sexta-feira, 10 de junho de 2016

Afroflix reúne 100 filmes que rompem narrativa estereotipada sobre população negra


Seis mulheres selecionam audiovisuais em que pelo menos um afrodescentente participe da direção, roteiro ou atuação
Cerca de 100 filmes de dez estados que contam com a participação de negros em pelo menos uma área técnica da produção estão disponíveis no Afroflix, plataforma de pesquisa online lançada na última quarta-feira (17). Os filmes são enviados por seus autores e passam por uma curadoria da equipe do projeto, composta por seis mulheres afrodescendentes.
Apesar do nome, o site tem muitas diferenças em relação ao Netflix. Uma delas é que, enquanto a plataforma internacional disponibiliza filmes viastreaming, esta iniciativa não armazena os vídeos, mas os linka para sua fonte original (seja o YouTube, o Vimeo ou o site do filme, por exemplo). A plataforma reúne filmes que já estão na internet, organizados de forma a facilitar a busca de referências.
“A gente não baixa o vídeo. Não gera visualizações para nós. Todo play que é dado vai para o próprio realizador. E já estamos recebendo retornos de que as visualizações aumentaram. Tem sido bem legal”, afirma a cineasta Yasmin Thayná, idealizadora do projeto e diretora e roteirista de Kbela – O Filme, lançado em 2015.
O site também indica vlogs, programas, séries e videoclipes e não conta com nenhum tipo de financiamento. Todo ele foi produzido por meio da cooperação das participantes do coletivo. “É uma ideia para o futuro, um sonho nosso para que possamos ter conteúdos originais. Séries originais, filmes. A ideia é trabalhar no campo da produção, difusão e formação. Mas para isso precisamos de investimento”, pondera Yasmin.
Para assistir ou disponibilizar obras, acesse http://www.afroflix.com.br/.
Origem da ideia
Outras diferenças em relação ao Netflix são a gratuidade e a vontade de enegrecer as narrativas contadas no país. “Tem uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro que aponta que entre o ano 2002 e 2012, ou seja, em dez anos de cinema nacional, não teve nenhum filme dirigido por mulheres negras, nenhum filme escrito por mulheres negras e apenas 2% dos filmes produzidos no país são protagonizados por pessoas negras. Devem sair 100 filmes por ano, então multiplica isso por dez. É um número assustador”, afirma Yasmin Thayná. “Muitos desses filmes são feitos com dinheiro público. Isso significa que o grupo que representa a maior parcela da população não está recebendo recursos”, destaca.
Foi justamente durante os debates ocorridos após as exibições de Kbela,filme que trata da transição capilar de mulheres negras, que Yasmin teve a ideia inicial para criar o Afroflix. “Nos debates surgiam muitas perguntas sobre novas formas de divulgação de cinema, de novas formas de tornar as produções com foco em protagonismo negro mais visíveis no Brasil, já que tínhamos um número bastantes expressivo delas”, explica Yasmin.
Novas narrativas
A cineasta enfatiza que a ideia não é apenas para negros, por isso basta que haja um em pelo menos uma das áreas de produção do filme. Mas pondera que o principal critério para que o filme seja incluído na curadoria do site é a criação de novas narrativas.
“Tem gente disputando esse campo da imagem que media nossas relações. A imagem é muito poderosa. É o que faz você acreditar nas coisas, dita o seu gosto. Então, é muito importante produzir narrativas alternativas àquelas que colocam o negro o tempo todo como bandido ou empregada doméstica. Essas produções do Afroflix tentam produzir outros sentidos. As características principais das produções é a desconstrução da narrativa clássica, da visão que se tem sobre o negro”.
FONTE:http://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/11730/afroflix-reune-100-filmes-que-rompem-narrativa-estereotipada-sobre-populacao-negra

"Deus é uma mulher preta": Um filme sobre as mães negras periféricas


Estudantes lançam campanha de financiamento coletivo para viabilizar filme “Deus”, que vai retratar o cotidiano de mães negras da periferia de São Paulo

