ASSISTENTE SOCIAL COM BACHAREL DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE-CAMPOS/RJ & RAPPER.
Até quando teremos que ser e viver para os outros uma maioria em
sua insignificância razão uníssona em que todos temos que ser um único ser
alienado e condizentes com uma realidade im-plural?
Até quando serei obrigado a
ouvir deboches e desaforos em relação as minhas vestimentas, cultura e modo de vida?
O sistema na aplicabilidade da alienação é muito eficaz e com isso
vai mantendo a sua política de controle de massa permitindo dessa forma o
avanço voraz do capital que vem devorando todos os recursos com um apetite
imenso e tempestuoso.
Ceder de um lado manter e controlar o outro, festas no espírito
branco de Baco, futebol, bundas e mais abundâncias e músicas que pregam a
alegria, felicidade que tristeza não existe, músicas com toque cultural de plasticidade
enfeitam as ruas, invadem as casas pregando a alienação e devoção irrestrita e
total ao capital neoliberal.
Quem não gosta de Money? Eu gosto e muito claro. Mas existe uma
diferença enorme entre a espécie e o sistema.
A criatura em seus sentidos sensoriais peculiares e assistemáticos
vislumbra sempre o que é mais fácil de ser digerido, mesmo que o alimento o
torne escravo de seus próprios medos e incertezas. Surgem dessa forma
abarrotada milhares de famigerados sem limites, animadores de platéia em meio
ao cerne da perplexidade humana perante a existência da barbárie social.
Nada contra o lepo, lepo e demais indagações basais corporificadas
que vem pincelando a arte cotidiana com seus repetitivos instrumentos
pró-felicidade salutar acima de tudo. O underground, o alternativo tem total
ciência que são elementos praticamente não tão atrativos para a gigante massa
de manobra. O que os sujeitos atuantes dessa cultura e modo de vida esperam da
gigante maioria fantoche é um mínimo de respeito. Ainda nos vemos reféns das
velhas inquietações humanas e suas competências cognitivas onde não se tem mais
tempo para analises profícuas em relação à convivência.
A conotação do apelo sensacionalista da mídia incorpora o real e
simplório desejo do cidadão Kane, suborna-me e eu entrego meu brother, meu
friend. Em última instância só nos resta refugiarmos em nossos ambientes
considerados inglórios de convivermos com a bastarda prole do bem que subjaz o
roteiro repetitivo de paz, amor e felicidade, mas sem um real no bolso e
apanhando diariamente desse sistema bárbaro.
Enfim, encerrando com um ponto fugaz a trama sempre é a mesma, apropriam-se
da cultura preta que não conseguem destruí-la e a transformam em mera
mercadoria, bastante rentável para uma minoria. A parte que não os condiz, é
jogada fora, segregada dos meios de convivência trilhando dessa forma uma
sociedade dividida e refém de si mesma. Para os amantes do Black underground e
alternativo, só nos resta rezar.