quarta-feira, 13 de julho de 2016

POLICENO, MÚSICA PERDÃO


Policeno 
MÚSICA: ‪#‎PERDÃO‬ 
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Os Negros na Revolução Constitucionalista de 1932 - Uma Reflexão


Dentro do cenário já conhecido da Revolução Constitucionalista de 1932, os negros não aderiram tanto ao movimento, pois muitos eram vanguardistas e operários, classes que davam grande apoio político a Getúlio Vargas, e um dos pontos do movimento era contra este governo.

            A Historiografia Brasileira mais antiga não oferece um respaldo acadêmico sobre os movimentos negros pós abolição, o que tem alterado entre os novos pesquisadores. Dentro desta temática proposta temos alguns pontos que demonstram que mesmo que os negros representaram 1/3 dos soldados paulistas, estes foram muito importante dentro do processo. Vamos focar agora nossa atenção para a chamada Legião Negra, fundada por Joaquim Guaraná de Santana.

            Como se conhece a participação dos negros na República Brasileira foi uma conquista processual, e no contexto da década de 30 temos a Frente Brasileira Negra. Trata-se de um movimento paulista, que defendiam as coisas dos negros em diferentes temáticas, principalmente as sociais e políticas. Porém, como já explicitado, a maioria dos membros da FBN, eram vanguardistas e operários, dando apoio a Getúlio Vargas. O presidente era um grande defensor dos direitos trabalhistas, sendo autor da CLT, por isso o maior movimento não ofereceu apoio a Joaquim Guaraná de Santana, quando este foi solicitar ajuda.

          Joaquim Guaraná de Santana era membro da FBN, porém rompe com esta e funda da Legião Negra, conhecida também como Pérola Negra. Dentro da metodologia de organização de batalhões, os soldados nomeavam seus grupos e a Legião Negra denominou seus grupos com nomes de homens negros e mestiços importantes da História do Brasil, como Zumbi, Antônio Pereira Rebouças e Henrique Dias.

            O movimento Legião Negra se tornou um marco de grande importância para uma profunda reflexão dos negros no processo democrático, alguns jornais da época passaram a relatar fatos ligados ao movimento negro dentro da Revolução Constitucionalista de 1932, sendo o nosso foco o jornal A Gazeta, trazendo dois episódios, sendo o primeiro sobre uma reflexão da Legião Negra e o segundo ponto, de uma mulher negra que se vestiu de homem para participar da luta:

Os patriotas pretos estão se arregimentando - Já seguiram vários batalhões - O entusiasmo na Chácara Carvalho - Exercícios dia e noite - As mulheres de cor dedicam-se à grande causa. [...] Também os negros de todos os Estados, que vivem em São Paulo, quando o clarim vibrou chamando para a defesa da causa sagrada os brasileiros dignos, formaram logo na linha de frente das tropas constitucionalistas. A epopéia gloriosa de Henrique Dias vai ser revivida na luta contra a ditadura. Patriotas, fortes e confiantes na grandeza do ideal por que se batem São Paulo e Mato Grosso, os negros, sob a direção do Dr. Joaquim Guaraná Sant´Anna, tenente Arlindo, do Corpo de Bombeiro, tenente Ivo e outros, uniram-se, formando batalhões que, adestrados no manejo das armas e na disciplina vão levar, nas trincheiras extremas, desprendidos e leais, a sua bravura, conscientes de que se batem pela grandeza do Brasil que seus irmãos de raça, Rebouças, Patrocínio, Gama e outros muitos tanto dignificaram. Os nossos irmãos de cor, cujos ancestrais ajudaram a formar este Brasil grandioso, entrelaçando os pavilhões auri-verde e Paulista, garbosos, ao som dos hinos e marchas militares, seguem cheios de fé, ao nosso lado, ao lado de todos os brasileiros que levantaram alto a bandeira do ideal da constitucionalização, para a cruzada cívica, sagrada, da união de todos os Estados sob o lábaro sacrossanto da pátria estremecida. ( Jornal A Gazeta, 23 de Julho de 1932 – Os Homens de Cor e a Causa Sagrada do Brasil)

Antônio Gramisc, um teórico político, nos mostra que a sociedade é divida em blocos históricos e que estes agem de acordo com seus interesses e por isso a tendência é sempre classificarmos os grupos sociais por sua cultura e conflitos de interesses. Neste caso o “bloco histórico” dos Homens de cor vem utilizar o contexto da guerra na busca de sua legitimação como ser social dentro do cenário nacional, esta passa ser a verdadeira função da Legião Negra.