“Deus é uma mulher preta”. É a partir dessa formulação que Vinícius Silva, 25 anos, estudante de cinema na Universidade Federal de Pelotas, busca produzir um curta-metragem. A ideia do filme “Deus”, que vai trazer às telas o universo cotidiano de uma mãe negra na periferia de São Paulo, nasceu da própria trajetória pessoal de Vinícius, que será o primeiro de sua família a concluir um curso universitário.
“Minha vida deu várias voltas, já fiz muita coisa errada e voltei. Eu pensei: ‘como que eu consegui chegar aqui?’ Quando pesquisei a fundo minha história, a resposta caiu nas mulheres da minha família”, conta Vinícius. O filme irá retratar a rotina de sua tia, Roseli, trazendo, não apenas os aspectos negativos da vida na periferia de uma grande cidade, mas também todos os momentos de alegria que permeiam o dia a dia dessas mulheres.
Confira o trailer do curta:
“A gente não vê essas mulheres sendo retratadas. E quando vê, é um puro sofrimento. Mas a vida na periferia não é só sofrimento. Tem alegria, carinho”, explica o cineasta. Ele lembra ainda a importância do papel desempenhado pelas mães para os jovens de periferia. “Na periferia, os caras muitas vezes não respeitam lei, não respeitam nada, mas respeitam a mãe”, completa.
O título do projeto, que será produzido também pelas estudantes Débora Mitie e Huli Balász, nasceu a partir da " target="_blank">música “Mãe”, de Emicida. Na faixa, o rapper canta uma homenagem à sua mãe e explana em um trecho “Desafia, vai dar mó treta/Quando disser que vi Deus/Ele era uma mulher preta”.
Vinícius conta que, depois de escutar a música, percebeu qual seria o tema de seu projeto de conclusão de curso, e se juntou aos colegas para a realização de “Deus”.
“O filme, como representação da realidade, busca dar visibilidade e homenagear essas mulheres que sustentam boa parte do país. Mantêm a casa, tem que trabalhar e ainda educar seus filhos. Ela é divina por dar a luz, cuidar e ter bondade, mas também pela capacidade de colocar na linha. Sem elas um preto pobre de periferia não chega aos 15.”
Quando começou a bolar o projeto, Vinícius entrou em contato com a produção de Emicida, que autorizou gratuitamente a utilização da música no filme.
Além de abordar a questão de representação dessas mulheres no cinema de outra forma, o filme busca trazer uma discussão simbólica, “quebrando a ideia de que deus é algo masculino”, como explica Vinícius. “Também queríamos provocar a ideia de que Deus não tem sexo. Mas, para a sociedade, ele é Senhor, é um cara. Para a gente, ele nunca foi um cara. É uma mulher.”
Para viabilizar a produção do filme, os estudantes criaram uma campanha de financiamento coletivo no Kickante, que busca cobrir os custos de produção para a realização do curta. Clique aqui para contribuir.

FONTE:http://www.ceert.org.br/noticias/genero-mulher/11729/deus-e-uma-mulher-preta-um-filme-sobre-as-maes-negras-perifericas

Muhammad Ali, atleta?

Brendan Smialowski / AFP - Flor e imagem de Muhammad Ali durante homenagem ao pugilista no Muhammad Ali Center, em Louisville, Kentucky, nos Estados Unidos, em 5 de junho

Fora da seara esportiva, o pugilista conquistou vitórias altamente significativas
 
