheres de Pedra, produtora audiovisual, mas que já atuou na produção de teatro e da música e que acredita que a arte é transformadora! Me defino como uma mulher preta guerreira, que atua em vários projetos pessoais e profissionais para dar conta do desenvolvimento do meu filho, sonhadora, e que está na luta para construção de novos caminhos.

MBP - Como se deu a descoberta da sua negritude?
EC - Me descobri em quanto negra quando passei a enxergar mulheres negras incríveis que não tentavam se esconder para se encaixar nos padrões impostos pela sociedade. Mulheres que se apresentavam ao mundo simplesmente pelo que eram e não pelo que precisavam ser. Mulheres de Pedra foi crucial nesse caminho, aquele quintal, aquelas mulheres... nossa, é puro amor! Mas também poder realizar obras audiovisuais que me colocavam em confronto com minhas dores, anseios, lembranças e provocações ancestrais, foi uma reviravolta na vida. Nem sei dizer bem o que foi tudo isso, mal conseguia falar sobre, mas foi um momento muito difícil, na verdade ainda é difícil, a caminhada é árdua, de muita luta, fortes dores, mas também de importantes vivências e grandes realizações coletivas. Sinto cada dia mais a necessidade de seguir nessa caminhada lutando por dignidade para o povo preto, por espaço, por possibilidade, por sonhos e por menos estatísticas negativas.
Cara, meu filho precisa poder sonhar e ter acesso a possibilidades de realizações.

MBP - O que te levou a escolher a sua profissão? 
EC - Sempre quis fazer algo que que eu pudesse me comunicar. Quando jovem não sabia muito bem o que era, não tinha tanto conhecimento das possibilidades e escolhi o jornalismo como um caminho dessa estrada. Depois de um tempo estudando comunicação, percebi que esse ato de comunicar pra mim não seria tão óbvio assim, pois eu tinha uma proximidade muito grande com as artes e fui buscar esse comunicar pela arte e entender como seria isso.
Como eu ia falar com as pessoas sem estar nos palcos ou diante das câmeras? Fui viver experiências fora da faculdade, fui buscar ferramentas que pudessem me abrir esse caminho e foi durante essas buscas que descobri que existia uma galera que estava nos bastidores e que também fazia parte do show! Descobri que produzir uma obra é uma das coisas mais incríveis da vida. Que construir, desenrolar, se envolver no processo de realização é o que me faz feliz profissionalmente e pessoalmente. Ver o público vidrado numa parada que me dediquei para fazer acontecer, me faz chorar, me emocionar com que produzo é meu combustível para seguir esse caminho. Não consigo descrever o que sinto ao saber que a arte que produzo gera diálogo, reflexão, reconhecimento, empoderamento e amor.

MBP - Como foi o caminho da sua graduação?
EC - O caminho da minha graduação não foi nada diferente da maioria dos jovens negros. Trabalhei para pagar minha faculdade, tranquei em vários momentos por falta de grana, por falta de tempo, pois precisava trabalhar. Faltando pouco tempo para concluir o curso, consegui uma bolsa na faculdade por ser integrante de um projeto social, mas mesmo assim precisei trancar para dar conta da rotina de trabalho. Terminei meu curso com período maior do que levaria se tivesse tido mais conforto e tranquilidade para ser feito, mas nada disso diminui o meu orgulho de ter conseguido terminar minha graduação. Digo isso não só pelo que representaria para minha vida profissional e social, mas também por ter conseguido dar a alegria pros meus pais de dizerem “Minha filha se formou!”. Eles são muito merecedores disso.
MBP - Quem são as pretas e pretos que te inspiram? 
ECMinha mãe que muitas vezes não entende muito sobre meus pedidos, meus sonhos, mas embarca da mesma forma por acreditar que é algo que vai me fazer feliz. Minha vó por todas as conversas que tínhamos quando jovem, por ter acreditado tanto nas minhas ansiedades e que hoje tão tomando formas tão lindas. Monique Rocco por ser tão presente em minha vida todos esses anos, e ter me levado de encontro ao coletivo Mulheres de Pedra, e que hoje não me vejo mais longe de toda a vivência e amor que esse coletivo me proporciona. Todas as Mulheres de Pedra, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Sil Bahia, Karina Vieira, Dandara Raimundo, Isabel Zua, Regina Celi (minha rainha dos dreads), as minas do Afrofunk, e tantas outras mulheres pretas, fortes, guerreiras e incríveis que me inspiram diariamente e que não me lembrei de colocar aqui. Já sobre os pretos destaco meu avô que foi o velho mais gente boa que conheci em toda minha vida e nos deixou meses atrás mas com a certeza de que sua memória será mantida pra sempre em nossos corações. Meu pai com sua incrível parceria. Meus irmãos. Meu pequeno grande Gael que diariamente me ensina, me mostra um amor incondicional e incríveis ensinamentos. E os amigos Anderson Xucka e Bruno F. Duarte com seus corações e fazeres maravilhosos. Certamente esqueci de vários nomes, pois sou péssima nisso! (risos)

