segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Chega de ter dó de pobre que vota em rico

Jaraguá: 46,73% votaram em Doria e 15,08% em Haddad


Bem, vai lá uma pergunta bem difícil.

Durante doze anos, os dois mandatos de Lula e Dilma 1, o PT fez uma série de políticas que beneficiaram - muito - os mais pobres.

Mas bastou a grana faltar e os mais pobres se mandaram.
Votaram em massa no Doria.

Claro que podemos dizer que a mídia perversa, o preconceito etc etc.
O problema de dizer isso é que é muito condescendente, quase paternalismo: é dizer que os pobres são manipulados fácil fácil, que precisam ser orientados.
(Tipo o Lula subir num caminhão e dar a volta na periferia avisando que Marta saiu do PT. Ora, os pobres não sabem disso? Precisa alguém dizer para eles?)

A outra interpretação é: eles realmente não estão ligando.
Parou a grana, eles mudaram de lado.

Esta interpretação tem uma vantagem: trata-os como adultos.
Respeita o voto deles como uma decisão consciente.
E pára de ter pena deles.

Para mim, é difícil escolher uma destas interpretações.

Sei das deficiências enormes de formação - e educação - inclusive cultura política - de nosso povo.
Mas não gosto de ter pena de gente maior, vacinada etc. Penso que têm que ter responsabilidade por suas escolhas.

FONTE:http://caviaresquerda.blogspot.com.br/2016/10/chega-de-ter-do-de-pobre-que-vota-em.html

VibeZen - ObgRap



Lívia Cruz fala sobre Sulicídio e alfineta a resposta: “Precisa pensar um pouco antes de sair tomando uma atitude”

No final do mês de agosto, o lançamento de “Sulicídio“, uma parceria entre Baco (o Exu do Blues) e Diomedes Chinaski deu o que falar e, certamente, entrou para a história do rap nacional. E depois da resposta do Costa Gold ao som com “SulTaVivo“, eis queLívia Cruz resolveu se manifestar e falar sobre o som do Nordeste.
Em um vídeo para lá de descontraído postado em seu canal nesta segunda (3), a recifense, que se divertiu ao se auto intitular como “professora de diss”, elogiou os criadores e defendeu o som.
— Eu acho muito louco isso! Essa é a ideia da diss: provocar o debate e movimentar a cena no sentido de que uma ideia foi contestada, e alguém vai defender um lado e vai ficar esse jogo aí. Vejo isso como música, as pessoas estão fazendo música; acho muito zoado quem leva para o lado pessoal e se incomoda no ponto de se magoar, odiar as pessoas envolvidas, os artistas que estão fazendo essa música. Acho que a gente já assistiu isso acontecer e não teve um resultado legal, ficaram fãs contra fãs, cada um escolhe sua cor, treta de gangue, aí pessoas morrem e a ideia do rap, do hip hop é exatamente o oposto disso, a gente está aí para salvar as vidas e que essa arte seja um caminho de libertação para esse sistema que coloca a gente nessa situação de números; a gente quer ser gente, a gente quer ter nossa identidade e é isso que o rap e o hip hop tem feito e faz, pelo menos as pessoas que tem compromisso com isso, eu gostaria que tivesse mais gente assim.
Recifense de alma, corpo, coração e registro, Lívia não poderia deixar de falar sobre todo o preconceito que a região sofre, principalmente pela parte Sudeste do Brasil. Pouco depois de ser lançado, o som de Baco e Diomedes recebeu uma enxurrada de declarações e, claro, não faltaram comentários racistas, xenófobos e homofóbicos para ofender a dupla.
— Nesse caso específico, complicado responder, principalmente da forma que foi respondido porque existe um contexto além dos simples ataques a alguns MCs específicos ou a uma região do país porque o Nordeste sofre com xenofobia do restante das regiões do país. O Norte e o Nordeste, né? Tanto que aqui [região Sudeste] tem um negócio de Casa do Norte e, querido, não é Casa do Norte porque não tem coisas do Norte, tem coisas do Nordeste, mas se estabeleceu isso. Tudo que é para cima é Norte. Lições de geografia está faltando, né? Está faltando que eu tô ligada! [risos]. Rola uma tiração com seu sotaque, rola um “qualquer coisa para cima da minha cabeça é Norte” e eu acho que essa contestação é que tem que ser vista com maior importância. Responder a isso é dar um tiro no pé, né amiguinho? Acho que a gente precisa pensar um pouco antes de sair tomando uma atitude atropelada sem pensar no contexto geral da ideia.
Para finalizar, Lívia (que entende muito do assunto) afirmou, mais uma vez, que para fazer uma diss não basta querer, é preciso ter uma boa ideia e, claro, muita criatividade.
— Os caras [Baco e Diomedes] foram muito bem-sucedidos nessa porque, realmente, trouxe o nome deles para o mapa e aí os blogs se interessaram em pesquisar mais nomes, e agora a gente tem uma gama de possibilidades, de pesquisa e vários artistas incríveis que a gente está descobrindo, que estão na nossa playlist porque o Sulicídio mexeu com todo mundo. Se você for fazer uma diss, amigo, faça, mas pense no contexto, seja criativo porque atacar por atacar, ficar com briguinha, raivinha do amiguinho é coisa de quinta série. Vamos evoluir, vamos crescer! Vem com nóis, vem com a tia! Agora virei professora de diss, tá ligado? [risos]
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/38929/livia-cruz-sobre-sulicidio/