Antes de uma possível interpelação contra o título deste artigo – que pode parecer acinte a uma das mais brilhantes personalidades da história do esporte mundial – convém responder à pergunta: sim, Ali foi atleta e um dos melhores. Mas sua biografia registra a trajetória de um ser humano que marcou sua era, como líder e referência em muitas outras searas, além da esportiva.
São diversas as iconografias em que se reserva um espaço de luxo para o impávidoMuhammad Ali. A referência e reverência feitas por Caetano Veloso na música “Um Índio” (1976) não podia ser mais feliz por caracterizar em uma palavra a figura do boxeador no imaginário social, especialmente em um tempo no qual eram comuns as agressões a pessoas que defendiam ideais democráticos pelo mundo, a exemplo dos Estados Unidos.
Como ícone destes ideais, Muhammad Ali não se deixou abalar pelo temor, foi corajoso, destemido, intrépido, ou seja, impávido, de acordo com definição dicionarizada.
Sua influência estende-se muito além dos ringues da nobre arte. Sua força alcançou outros continentes, além das terras americanas. Na luta do século, realizada no ano de 1974, contra George Foreman, em Kinshasa (então Zaire), a população local já predizia o resultado acolhendo o campeão aos gritos de vitória “Ali, bomaye!”, o que se confirmou em um dos momentos de maior glória do esporte.
Para o movimento político pelos direitos civis, entretanto, um dos grandes títulos de Muhammad Ali é antecedente à luta: a recusa em servir o exército durante a Guerra do Vietnã, por conta de convicções políticas e crença religiosa, o que provocou a perda de sua condição anterior de campeão da divisão de pesos pesados de boxe.
Sua vida após o boxe profissional continuou emblemática. Por meio de ações simbólicas e concretas, conseguiu continuar chamando a atenção do mundo para batalhas necessárias contra injustiças.
Neste sentido, sua viagem a Cuba, nos anos 1990, possui tanto caráter simbólico, por denunciar a perversidade do embargo econômico sobre uma população que tanto se esforçava para sobreviver de acordo com suas convicções, quanto concreto, por ter ajudado com equipamentos os projetos comunitários destinados à saúde de crianças.
A despeito de sua trajetória espantosa como atleta, o que mais impressiona é seu cartel nas lutas contra um sistema que insistia e insiste em embrutecer as pessoas por meio do racismo, intolerância e manipulação. Muhammad Ali teve um desempenho invejável nestas batalhas e por isso será sempre lembrado. O seu melhor ícone, em razão disso, é o da esperança em tempos nos quais seus adversários de sempre ganham força, em diversos países, inclusive no Brasil.
FONTE:http://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/11901/muhammad-ali-atleta

Crianças negras e o racismo: o que devemos fazer a respeito?


Por Silvia Nascimento – Diretora de Conteúdo do site Mundo Negro
Não se pode educar crianças negras sem ignorar o racismo. Não há motivos para paranoias, mas seria ingênuo achar que que elas são bem vistas em todos os espaços. Com a ascensão da classe média negra, as crianças afro-brasileira têm tido acesso não só a escolas particulares, mas restaurantes e outros espaços tradicionalmente brancos. Impedir que elas circulem esses espaços para não deparar com o racismo é limitador. O Mundo Negro conversou com alguns profissionais da área para saber como lidar com o racismo na perspectiva das crianças.
“As experiências (boas e ruins) que vivemos na infância nos acompanham por toda vida nesse sentido, o racismo pode deixar marcar irreparáveis. Infelizmente nós não podemos evitar que as crianças passem por situações de racismo, contudo é preciso que elas encontrem e tenham um lugar de apoio, de conforto, que possam falar sobre isso e, principalmente sentir-se fortalecidas. Trabalhar a autoestima das crianças e jovens é um poderoso mecanismo de “blindagem” para elas”, explica a pedagoga Clelia Rosa, formada pela Unicamp.
Será que há uma idade certa para se falar sobre racismo? Para a pedagoga e doula, Edite Neves, não. “Não existe idade certa, comecei a conversar com meu filho desde que ele estava no meu ventre. Acredito que ele traz consigo uma memória emocional desde quando estava sendo aguardado por nós”.  Já Rosa, fala de pesquisas que mostram que, por volta dos dois anos de idade a criança já percebe as diferenças entre ela e as demais pessoas, incluindo aqui, outras crianças. “ Ao apontarmos para elas as diferenças entre as pessoas, creio que já estamos falando de uma parte da questão racial e isso pode ir acontecendo na medida em que ele vai se descobrindo e descobrindo as pessoas a sua volta. Falar sobre o racismo vai depender do nível de desenvolvimento global da criança, ou seja, não basta ela ter 5 anos, idade cronológica, e preciso verificar também outros fatores como linguagem, capacidade de representação e compreensão”.
Referências
Bonecas brancas, falta de personagens negros nos desenhos e demais referências, fazem com que a criança possa ter problemas em aceitar sua pela escura ou cabelo crespo. Há aquele desejo inconsciente de querer parecer como a maioria para ser aceito no grupo. Para não frustrar os pequenos alguns pais cedem e recorrem a penteados “esticados” ou até mesmo a química.
“Há certas coisas que não negociamos em casa. Eu digo ao meu filho que enquanto eu cuidar do cabelo dele, ele  será crespo, até que ele tenha idade suficiente para decidir e cuidar sozinho”, explica Neves.
E como usar os brinquedos com temática africana? Para Clelia esses brinquedos deveriam ser comprados para crianças de todas as etnias. “Para a criança negra ele é mais um elemento da sua representatividade, e pode sim ser um excelente aliado para elevar a autoestima delas. Para que isso aconteça esse brinquedo precisa além de afro, ser bonito pois, a beleza do objeto também conta para a criança. Para a criança não negra ele pode ser mais um elemento representativo da diversidade”.
Crianças racistas
Como lidar com os pequenos que praticam bullying contra crianças negras? “Diante desse fato, penso que o importante é afirmar ao ‘pequeno’ racista que, a criança que ele está discriminando, tem os mesmos direitos que ele, que  são crianças diferentes sim, mas isso não é um impedimento para que a negra deixe por exemplo, de utilizar algum brinquedo.”
Clelia finaliza afirmando que deve-se dirigir a criança que agiu de forma racista esteja ela na presença dos pais ou não, mas sempre lembrando de agir de forma cuidadosa e respeitosa “penso que a criança ao cometer uma ação discriminatória deve ser orientada cautelosamente, usando uma linguagem que ela seja capaz de compreender. É importante lembrar também essa criança esta em processo de formação, esta aprendendo e não deve se sentir ameaçada e constrangida. É preciso sempre lembrar que criança está em formação está aprendendo.”
FONTE:https://www.mundonegro.inf.br/criancas-negras-e-o-racismo-o-que-devemos-fazer-a-respeito/