MBP - Quem é aquela mulher preta que você conhece e quer que o mundo conheça também?
EC - Eu queria que o mundo conhecesse muitas mulheres pretas incríveis que eu tenho a honra de conhecer e de serem presentes em minha vida. Mas de verdade, eu gostaria que o mundo conhecesse minha mãe! Uma mulher preta, guerreirona, nascida na década de 50 em Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio e que durante os anos 70 se formou em comunicação. Poxa, minha mãe se formou numa época em que frequentar academia para alguém na condição dela era quase impossível!!!! Claro que hoje temos muito que caminhar, em muitos espaços essa condição não mudou. Mas eu vejo com muito orgulho essa conquista, pois foi lá e venceu as estatísticas da época! Isso é lindo demais! Quero que o mundo conheça a mulher que acredita em muitos dos meus sonhos, mesmo não confiando tanto em alguns momentos! (risos)
Discordamos em vários pensamentos, e eu estou aprendendo a aceitar com mais naturalidade, já que pertencemos a gerações diferentes. Essa abertura ao diálogo tem me levado a pensar sobre tolerância, a questionar meu comportamento enquanto mulher, filha e mãe. Ela é muito sinistra, atua em várias frentes na vida... tá sempre disposta a ajudar o próximo.
Eu também queria que todo mundo conhecesse o rango dela, é sensacional! (risos)

MBP - Na sua trajetória profissional o quanto avançamos e o que ainda temos que avançar?
EC - Acho que estamos caminhando, nos fortalecendo, dialogando, produzindo conteúdos que nos fazem refletir enquanto mulheres negras, mas temos ainda um longo caminho de luta e resistência a trilhar. Como produtora audiovisual dividi pouquíssimos sets com outras mulheres negras, seja ocupando a mesma posição, dialogando sob o mesmo fazer ou até mesmo em outras categorias da cadeia audiovisual. Temos muitos falando sobre nossas vivências, culturas, dores e amores, mas nós não estamos nos lugares que queremos e merecemos para protagonizar nossas histórias. Não temos ainda acesso necessário às ferramentas, então somos legitimados a objetos de estudo e quase nunca a protagonistas. Mas eu vejo um movimento muito grande em prol dessa mudança, com cursos em algumas comunidades, equipamento chegando em outras, as pretas tendo espaços de fala, articulações e reflexões. Mas o mercado ainda não é representado por nós e não estamos inseridas nele como deveríamos. Claro que seguiremos na luta, pois vai ter preta realizando, construindo e formando parte do mercado audiovisual sim, sociedade!

MBP - Como você lida com a sua estética negra?
EC - De uns anos pra cá adotei os dreads e pretendo ficar bastante tempo com eles. Cuido com produtos naturais como pomadas, sabonetes, e até perfumes. São essências maravilhosas!! Tenho ousado nos turbantes... tenho feito uns bem legais! Sobre a pele não faço absolutamente nada, só quando tenho algum evento babadeiro, passo uma maquiagem bem leve e nada mais. Uso roupas que me deixam confortável e tento sempre fortalecer as irmãs que estão na luta com sua arte. Elas sempre arrasam nas roupas e acessórios.


MBP - Umas das palavras mais em voga no momento é representatividade. O que é representatividade pra você?
ECRepresentatividade pra mim é olhar para um espaço cheio de pretas e pretos e querer saber o que tá acontecendo, pois sempre quero me misturar com meu povo. É pegar um transporte público e encontrar uma mina preta de turbante e nos cumprimentarmos sem nunca termos nos vistos. É chegar nos espaços e ver que tem preto fazendo tudo, ocupando outros setores além daqueles que já somos pré destinados. É caminhar pelas ruas e ver que o povo preto tá colocando a cara no sol e dando nome e sobrenome pela pista com muito trabalho, dedicação e amor em seus fazeres. Tem preta podendo sonhar e realizar, isso é muita representatividade.

