quinta-feira, 3 de julho de 2014

Código de Ética, o Assistente Social versus Instituição. Texto de Marcelo Silles

Marcelo Silles, Assistente Social com Bacharel da
Universidade Federal Fluminese, UFF/Campos dos Goytacazes-RJ
As instituições representam um dos aparelhos que cumpre função do Estado. Elas reproduzem a ideologia a qual o Estado quer que ela reproduza. Nelas estão inseridas normas e conceitos da ideologia do Estado em vigor. As instituições, na maioria das vezes, representam mecanismos repressivos dentro da lógica do Estado. Analisar, compreender essa lógica dentro de um contexto em que o Estado é formado por indivíduos e, sendo assim, as suas representações estão para servir e não serem servidos, é um dos meios para produzir conceitos que levarão a um entendimento da aplicação da lógica dos aparelhos do Estado. E conseqüentemente sabe lidar com a burocracia imposta de forma sutil.

            O Assistente Social deve ter clareza de sua atuação de acordo com o Código de ética. Saber lidar com as esferas de poder dentro de sua instituição é abraçar uma luta de convivência muitas das vezes de embate. Nessas horas o Assistente Social tem que se mostrar um profissional consciente de sua prática, de sua atuação nesse processo de luta de poder. Avaliar em seu aprendizado teórico toda a relação de produção que leva a alienação, e que o poder é algo instituído mas muita das vezes é algo que não é definitivo. O Assistente Social tem que se mostrar equilibrado para a sua qualificação, mostrar-se seguro diante de seu projeto ético-político diante da opressão, repressão em que, o sujeito que detém o poder, quer impor sobre a sua atuação. Saber se relacionar hierarquicamente, saber lidar com o poder instituído. Observar como o poder institucional está sendo aplicado para fazer uma análise crítica e ponderativa em relação a esse aparelho de reprodução do Estado. Ser consciente de seu papel político e um instrumento de conscientização.

            O olhar tem que ser de mudança, e não de acomodação, não viver na cotidianeidade. Buscar orquestrar as demandas que são trazidas com a aplicação das políticas. Não pensar em seu eu e sim no nós. Valorizar a ética e não a moral cotidiana da instituição. Trazer para si uma consciência coletiva. Saber lidar com o ambiente ao qual agora faz parte com suas múltiplas funções, vertentes entender a cultura do lugar e seus indivíduos. Buscar renovar, ouvir propostas, antenar para as mudanças que estão acontecendo, sendo positivas, acolhe-las. Olhar a instituição com um olhar positivo, de construção e mudança e não apenas de um lugar que é apenas para cumprir o horário de expediente. Absorver o seu cotidiano institucional pois ele, querendo ou não, o Assistente Social faz parte.


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