Por que brancos e negros ainda vivem separados em algumas partes dos EUA

Segregação legal acabou há mais de 50 anos no país, mas segregação imobiliária ainda é mantida devido a leis antigas.

Leste da Troost Avenue, em Kansas City, lado mais pobre e marca da divisão racial da cidade (Foto: BBC)

A segregação legal nos Estados Unidos pode ter acabado há mais de 50 anos. Mas, em muitas partes do país, americanos de raças diferentes não são vizinhos, não frequentam as mesmas escolas, não compram nas mesmas lojas e nem sempre têm acesso aos mesmos serviços.
Em 2016 a questão de raça ainda vai ser uma das pautas mais populares no país. Os assassinatos cometidos pela polícia contra mulheres e homens negros desarmados nos últimos anos desencadearam novamente um debate sobre as relações entre as raças no país, e a reverberação deste debate será sentida na próxima eleição presidencial e depois dela.
Ferguson, Baltimore e Chicago são três cidades associadas à tensão racial, mas as três também têm outro denominador comum. Elas, como muitas outras cidades americanas, ainda são muito segregadas.
Testemunhei isto em muitos locais do país - da Louisiana ao Kansas, do Alabama ao Wisconsin, da Georgia ao Nebraska. Em muitos destes lugares, pessoas de raças diferentes simplesmente não se misturam, não devido à escolha, mas devido às circunstâncias.
E se não há interação entre as raças, é mais difícil até começar uma conversa sobre como resolver o problema.
Dados
Dados do censo divulgados recentemente e analisados pelo instituto de pesquisa americano Brookings Institution mostram que a segregação entre brancos e negros está caindo um pouco em cidades grandes, mas continua alta.