Conheça os filmes produzidos pela Erika Candido: www.afroflix.com.br

FONTE:http://meninasblackpower.blogspot.com.br/2016/07/mulheres-preta-que-movimentam-7-erika.html

SANTANA EM DEBATE - Melhorias que nosso bairro precisa.


A propaganda é essencial em qualquer campanha militar…


Por: Wellington Agudá
As pessoas negras tendem a não compreender as propagandas e a razão pela qual não compreendemos as propagandas é porque os canais de propaganda, as mídias: os condutores, as rádios, a televisão, os jornais impressos… é porque tendemos apenas ver como uma forma de entretenimento. Nós não vemos isso como uma estratégia militar.
Quando um filme descrevendo as pessoas negras em imagens negativas, quando há caricatura nos jornais fazendo piadas sobre pessoas negras, nós tendemos a ver como entretenimento politico. Nós não vemos isso como algo que estabeleça as fundações para antes da tempestade. Isso é exatamente o que eles fizeram em Wilmington.

Você sempre busca criar um contexto que permita que sua campanha militar seja aceitável. Isso é sempre contextual. Se você ver Adolph Hitler na Alemanha Nazista. Ele tinha uma campanha de propaganda que durou mais de um ano, antes dele ter começado a oprimir fisicamente os Judeus, ele teve que se certificar de que a mentalidade nacional havia sido condicionada a aceitar o extermínio  por vir. EmWilmington, Carolina do Norte a mesma coisa aconteceu. Anos antes daAlemanha Nazista. Através das Revistas, através do rádio, através do boca-a-boca, através das peças teatrais. Eles criaram uma imagem negativa do negro… Nas mentes das pessoas brancas no caso de quaisquer liberais que fossem contra o que eles iam fazer. Eles foram lentamente capazes de reformar ali a opinião e através de constantes repetições inserir informações negativas sobre a população alvo.
Veja, a única coisa sobre o cérebro que temos que entender, é a criação de uma repetição. Quem tem maior acesso ao cérebro , o comanda. É tudo uma questão de volume, não de qualidade. Quanto mais você disser as pessoas que um determinado grupo de pessoas não é bom. Quanto mais você mostra imagens. Quanto mais você mostrar sons, poemas, danças, projetando informações negativas sobre um povo. Cedo ou tarde o subconsciente começa a ficar condicionado. Automaticamente!  Porque você não pode desligar o subconsciente. Para o que ele vê e para o que ele ouve. Sons e imagens, você não pode parar isso, a não ser fique longe disso tudo. Então, o som e as imagens são fundamentais a qualquer campanha de propaganda, porque ajudam a diminuir a defesa de qualquer pessoa que talvez adivinhe o que você esta tentando fazer. É a mesma coisa que esta acontecendo neste exato momento.
Há um ataque direto a imagem dos homens e mulheres negras,INTERNACIONALMENTE!!!
Então, quando encarceramento em massa, homicídios acontecem, ninguém se importa com o que esta acontecendo com o POVO NEGRO,  porque já foram condicionados a acreditar que essas pessoas são melhores mortas, de qualquer maneira. Então, propaganda é o primeiro estágio da guerra militar. Agora mesmo esta sendo configurada mais uma ação publicitária para mais uma campanha de extermínio em massa. Vai ser pior que  WilmingtonTulsaCharleston,Rosewood. Isso vai ser pior. Sempre que existe propaganda fica pior, você sabe que o extermínio vai ser muito pior, porque você vê o quão longe o exterminador teve que ir, a fim de condicionar as pessoas para prepará-las para a carnificina por vir.
Legenda e tradução: Wellington Agudá
FONTE: https://afro21.com/2016/07/12/a-propaganda-e-essencial-em-qualquer-campanha-militar/?fb_action_ids=1218591444819728&fb_action_types=news.publishes

SERENA WILLIAMS, A MELHOR DO MUNDO

Por Djamila Ribeiro


A força simbólica dessa foto! Milhões de punhos estão ali.



Serena Williams conquistou hoje o vigésimo segundo título de Grand Slam. Igualou o recorde de Steffi Graf. Campeã olímpica e detentora de mais 13 títulos de Slam nas duplas com sua irmã, Venus, Serena é a melhor de todos os tempos. 




