quinta-feira, 3 de julho de 2014
DIA DE VISITA - Realidade Cruel
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Número de negros assassinados aumenta e de brancos diminui no Brasil
As principais vítimas de homicídios no Brasil são jovens homens e negros, de acordo com o Mapa da Violência 2014
Negros são as principais vítimas de homicídio no Brasil |
A cada dia, 154 pessoas morreram, em média, vítimas de homicídio no Brasil, em 2012. Ao todo, foram 56.337 pessoas que perderam a vida assassinadas, 7% a mais do que em 2011. Os dados são do Mapa da Violência 2014, que mostra um crescimento de 13,4% de registros desse tipo de morte em comparação com o número obtido em 2002. O percentual é um pouco maior que o de crescimento da população total do País: 11,1%. Comparando 100 países que registraram taxa de homicídios, entre 2008 e 2012, para cada grupo de 100 mil habitantes, o estudo conclui que o Brasil ocupa o sétimo lugar no ranking dos analisados. Fica atrás de El Salvador, da Guatemala, de Trinidad e Tobago, da Colômbia, Venezuela e de Guadalupe.
As principais vítimas são jovens homens e negros. Ao todo, foram vítimas desse tipo de morte 30.072 jovens, com idade entre 15 e 29 anos. O número representa 53,4% do total de homicídios do Brasil. Também, desse total, 91,6% eram homens.
Os dados de 2012, último ano da série projetada pelo mapa, mostram ainda que, a partir dos 13 anos de idade, o percentual começa a crescer. Passa de quatro homicídios a cada 100 mil habitantes para 75, quando se chega aos 21 anos de idade.
Os homicídios também vitimam majoritariamente negros, isso é, pretos e pardos. Foram 41.127 negros mortos, em 2012, e 14.928 brancos. Considerando toda a década (2002 – 2012), houve “crescente seletividade social”, nos termos do relatório. Enquanto o número de assassinatos de brancos diminuiu, passando de 19.846, em 2002, para 14.928, em 2012, as vítimas negras aumentaram de 29.656 para 41.127, no mesmo período.
Ao todo, ao longo dessa década, morreram 556 mil pessoas vítimas de homicídio, “quantitativo que excede largamente o número de mortes da maioria dos conflitos armados registrados no mundo”, destaca o texto.
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O Brasil já ocupou posições piores no ranking. A situação foi amenizada tanto por políticas de enfrentamento à violência desenvolvidas internamente, que frearam o crescimento exponencial das mortes, quanto pelo fato de países, especialmente da América Central, estarem vivendo “uma eclosão de violência”. Sobre isso, o relatório destaca que mesmo os países com menores taxas da América Latina, quando comparados com os da Europa ou da Ásia, assumem posições intermediárias ou mesmo de violência elevada. Nesses continentes, segundo a pesquisa, os índices não chegam a 3 homicídios em 100 mil habitantes.
Entre as políticas desenvolvidas internamente, o estudo destaca a Campanha do Desarmamento e o Plano Nacional de Segurança Pública, em nível nacional, e ações em nível estadual, como as executadas em São Paulo e no Rio de Janeiro, que geraram quedas nos índices de homicídio em meados dos anos 2000. A magnitude desses lugares pesou na redução dos índices e possibilitou a leve melhora na posição do país no ranking mundial.
Mesmo assim, a situação é preocupante, de acordo com o Mapa da Violência, que é baseado no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) e em outros dados do Ministério da Saúde.
Entre 2002 e 2012, houve crescimento dos homicídios em 20 das 27 unidades da Federação. Sete delas tiveram um grande crescimento: o Maranhão, Ceará, a Paraíba, o Pará, Amazonas e, especialmente – registra o estudo -, o Rio Grande do Norte e a Bahia. Nos dois últimos, as taxas de mortalidade juvenil devido a homicídios mais que triplicaram.
Nesse último ano, houve aumento das mortes, especialmente entre os jovens. No caso do Rio de Janeiro, por exemplo, ocorreram 56,5 homicídios por grupo de 100 mil jovens, em 2012.
Na década, as unidades que diminuíram as taxas foram: Mato Grosso, o Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Pernambuco e, com mais intensidade, o Rio de Janeiro e São Paulo. Apenas seis Estados tiveram queda entre 2012 e 2011. Um deles, Pernambuco, diminuiu 6,8%. Os números, todavia, mostram o desafio: nesse estado, foram 73,8 homicídios a cada 100 mil jovens.
Fonte:http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/07/numero-de-negros-assassinados-aumenta-e-de-brancos-diminui-brasil.html
Código de Ética, o Assistente Social versus Instituição. Texto de Marcelo Silles
Marcelo Silles, Assistente Social com Bacharel da Universidade Federal Fluminese, UFF/Campos dos Goytacazes-RJ |
As
instituições representam um dos aparelhos que cumpre função do Estado. Elas
reproduzem a ideologia a qual o Estado quer que ela reproduza. Nelas estão
inseridas normas e conceitos da ideologia do Estado em vigor. As instituições,
na maioria das vezes, representam mecanismos repressivos dentro da lógica do
Estado. Analisar, compreender essa lógica dentro de um contexto em que o Estado
é formado por indivíduos e, sendo assim, as suas representações estão para
servir e não serem servidos, é um dos meios para produzir conceitos que levarão
a um entendimento da aplicação da lógica dos aparelhos do Estado. E
conseqüentemente sabe lidar com a burocracia imposta de forma sutil.
O Assistente Social deve ter clareza
de sua atuação de acordo com o Código de ética. Saber lidar com as esferas de
poder dentro de sua instituição é abraçar uma luta de convivência muitas das
vezes de embate. Nessas horas o Assistente Social tem que se mostrar um
profissional consciente de sua prática, de sua atuação nesse processo de luta
de poder. Avaliar em seu aprendizado teórico toda a relação de produção que
leva a alienação, e que o poder é algo instituído mas muita das vezes é algo
que não é definitivo. O Assistente Social tem que se mostrar equilibrado para a
sua qualificação, mostrar-se seguro diante de seu projeto ético-político diante
da opressão, repressão em que, o sujeito que detém o poder, quer impor sobre a
sua atuação. Saber se relacionar hierarquicamente, saber lidar com o poder
instituído. Observar como o poder institucional está sendo aplicado para fazer
uma análise crítica e ponderativa em relação a esse aparelho de reprodução do
Estado. Ser consciente de seu papel político e um instrumento de
conscientização.
O olhar tem que ser de mudança, e
não de acomodação, não viver na cotidianeidade. Buscar orquestrar as demandas
que são trazidas com a aplicação das políticas. Não pensar em seu eu e sim no
nós. Valorizar a ética e não a moral cotidiana da instituição. Trazer para si
uma consciência coletiva. Saber lidar com o ambiente ao qual agora faz parte
com suas múltiplas funções, vertentes entender a cultura do lugar e seus
indivíduos. Buscar renovar, ouvir propostas, antenar para as mudanças que estão
acontecendo, sendo positivas, acolhe-las. Olhar a instituição com um olhar
positivo, de construção e mudança e não apenas de um lugar que é apenas para
cumprir o horário de expediente. Absorver o seu cotidiano institucional pois
ele, querendo ou não, o Assistente Social faz parte.
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