É DE SE ESMOLAR AO PERFIL CANALHICE: O CANDIDATO PERFEITO QUE O ELEITORADO AMA

Marcelo Silles
Rapper e Assistente Social


Os debates acalorados a cerca da situação vigente em nosso país versado em cotidianos conturbados envoltos em verdadeiros cataclismas temperamentais por parte dos ideários conservadores, ainda permanecem firmes e rígidos. Trogloditas de bem, cães raivosos defensores da polícia, da tortura e do assassinato de milhares de inocentes das favelas e periferias, empunham com o máximo de louvor incrustados em seus lábios decrépitos, salmos bíblicos balbuciados em suas teses defensoras em seus modelos de família.

E mais uma vez a história não muda e os capítulos são os mesmos. Todo o homem tem o seu preço. Toda a mulher tem o seu preço. A periferia tem o seu preço e as consequências são o rompante colapso do drama cotidiano, do mimimimi e chororô que se estenderá por mais quatro anos.

Em épocas remotas, seria até mesmo convincente de se convencer do altruísmo ideológico. Hoje acabamos de crer que o que importa realmente para o povo é a sua empatia para se matrimoniar pela canalhice. Exemplo claro e obscuro, a maior cidade do país, São Paulo, ter sido eleito um autêntico descendente direto de escravocratas assumido. Como isso se ver possível numa realidade tão dura e abissal que são as periferias da cidade de São Paulo? A única resposta viável é simples: a subserviência fiel ao capital elitizado. E por aqui em nossas cidades regionais não é diferente o resultado.

Frases de efeito, frases de impacto não surtem o resultado esperado. É bem mais fácil e simples no período eleitoral, juntar quatro meses de conta de energia e esmolar a um candidato, do que ouvir e ler propostas concretas viáveis que irá melhorar a vida coletiva de todos. A tática estratégica e simples é empurrar cachaça abaixo nos eleitores periféricos e deixá-los viver miguamente, eternamente dependentes e escravizados por aqueles que se banqueteiam e saboreiam com os sofrimentos dos periféricos e favelados.

Enfim, o trabalho foi feito e muito bem feito, faltou algo? Não. O que faltou foi o devotamento daqueles que se fazem de vitimistas e só sabem reclamar durante quatro anos. A ordem agora é não abaixar a cabeça, manter-se erguido e partirmos para a luta. Deus no controle sempre.