quinta-feira, 20 de outubro de 2016

“Todo preto será condenado pela macumba feita”. Idosa insulta e chuta psicóloga negra na Av. Paulista.


Racistas não têm idade e cresce o número de denúncias deste tipo de crime praticado por idosos. Ontem ao sair do trabalho, por volta das 21 horas,  a psicóloga Maitê Lourenço escutou uma senhora olhando em sua direção proferindo palavras em tom de pregação dizendo que a religiões de matriz africanas causará a condenação de todos os negros. Indignada Maitê pegou o celular e pediu para que a criminosa repetisse. “Todo o preto será condenado pela macumba feita, está escrito na bíblia”, disse a mulher identificada pelas testemunhas como Silvia Aparecida Crescencio. Em seguida ela partiu para cima da psicóloga negra com chutes que atingiram a bolsa de Maitê que foi auxiliada por um amigo negro que também foi agredido verbalmente pela criminosa, sendo xingado de macaco e ladrão.

Por Silvia Nascimento, do Mundo Negro

Mesmo com a presença da polícia, que estranhamente mostrou muita gentileza no trato com a senhora e indiferença as queixas da Maitê e testemunhas, Silvia continuou proferindo frases racistas, chamando as vítimas de “imprestáveis” e dizendo até que preferia ser presa do que ser negra.

Apesar da idosa ter gritado na rua e continuado as agressões racistas mesmo na frente da polícia, para Maitê essa atitude não pode ser qualificada como transtorno mental. “Em nenhum transtorno mental a pessoa subjuga o outro, nem a esquizofrenia coloca o outro como subjugado. Ela agiu dessa forma porque entendia muito bem o papel dela como mulher branca. Ela é racista”, explica a psicóloga.

A criminosa e as vítimas seguiram para o 78º Distrito Policia no Jardim América onde Maitê Prestou depoimento e fez um boletim de ocorrência.  Silvia ficou detida na delegacia. Detalhes  sobre a investigação do caso estão sendo mantidos em sigilo até que a psicóloga escolha um advogado.

FONTE:http://www.geledes.org.br/todo-preto-sera-condenado-pela-macumba-feita-idosa-insulta-e-chuta-psicologa-negra-na-av-paulista/#gs.KycM=NM

De novo: outra médica negra é impedida de prestar atendimento a passageiro durante voo


Há alguns dias repercutiu mundialmente a notícia da médica Tamika Cross que, por ser negra, foi impedida de socorrer um homem que passou mal no voo da companhia aérea Delta. Agora outro caso parecido foi divulgado na internet.

Em um blog que reúne postagens de médicos negros, a médica Ashley Denmark, da Carolina do Sul, Estados Unidos, decidiu escrever um post sobre um incidente similar que ocorreu na mesma semana em um voo (da mesma companhia) entre Seattle e Havaí.

Depois de cerca de uma hora de vôo, uma aeromoça perguntou através do sistema de comunicação da aeronave se havia um médico ou enfermeiro presente para ajudar a um passageiro que estava passando mal. Ashley disse que correu para a frente do avião sem hesitar.


Quando chegou para ajudar, o passageiro estava sendo assistido por dois enfermeiros, mas por ser médica, ela se ofereceu para assumir. Mas não foi isso que aconteceu. Ela passou a ser questionada não apenas pela comissária de bordo, mas também por outras passageiras que nitidamente não acreditavam no fato de ela ser médica.

“Saí do meu assento e fiz o caminho até a frente da cabine onde fui recebida por duas mulheres caucasianas e uma comissária de bordo da Delta. Eu rapidamente perguntei ‘O que está acontecendo?’. Então eu disse, ‘Sou médica, como posso ajudar?’. Imediatamente, fui recebida por olhares perplexos de todas as três mulheres. A aeromoça perguntou: ‘Você é médica?’ ao que eu respondi ‘Sim’. “Minha resposta só deixou um olhar mais perplexo no rosto da atendente de bordo. Ela virou-se e começou a falar com outra aeromoça. Eu estava lá naquela confusão porque alguém no avião estava precisando de assistência médica e ninguém me escoltava ao passageiro em necessidade. (…) Finalmente, uma dos passageiras caucasianas que estava ali para ajudar raio e que já havia declarado que era enfermeira me perguntou: ‘Você é um médico? E de novo eu respondo que sim. Imediatamente ela disse: ‘Bem, você precisa de credenciais para mostrar que é um profissional médico’ e ela ainda disse em seguida: ‘Tenho meu crachá do hospital que deve ser suficiente’.”



Mesmo se oferecendo para mostrar a identificação profissional para provar ser médica, a comissária de bordo presente pediu que Ashley voltasse a seu assento: “A aeromoça da Delta continuou a olhar perplexa e, em seguida, afirmou ‘Nós temos duas enfermeiras que chegaram aqui primeiro. Você pode voltar para o seu assento e deixá-las lidar com isso. Se precisarmos de mais ajuda vamos procurá-la’”.
O desabafo da médica continuou: “O que aconteceu??? Afirmei ser médica licenciada e, ao invés de ser escoltada ao passageiro que necessitava de ajuda, eu estava sendo direcionada a voltar para o meu assento com a alegação de duas enfermeiras poderiam cuidar da situação. Aparentemente as enfermeiras e assistentes de vôo não acreditaram que eu era médica. Não fosse isso, por que outro motivo enfermeiras seriam autorizadas a tomar conta de uma situação médica quando um médico estava presente? Claro que não era por conta de minha pele marrom, certo?”.
A médica ainda relatou sobre o preconceito que sofre rotineiramente:

Como uma médica afro-americana estou muito familiarizada com este cenário. Apesar da superação, excelência acadêmica e obtenção do título de doutor na frente do meu nome, ainda recebo olhares- tortos quando me apresento como Dra. Denmark. Geralmente sou confundida com uma assistente, faxineira, secretária, enfermeira, estudante, etc, mesmo quando estou com meu jaleco branco. Eu sou chamada por estes nomes (das profissões citadas) com muito mais frequência do que sou chamada de ‘doutora’. Nestas situações me ensinaram a ser graciosa e sorrir em face da adversidade por medo de repercussões e por não querer ser vista como “hostil”, “muito sensível”, ou, o meu favorito ‘você está interpretando mal a situação.

Ashley Denmark afirmou que decidiu compartilhar sua história depois de ler sobre Tamika Cross na esperança de que mulheres como elas podem começar a receber algum respeito.

FONTE:http://www.hypeness.com.br/2016/10/de-novo-outra-medica-negra-e-impedida-de-prestar-atendimento-a-passageiro-durante-voo/