Marcelo Silles, Assistente Social com Bacharel da Universidade Federal Fluminese, UFF/Campos dos Goytacazes-RJ |
As
instituições representam um dos aparelhos que cumpre função do Estado. Elas
reproduzem a ideologia a qual o Estado quer que ela reproduza. Nelas estão
inseridas normas e conceitos da ideologia do Estado em vigor. As instituições,
na maioria das vezes, representam mecanismos repressivos dentro da lógica do
Estado. Analisar, compreender essa lógica dentro de um contexto em que o Estado
é formado por indivíduos e, sendo assim, as suas representações estão para
servir e não serem servidos, é um dos meios para produzir conceitos que levarão
a um entendimento da aplicação da lógica dos aparelhos do Estado. E
conseqüentemente sabe lidar com a burocracia imposta de forma sutil.
O Assistente Social deve ter clareza
de sua atuação de acordo com o Código de ética. Saber lidar com as esferas de
poder dentro de sua instituição é abraçar uma luta de convivência muitas das
vezes de embate. Nessas horas o Assistente Social tem que se mostrar um
profissional consciente de sua prática, de sua atuação nesse processo de luta
de poder. Avaliar em seu aprendizado teórico toda a relação de produção que
leva a alienação, e que o poder é algo instituído mas muita das vezes é algo
que não é definitivo. O Assistente Social tem que se mostrar equilibrado para a
sua qualificação, mostrar-se seguro diante de seu projeto ético-político diante
da opressão, repressão em que, o sujeito que detém o poder, quer impor sobre a
sua atuação. Saber se relacionar hierarquicamente, saber lidar com o poder
instituído. Observar como o poder institucional está sendo aplicado para fazer
uma análise crítica e ponderativa em relação a esse aparelho de reprodução do
Estado. Ser consciente de seu papel político e um instrumento de
conscientização.
O olhar tem que ser de mudança, e
não de acomodação, não viver na cotidianeidade. Buscar orquestrar as demandas
que são trazidas com a aplicação das políticas. Não pensar em seu eu e sim no
nós. Valorizar a ética e não a moral cotidiana da instituição. Trazer para si
uma consciência coletiva. Saber lidar com o ambiente ao qual agora faz parte
com suas múltiplas funções, vertentes entender a cultura do lugar e seus
indivíduos. Buscar renovar, ouvir propostas, antenar para as mudanças que estão
acontecendo, sendo positivas, acolhe-las. Olhar a instituição com um olhar
positivo, de construção e mudança e não apenas de um lugar que é apenas para
cumprir o horário de expediente. Absorver o seu cotidiano institucional pois
ele, querendo ou não, o Assistente Social faz parte.
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