Mesmo sendo incrivelmente campeã, Serena ganhava menos em publicidade do que Maria Sharapova, antes dessa ser suspensa por doping. Sharapova possui 5 títulos de Grand Slam, bem menos do que Serena, mas vendia mais. Por mais de 10 anos, Serena e Venus não jogaram o torneio de Indian Wells como forma de boicote por terem sido vítimas de racismo. Venus ainda se recusa a jogar. 
Ambas começaram no esporte sendo treinadas pelo pai em quadras públicas de tênis até se destacarem e serem convidadas a treinar numa academia famosa e cara.




Isso porque eu não falei das várias dezenas de títulos de wta, torneios menores. Mesmo com todo esse currículo, Serena é atacada nas redes sociais. Na página da WTA tem sempre pessoas a chamando de "macaca ", "feia", "parece um homem " "deselegante" e vários xingamentos. Além de ser super campeã, Serena comete o crime de ser super auto confiante, o que faz com que leve o título de arrogante. Mais : ela não faz a mínima questão de ser a "lady" , no tênis há essa frescura de ter que ser "fina", dentro de uma lógica elitista. Quando ganha títulos em Paris, faz o discurso em francês, quando ganha na Itália, faz em italiano, fazendo com que os comentaristas brasileiros medíocres fiquem muito surpresos. Falar nisso, muitos a desrespeitam, chamam de "Serenão" , "show de horror ". Quando denunciei isso num texto, vieram chorar. 




Serena é a melhor e nem assim deixa de ser atacada. Ela cometeu o terrível crime de sair do seu lugar e jamais será perdoada, mas ao mesmo tempo vai incentivar outras a sair. Por isso acho que não devemos ligar para haters. Se Serena sendo a deusa do universo é atacada, imagina nós meras mortais. Devemos nos focar na luta para que uma mulher negra campeã no tênis não seja mais exceção, assim como na universidade e em outros espaços. Seguir no caminho da construção de uma nova sociedade. Quem quiser ficar no passado que fique. 




Sei que esse recorde de Serena não altera nossas vidas concretamente, mas nos dá a oportunidade de acreditar. Vida longa à campeã. 





AINDA ASSIM ME LEVANTO (MAYA ANGELOU)
TRADUÇÃO FRANCESCA ANGIOLILLO
VOCÊ PODE ME INSCREVER NA HISTÓRIA
COM AS MENTIRAS AMARGAS QUE CONTAR
VOCÊ PODE ME ARRASTAR NO PÓ,
AINDA ASSIM, COMO PÓ, VOU ME LEVANTAR
MINHA ELEGÂNCIA O PERTURBA?
POR QUE VOCÊ AFUNDA NO PESAR?
PORQUE EU CAMINHO COMO SE EU TIVESSE
PETRÓLEO JORRANDO NA SALA DE ESTAR
ASSIM COMO A LUA OU O SOL
COM A CERTEZA DAS ONDAS NO MAR
COMO SE ERGUE A ESPERANÇA
AINDA ASSIM, VOU ME LEVANTAR
VOCÊ QUERIA ME VER ABATIDA?
CABEÇA BAIXA, OLHAR CAÍDO,
OMBROS CURVADOS COMO LÁGRIMAS,
COM A ALMA A GRITAR ENFRAQUECIDA?
MINHA ALTIVEZ O OFENDE?
NÃO LEVE ISSO TÃO A MAL
SÓ PORQUE EU RIO COMO SE TIVESSE
MINAS DE OURO NO QUINTAL
VOCÊ PODE ME FUZILAR COM PALAVRAS
E ME RETALHAR COM SEU OLHAR
PODE ME MATAR COM SEU ÓDIO
AINDA ASSIM, COMO AR, VOU ME LEVANTAR
MINHA SENSUALIDADE O AGITA
E VOCÊ, SURPRESO, SE ADMIRA
AO ME VER DANÇAR COMO SE TIVESSE
DIAMANTES NA ALTURA DA VIRILHA?
DAS CHOÇAS DESSA HISTÓRIA ESCANDALOSA
EU ME LEVANTO
DE UM PASSADO QUE SE ANCORA DOLOROSO
EU ME LEVANTO
SOU UM OCEANO NEGRO, VASTO E IRREQUIETO
INDO E VINDO CONTRA AS MARÉS EU ME ELEVO
ESQUECENDO NOITES DE TERROR E MEDO
EU ME LEVANTO
NUMA LUZ INCOMUMENTE CLARA DE MANHÃ CEDO
EU ME LEVANTO
TRAZENDO OS DONS DOS MEUS ANTEPASSADOS
EU SOU O SONHO E AS ESPERANÇAS DOS ESCRAVOS
EU ME LEVANTO
EU ME LEVANTO
EU ME LEVANTO