Se o número zero é considerado como a medida para a perfeita integração e 100 é a segregação completa, a análise da Brookings mostrou que a maioria das grandes áreas metropolitanas do país tem níveis de segregação variando entre 50 e 70.
Prédios abandonados e cercados de lixo no leste da avenida (Foto: BBC)
De acordo com o relatório da Brookings, "mais da metade dos negros precisaria se mudar para alcançarmos a integração completa".
Segregação racial e segregação econômica estão ligadas: se uma pessoa é negra nos EUA, a probabilidade de ela viver em uma área com concentração de pobreza é maior que a de uma pessoa branca.
Não é uma questão de escolha ou acaso. Políticas habitacionais antigas evitavam de forma ativa que negros vivessem em certas áreas, por exemplo.
Kansas City é uma das cidades mais segregadas do país. Na parte oeste da Troost Avenue há grandes casas, com grandes varandas, propriedades cujos preços variam entre US$ 356 mil a US$ 1 milhão.
Na parte leste da mesma avenida há casas abandonadas, jardins sem manutenção, prédios fechados e com muito lixo em volta.
Casa própria
O governo americano tem uma parte da culpa por esta segregação, devido a práticas instituídas ainda na década de 1930 que evitaram que muitos negros conseguissem comprar casa própria em certas regiões.
Leis americanas permitiam que negros (e pessoas de outras origens) fossem proibidos de viver em determinadas casas. Na foto, documento de Washington, 1958 (Foto: BBC)
Quando o governo começou a dar financiamentos imobiliários para promover o crescimento econômico como parte do plano New Deal, foram impostas duras regras para que cada financiamento fosse liberado.
Áreas onde as minorias viviam eram vistas como investimentos arriscados e famílias negras tinham seus pedidos de financiamento negados de forma rotineira.
O historiador Bill Worley, que mora em Kansas City, explicou que estas políticas continuaram sendo aplicadas na década de 1960 e excluíram negros americanos de uma das grandes marcas de prosperidade do século 20: ter a casa própria.
Em teoria, esta política é ilegal nos EUA desde a década de 1970, mas, na prática, acontece até hoje.
"Bancos continuam a construir e estruturar suas operações de empréstimo de uma forma de evita ou não consegue servir de forma significativa às comunidades de cor, tendo como base a premissa do risco financeiro", disse em setembro de 2015 Vanita Gupta, a mais importante advogada de defesa dos direitos civis no Departamento de Justiça.
Outro fator são os pactos raciais restritivos que estão incluídos nos contratos de habitação. Até 1948 era totalmente legal evitar que uma pessoa negra comprasse ou vivesse em uma casa.
Estes pactos criaram os bairros ricos mais afastados para famílias de renda média e alta. Aconteceu em Kansas City e no país inteiro.
A ida de famílias brancas para estes subúrbios ficou conhecida como "white flight" (ou "fuga branca", em tradução livre).
Com o uso destas práticas e de outra conhecida pela palavra em inglês blockbusting, na qual corretores de imóveis se especializavam em transformar áreas de brancos em áreas de negros, a segregação continuou.
A segregação residencial chegou ao auge na década de 1970. A historiadora econômica Leah Boustan disse que, neste momento, mais famílias negras estavam se mudando para os subúrbios e de volta às cidades do sul que abandonaram depois do fim da escravidão.
"Pode parecer estranho pois temos estereótipos do sul (dos EUA), mas os níveis de segregação residencial são os mais baixos em cidades do sul como Atlanta, Houston e Dallas", afirmou.
Atlanta
Mesmo sendo a cidade menos segregada dos EUA, Atlanta ainda tem desafios a enfrentar.

