ASSISTENTE SOCIAL COM BACHAREL DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE/RJ & RAPPER.
Contos do Silles! Esse é baseado
em acontecimentos verídicos.
Um belo dia estávamos eu e meus
parceiros trocando idéia no mesmo lugar de sempre. Boa conversa, ouvindo um som
baixinho naqueles mini-rádios e as minas que apareciam para agraciar ainda mais
o nosso momento. Todos pretos e pretas exibindo suas realezas ancestrais.
Contudo no mesmo lugar como sempre de costume, sempre encontrávamos um
conhecido nosso branco, passava de bicicleta e gritava “e aí macacaiada”, e nós respondíamos “coé branquelo encardido, vá tomar um banho pra tirar esse fedor de
coalhada azeda”, e soltávamos gargalhadas, não nos sentíamos ofendidos por
sinal ofensa por ofensa fica tudo resolvido e retornávamos para as nossas
trocas de idéias.
Mas numa sexta-feira, no belo dia
citado acima, estávamos tranquilos quando o mesmo sujeito conhecido nosso
branco passou e gritou “e aí macacaiada”
e respondemos de volta “coé branquelo
encardido, vá tomar um banho pra tirar esse fedor de coalhada azeda e aproveita
pra devolver parte dos saques dos seus ancestrais sujismundos roubaram do
Brasil”. E aí o bicho pegou. O notável cidadão conhecido retornou com sua
bicicleta e indignado disse: “pô pessoal
não estou gostando dessa brincadeira de vocês ficarem me chamando de branquelo
encardido e coalhada azeda me sinto ofendido. Queria pedir que vocês parassem
com isso, o que estão fazendo é racismo”. Kkkkkkkkkkkk soltamos horrores de
gargalhadas bem ao lado do tráfego de pessoas, carros e demais veículos auto e
não motores. Respondemos para o tal cidadão branco bom-jesuense: “cara você que sempre passou e iniciou os
insultos nos chamando de macacaiada, nunca reclamamos, mas sempre te
respondemos como tal e você vem nos falar de racismo? Cara conselho que vamos
dá pra você pega a sua bike e vaza daqui”. O indivíduo montou na bicicleta
e partiu feito The Flash em direção adentro da Figueiredo. Vejam só, era só o
que nos faltava.
A partir daquele dia nunca mais
vimos o tal notável cidadão bom-jesuense ofendido pelos insultos raciais
praticados por nós. Ora que terrível. Moral da história quando os brancos
insultam os negros é normal, quando negros insultam os brancos é racismo. Mas
com nós e comigo tem isso não lei de talião. Aprendemos com o nosso chegado
Marcelo Silles.
Esse fato relatado realmente
aconteceu na minha localidade bairro Pimentel Marques em Bom Jesus do
Itabapoana. Os cidadãos negros envolvidos abordaram-me semana passada e me
contaram o ocorrido, fiquei ainda mais feliz quando eles disseram que
aprenderam comigo. Vejam só eu fazendo escola. Notícias que tenho é que o rapaz
notável está passando agora pela rua de cima, para evitar ser ofendido de novo.
Coitado.