O primeiro e aguardado EP da cantora será lançado só amanhã, mas antecipamos um pedacinho.
Amanhã é o dia do lançamento oficial do primeiro EP da Tássia Reis, que leva o seu nome. Com alguns anos de preparação, a rapper de Jacareí, no interior de São Paulo, está mega animada com a ideia de finalmente começar a divulgar seu primeiro trabalho por aí. "Cada passo que dou, dá uma tremida de perna", ela nos contou durante entrevista num café em São Paulo.
Dançarina de street dance, formada em moda, Tassia começou a rimar quase por acaso. Foi entre um ensaio e outro de dança, que passou a escrever umas letras com incentivo das amigas. Depois de se formar na faculdade, resolveu se dedicar à música e seu primeiro single, 'Meu Rapjazz', deu força para apostar de vez na carreira. "Foi quando eu vi que podia dar um game".
E deu demais. Hoje a Tassia libera pra gente com exclusividade uma faixa do seu novo trabalho, a 'No seu Radinho', que ela reescreveu algumas vezes até chegar ao resultado final. "Queria a música mais esperançosa e não um clichezão romântico". Confira abaixo parte do nosso papo com a cantora e fique atento para o lançamento oficial do EP amanhã, a partir das 15h, no seu Facebook oficial.
Ouça 'No Seu Radinho', de Tassia Reis:
Como foi o processo de criação do EP?
Demorou uma vida. Comecei o trabalho de gravação no começo do ano. Já tinha uns beats, são sete faixas com produtores diferentes. Fui achando os beats aos poucos, quando vi que tinha o que queria, comecei o processo. Algumas músicas já tinha há algum tempo, outras gravei só para o EP. Gravamos em abril e maio e finalizamos depois. A Copa nos atrasou um pouco, queria lançar oficialmente com o disco na mão. A capa ficou do jeito que eu queria e tudo mais, então resolvemos lançar agora em setembro.
As composições são suas?
Sim, a maioria. Algumas faixas tem participações. Eu gosto do processo criativo, estou me descobrindo como compositora. A segunda música do disco [Good trip] eu reescrevi três vezes. Escrevi, gostei, depois reescrevi. Deixei um mês parada. Já a quarta música [Calma Preta] escrevi de uma vez, em 2010, mudei só uma palavra ou outra. Outra que refiz também foi a 'No seu radinho', que estamos lançando aqui. Achei que ela tinha ficado muito triste, daí pensei que não queria me expor dessa maneira agora e resolvi fazer outra mais esperançosa. Falo como se fosse uma música querendo conquistar o ouvido.
Você sempre escreveu?
Eu sempre gostei muito de escrever, só por isso comecei a cantar. No começo era meio perdido, porque escrevia sem um beat, sem norte, criava uma melodias malucas na minha cabeça. Daí comecei a me educar, um processo de autoeducação mesmo. Comecei a escrever em cima de um beat de um amigo ou um gringo. Assim ficava mais fácil. Tenho paixão pela criação de qualquer coisa, seja escrever ou, sei lá, fazer um brinquedinho de massinha. É muito legal.
Quando você começou a fazer rap?
Eu dançava street dance semi profissional. Foi a porta de entrada pro hip-hop, dançava num projeto social da minha cidade, Jacareí. Sabe a sensação de que você acha seu lugar no mundo? O hip-hop mudou minha vida nesse sentido, me fez enxergar outras coisas, me fez prestar atenção nas artes, na arquitetura, no grafite. Daí a partir da dança comecei a prestar atenção em figurinos, a me conectar com moda. Decidi trabalhar mesmo com música em 2012, quando fazia Design de Moda. Terminei o curso falei: 'chega, vou voltar pra casa dos meus pais e me dedicar inteiramente a isso'. Foi um tempo até eu entender umas coisas, como funcionava.
E depois disso o 'Meu Rapjazz' bombou?
Sim, não era pra fazer um single especial. Era pra ser parte de uma mixtape de um cara com sons de várias meninas e a maioria das garotas deram pra trás. Eu mandei, soltamos no soudcloud e bombou. Na época eu nem divulguei porque tava sem computador (risos). Me pegou de surpresa quando eu vi que podia dar um game.
Fala um pouco dessa música que a gente tá liberando.
'No seu Radinho', quem produziu foi o DJ Zala. Ela parece banda, é muito orgânica. Quando ouvi fiquei no chão, é muito linda. Escrevi uma letra triste, depois mudei, porque queria ela mais esperançosa, não queria ser clichezão no romântico. Eu já fiz muita participação em musica romântica, porque minha voz é romântica. Mas queria ser mais leve, me colocar em outra situação, não ser só uma garota xavecando um cara.
Legal, e o EP ficou como você queria? A capa tá demais.
Sim, a proposta da capa era bem simples. Pegamos uma referência da Lupita, em que ela tá numa foto em preto e branco, sem nada. A ideia era eu despida de qualquer coisa, me mostrando no melhor sentido da palavra.
E qual é a sensação de ver o projeto pronto?
Eu não sei, não to sabendo ainda. Cada passo que dou, dá uma tremida de perna, fico em choque. Esta semana lancei o vídeo com o Making Of e ver todo mundo trabalhando em torno disso é muito gratificante. Para algumas pessoas é um disquinho, mas pra mim é a realização de um sonho.
Pra finalizar, que sons você tem ouvido e que te influenciam?
Gosto de ouvir muita coisa, tento misturar mesmo pra dar uma arejada na cabeça. O que eu tenho ovino agora é Rudimental, muito SZA, ela é divina. E também Cícero, o 'Canções de apartamento', to viciada nele. Escuto muito os meninos que eu gosto, tem o Rashid também, que sou admiradora do trabalho dele.
Valeu, Tássia! Muito sucesso pra você!
FONTE:http://www.redbull.com/br/pt/music/stories/1331679160397/exclusivo-o-novo-som-da-tassia-reis