Nicole e Lewis Anderson moram na cidade e são dois afro-americanos com empregos em grandes corporações, mas contaram à BBC que os corretores de imóveis mostravam a eles apenas propriedades em certas "áreas negras".
Nicole e Lewis Anderson contaram à BBC como foram discriminados enquanto procuravam imóvel para comprar (Foto: BBC)
"Quando começamos havia alguns brancos na nossa área, mas alguns anos depois eles se mudaram", disse Lewis Anderson.
"Nós, afro-americanos, quando vemos um grupo de pessoas brancas se mudando para a vizinhança, pensamos que é bom, estamos bem com isso. Mas para muitas famílias brancas este não é o caso - eles começam a se preocupar com o valor da propriedade e se mudam."
O caso de Lewis e Nicole não parece ser isolado. Uma pesquisa do governo americano mostrou que minorias, quando procuram imóveis para comprar, têm menos propriedades mostradas a elas do que os brancos.
Uma lei, a Fair Housing Act, foi aprovada há mais de 40 anos para acabar com a discriminação imobiliária, mas não foi aplicada da forma apropriada.
Em 2015, o presidente Barack Obama prometeu tornar esta lei mais rigorosa, com novas regulamentações. Agora novos projetos imobiliários só podem receber dinheiro do governo se demonstrarem uma maior integração com outros bairros e haverá sanções para os que não obedecerem.
Mas isto só se aplica a projetos imobiliários públicos. Construtoras privadas continuam com seus projetos sem este tipo de condição.
Julian Castro disse à BBC que a Fair Housing Act é uma lei que nunca foi aplicada de forma adequada nos EUA (Foto: BBC)
"A Fair Housing Act exigia que as comunidades que recebiam dinheiro do governo fizessem o que podiam para, de forma afirmativa, ampliar a habitação justa", disse o secretário de Habitação Julian Castro em entrevista à BBC.
"O problema é que, por muitos anos, esta exigência nunca foi definida ou aplicada de forma adequada."
Castro, que é visto como um possível candidato à vice-presidência pelo Partido Democrata na eleição deste ano, disse que uma das formas pelas quais seu departamento pretende garantir que áreas de pobreza não sejam ignoradas é dar a cidades acesso a dados demográficos para um melhor planejamento habitacional.
Mas o desafio mais importante continua: décadas após o movimento pelos direitos civis, muitos americanos, brancos e negros, simplesmente não se misturam.
E, enquanto os Estados Unidos lutam com problemas raciais, conhecer uns aos outros é um passo adiante na compreensão e resolução destes problemas.
FONTE:http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/01/por-que-brancos-e-negros-ainda-vivem-separados-em-algumas-partes-dos-eua.html

Enegrecendo as plataformas digitais


Passou da hora do Brasil dar ao mundo online as mesmas cores que têm off-line. Negros e pardos formam mais da metade da população brasileira, mas isso não é perceptível quando navegamos em espaços como o YouTube, por exemplo. Apesar de ser um espaço gratuito e democrático, na maior plataforma de vídeos do planeta, o conteúdo feito por e para negros, ainda fica perdido na multidão.
“Sentimos que há uma demanda, que há pessoas negras produzindo conteúdo, mas eles se sentem inseguras e acham que o YouTube não é para eles”, explica Silvia Nascimento, diretora de conteúdo do site Mundo Negro que fechou parceria com o YouTube Space São Paulo que nesse mês de maio tem oferecido cursos de qualificação para melhor uso da plataforma, somente para produtores negros. Nos dias 23 e 24, Youtubers negros de vários cantos do Brasil farão parte do Workshop Intensivo de Produção.
“Recebemos mais de 500 inscrições para um pouco mais de 50 vagas disponíveis e isso sinaliza o desejo dos produtores negros em se qualificar, em querer que seus vídeos alcancem a qualidade que eles assistem em outros canais da plataforma”, acrescenta Silvia.
“O projeto Negros Digitais, que faz parte do Mundo Negro visa justamente não só trazer mais pessoas negras para os ambientes digitais, mas sobretudo, qualificar e mostrar as possibilidades de fazer certo e melhor”, finaliza.
Ainda não há previsão da abertura de novos cursos voltados para comunidade negra, mas eles serão anunciados na página Negros Digitais no Facebook.
FONTE:https://www.mundonegro.inf.br/enegrecendo-as-plataformas-digitais/

A situação dos negros no mundo atual

Por Juliana Miranda

A busca por igualdade de oportunidades vem marcando a história dos negros no Brasil e no mundo. As marcas da desigualdade histórica ainda estão presentes nos dias de hoje.

Muitos negros permanecem marginalizados, sofrem com o racismo e a discriminação e não encontram condições igualitárias de educação e desenvolvimento profissional. Um estudo recente apontou que em fábricas um trabalhador branco ganha até 75% mais do que um negro.

É claro que os negros alcançaram algumas vitórias, mas a realidade ainda está longe da ideal. Ainda vivemos o mito da democracia racial, e segundo o IBGE precisaremos de pelo menos 20 anos de políticas afirmativas no Brasil para fomentar a igualdade entre negros e brancos.

Atualmente, a população negra no Brasil ainda está em desvantagem em relação aos brancos em todos os itens, como violência, renda, educação, saúde, emprego, habitação e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Segundo um relatório da ONU, não existe região ou estado brasileiro em que a condição de vida da população negra seja melhor do que a da população branca.

