quinta-feira, 30 de junho de 2016

KARLA DA SILVA - IMORTAIS



Primeiro single do 2º álbum de estúdio da cantora Karla da Silva
"Gente que nunca viu vai ver a pretíssima coroação" com previsão de lançamento para Setembro de 2016.
Composição: Claudemir e Ferrugem


Metais - Sérgio Freire
Guitarras - Du Gomide
Baixo - Allan Giller
Bateria - Denis Mariano
Teclas - Marc Olaf
Percussão - Kimyaro 
Produzida e Gravada por Du Gomide no Estúdio Santa Gravina (Curitiba)
Mixada e Masterizado por Fernando Sanchez no estúdio El Rocha (São Paulo)
Elenco: Karla da Silva, Lizzie Marchi, Flávia dos Prazeres, Jezz Rodrigues, May Varsha, Vanessa Diva, Caio Moura, Marvin Silva, Marfim Rosa, Mateos Vilarruel e Slim Soledade (Le Twins), Luedji Luna, JosyDanuza Novaes, Anna Tréa, Juliane Cintra, Fábio de Souza, Alana Nunes, Bia Lacerda, Jonas Santos, Malik Maluko, Wallace Felix, Mari Santos, Carol Oliveira, Ézio Rosa.
Direção e Câmera: Sandiego Fernandes
Produção: Lizzie Marchi
Ass. de Produção: Michael Fernandes
Diretor de Fotografia/Fotografia Still: Sandiego Fernandes
Ass. de Fotografia e Câmera: Michael Fernandes
Roteiro e Direção de Arte: Karla da Silva
Montagem, Edição e Pós-Produção:: Sandiego Fernandes
Karla da Silva veste Coletivo de Dois
Locações: Ruas do Centro de São Paulo e Casa Judith.
Filmado em São Paulo/2016


FONTE:https://www.youtube.com/watch?v=D2l7NTXsheE

O ÓDIO RANÇOSO E O MIMIMIMIMIMI... CONTINUAM

Marcelo Silles
Assistente Social

Fora da imagem mítica e romântica, nossos dias não são tão calorosos quanto aparentamos ser. Sorrisos largos são distribuídos para disfarçarem a real sensatez cotidiana de nossos universos. O realismo cotidiano rebate a empírica cíclica cínica de viver um dia de cada vez e por vezes, sempre esperando um amanhã melhor numa teoria clássica de Mais Você.

O ainda jovial histórico de negações nos assombra sempre envolto de um silêncio conspiratório e meias verdades que sempre nos fazem crer que quem não vence é quem não obteve mérito em sua jornada social. O contexto urbano sempre fica de fora do debate acalorado de vidas passadas com recortes amargos, e que esses flashes em certos momentos recordados, expõe a notória e nítida cruel realidade de uma vida de luta produzida in loco.

Permanecemos, portanto, ainda reféns de estereótipos e imagens distorcidas, sem mudanças de paradigma num lapso constante de uma mutação que se reinventa em nos negar e sempre refazendo teorias achacadas de conhecimentos e saberes destrutivos ao nosso povo preto. Assinaram uma libertação na qual não havia como não ser assinada, depois de muitas lutas e revoltas pretas, não porque os brancos tinham pena e misericórdia, mas sim, porque homens pretos e mulheres pretas avançaram com total voracidade contra um sistema racial que os escravizava e explorava.

Livres por ordem da lei, mas sob o julgo da marginalidade social, do preconceito, da exclusão, da segregação vagamos as margens. Em tese teórica de acordo com suas bondades, nos tornaram livres mas sem reparações sociais e econômicas. E quando conquistamos alguma coisa ainda insistem em nos taxar de inferiores? Conversa mais que indecorosa. Querem a torto e direito, nos empurrar ao precipício da invisibilidade das políticas públicas do Estado, na luta por cidadania, inserção social e econômica e respeito.
A nossa, aos olhos raivosos, áspera existência sempre foi voltada para romper o silêncio, banir o estigma, sair da retórica e partir para a ação. E quando em certo modo estamos deixando de engatinhar para começarmos a das os primeiros passos querem nos criminalizar como pretos e pretas inferiores, por simplesmente querermos galgar os postos sociais que antes para nós sempre foi dito que seriam inatingíveis? Reação de vossas senhorias mais que indecorosa.

A nossa existência expõe inúmeras evidencias que discurso de ódio não é liberdade de expressão. Nos negar direitos inalienáveis que deveriam ter nos assistido quando assinaram aquele papel de limpar barro, é a mais expressiva evidência de um apartheid social e econômico brasileiro evidenciado.


Querer repactuar direitos arduamente conquistados com muita e suor é no mínimo uma declaração de intolerância a outros grupos sociais. É, definitivamente querer criar um outro Brasil dentro do Brasil. É racismo.