Assistente Social & Rapper.
O pretérito imperfeito articulado e imaculado pela cor
que detém o poder brasileiro e porventura, sempre se congratulam como sujeitos
construtores apenas deste imenso solo brasileiro, está sendo reescrito pelas
memórias guardadas e, portanto, repassadas de geração a geração. A valiosidade de um passado recheado, permeado
de glórias enegrecidas e por muito tempo abandonadas propositalmente para que
as gerações futuras continuassem com o papel ideológico do opressor sob o jugo
da subserviência, hoje vem à tona com total força e esplendor.
As redes sociais são o baluarte de troca de idéias reascendendo
dessa forma a chama da identidade ancestral que antes mantinha-se tímida ali
esperando para que alguém a abastecesse e seu brilho exaltasse a esperança
preta. Paradigmas estão sendo derrubados, mitos sendo desvendados e a mestiça e
sua outrora cai por terra desmascarando poetas, escritores e elementos do bem.
A catarse reacionária debanda os seus esquerdismos de
ismos embranquecidos acuminado com o direitismo de pessoas direitas e decentes
honestas e moralistas. Fato onde muitos são totalmente contra as cotas e contra
qualquer viabilidade para o povo preto. Mas esses senhorios e senhorias,
muitos descendentes de europeus, esquecem que seus ancestrais abarcaram aqui
com todos os privilégios garantidos e assentados, enquanto os nossos ancestrais
foram covardemente jogados a margem.
Os brancos racistas brasileiros estão saindo do armário e
esbanjando o ódio racial que sempre tiveram, com total aval e apoio da
sociedade dita do “bem”, da moral e dos bons costumes. A foto representa bem a
sensação em que muitos pretos queriam experimentar, fazer valer a pena a luta mesmo que seja de uma forma provocativa intencionadora numa foto ou imagem, para que os indignados ao olhar sintam na pele a humilhação. A
recíproca é verdadeira, quando a verdade dói somos acusados de opressores pela
opressão. Salve Zumbi, Salve Dandara. 4P Eternamente.