A ONU sugere que todos os países busquem uma ação conjunta entre governo e sociedade para combater o racismo no país e melhorar as condições de vida da população negra.

Saiba o que é democracia racial.

Em países de primeiro mundo, como Estados Unidos, existe um cenário bastante peculiar, onde muitos negros se encontram marginalizados, e tantos outros se destacam nas melhores universidades e empresas do país. Uma marca dessa mudança da sociedade foi vista na reeleição de Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

Após 10 anos, Jurassic 5 retorna com novo single e turnê

INDIO, CA - APRIL 12: Jurassic 5 performs onstage during day 1 of the 2013 Coachella Valley Music & Arts Festival at the Empire Polo Club on April 12, 2013 in Indio, California. (Photo by Frazer Harrison/Getty Images for Coachella)

Formado em 1993 em Los Angeles, o grupo de rap Jurassic 5 está de volta! Depois de um hiato de uma década sem lançamentos, o clássico grupo lança o single “Customer Service” (‘Atendimento ao Cliente’, em tradução).
A faixa single tem produção de DJ Nu-Mark e bebe bastante do funk, enquanto os integrantes disparam rimas bem conscientes. Você poe baixar a faixa gratuitamente poraqui.
Além do lançamento, o grupo sairá em Turnê pela Europa a partir de Junho, passando por mais de 10 países, entre eles: Suíça, Irlanda, França, Alemanha, Holanda e Reino Unido.
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/34924/jurassic-5-lanca-single-e-turne/

Em parceria com o Savave, Cadelis lança clipe “Curso Natural”


Compreender não é tarefa fácil. Para que isso aconteça, o ser humano precisa buscar intensamente dentro de sua natureza suas raízes, sua primitividade e missão, tudo isso levando em consideração o pensamento abrangente, que estende a sua própria ação.
Foi através dessa procura incessante por sabedoria que o MC curitibano Gustavo Cadelis criou as canções do disco “Sob a Tempestade“, onde narra a trajetória das milhares de vidas que habitam em Curitiba, tema chave para a exploração do cotidiano da cidade em um espectro psicológico.
O clipe de ‘Curso Natural‘, música que encerra o disco, é o ápice de uma jornada de compreensão que simboliza os tais espectros que vagam pela mente de um homem que não suporta mais a pressão de uma sociedade fútil, tendo reflexões sobre aquilo que vê no seu dia a dia.
A produção musical ficou por conta do Dario, e o clipe foi feito pela Juice Filmes, com direção de Ruggero Fiandanese e fotografia de Juliano Julio.
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/34919/cadelis-curso-natural/

0800 Crew e Dario estão prontos pra tomar o mundo em um gole, ouça “Asa Delta”


Junho de 2016 é o mês em que a 0800 Crew comemora 1 ano de atividade.
Obviamente, a data não passou em branco: Junto da lenda dos beats de CWB, o renomado Dario, o grupo nos presenteia com a faixa “Asa Delta”, um rap pra lá de classudo, que apesar de ter um tom mais sério, ainda contém toda a abordagem criativa e irreverente – que é a principal característica dos meninos.
Aqui, podemos notar um amadurecimento do grupo quanto a escrita e musicalidade que, segundo eles, será recorrente no segundo disco, intitulado “Nome Sujo” – previsto pra agosto desse ano.
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/34908/0800-crew-asa-delta-musica/

Ogi lança música “Reality Show”, com Haikaiss e PrimeiraMente


Nesta manhã de quinta-feira (9), Rodrigo Ogi, detentor do melhor disco de rap de 2015 de acordo com o RND, lançou a nova faixa “Reality Show“, que tem colaboração deSPVIC e Raillow, dos grupos Haikaiss e PrimeiraMente, respectivamente.
O som faz boas alusões à ilusão dos reality shows exibidos na televisão comparando-os às mazelas e dificuldades do mundo real. O destaque da faixa vai pela lírica dos rappers. A produção musical é de ninguém menos que Nave — que também produziu inteiramente o glorioso “Rá!“.
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/34945/ogi-lanca-reality-show/

Rimas & Melodias - Tatiana Bispo - Eu Preciso Ir


Rimas & Melodias - Tássia Reis - No Seu Radinho