O Jornal, A Gazeta, de 05 de setembro de 1932, vem relatar o caso de Maria José Bezerra, cozinheira da família Penteado Mendonça. Alistou-se, fazendo-se passar por homem para poder lutar pela causa da constitucionalidade brasileira; exemplo maior de mulher voluntária no Movimento Constitucionalista de 32.  Coloca o jornal:
Uma mulher de cor, alistada na Legião Negra, vencendo toda a sorte de obstáculos e as durezas de uma viagem acidentada, uniu-se aos seus irmãos negros em pleno entrincheiramento na frente do sul, descrevendo a página mais profundamente comovedora, mais cheia de civismo, mais profundamente brasileira, da campanha constitucionalista, ao desafiar a morte nos combates encarniçados e mortíferos para o inimigo, MARIA DA LEGIÃO NEGRA! Mulher abnegada e nobre da sua raça (Trecho do jornal)

            Para terminar nossa reflexão sobre a participação do negro da revolução, não podemos deixar de explicitar que existem poucas obras sobre isso, considerando apenas a chamada A Legião Negra, a luta dos afro-brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932, de Oswaldo Faustino. Em depoimentos, muitas comunidades reclamam da falta de material da participação dos negros em muitos fatos históricos.

FONTE:http://profludfuzzisocial.blogspot.com.br/2013/07/os-negros-na-revolucao.html

Foto de mulher negra desafiando policiais vira símbolo dos protestos nos EUA


A enfermeira Leisha Evans participou das manifestações em Baton Rouge e acabou sendo presa

 A foto de uma mulher negra desafiando policias em uma manifestação em Baton Rouge, no estado de Louisiana, virou símbolo dos protestos nos Estados Unidos contra a brutalidade das forças de segurança.

Uma onda de protestos foi desencadeada na semana passada após a morte de dois negros por policiais brancos em Minnesota e em Louisiana, agravando ainda mais as tensões raciais no país.
Em uma das manifestações em Dallas, na noite de quinta-feira, um franco-atirador matou cinco policiais dizendo-se decepcionado com os brancos. A imagem do fotógrafo Jonathan Bachman, capturada no sábado, retrata a enfermeira Leisha Evans, de Nova York.
Com um vestido longo e carregando nada mais que seus objetos pessoais, a mulher posiciona-se em frente aos policiais armados, à espera de que eles a prendessem. A foto está dando volta ao mundo, foi amplamente repercutida nas redes sociais e ganhou montagens até com a figura de Martin Luther King.
Em uma entrevista ao jornal “The Atlantic”, Bachman relatou que os policiais estavam detendo várias pessoas no protesto em Baton Rouge.
A câmera do fotógrafo, então, capturou a imagem da mulher, que se colocou diante dos agentes sozinha e de forma pacífica.
“Ela não foi violenta, não disse nada, não resistiu. No final, a polícia a deteve”, explicou o fotógrafo.
A imagem, um símbolo de protestos não-violentos, lembra outras fotografias como a tirada por Marc Riboud, na Guerra do Vietnã, quando um manifestante colocou-se na frente de policiais armados com uma flor na mão.
Lembra ainda a imagem de um manifestante que se posicionou diante de um tanque em Tiananmen, na China.
FONTE:http://www.geledes.org.br/foto-de-mulher-negra-desafiando-policiais-vira-simbolo-dos-protestos-nos-eua/

O SILÊNCIO DOS CÚMPLICES

Marcelo Silles
Assistente Social

O prognostico de uma sociedade desigual no que se refere a raça no Brasil, é algo inevitável e inquestionável. Cotidianamente somos tolerados barbaramente por uma sociedade racista, vil, intolerante e desumana.

Aos olhos das pessoas de bem, somos tido como vitimistas que devemos tolerar qualquer ação que nos humilhe e nos deixe constrangidos diante de uma plateia pública do senso comum. Temos que aceitar as palavras lançadas para qualificar negativamente nossa cor, cultura, ancestralidade e identidade, calados em silêncio, pois, qualquer tentativa de repúdio a essas ações, somos tido como vitimistas e seres inferiorizados.

Se ao tomarmos para nós essas dores e duras palavras e revidamos os ataques frontalmente, somos tidos como o oprimido querendo ser o opressor, que violência não se resolve com violência, que sofremos de complexo de inferioridade pois são somente piadas. Eis a questão clara nossa cor pode servir de chacota e piadas infames, mas a cor dos brancos não.

Pior do que um ser racista é o cidadão de bem omisso, que fica indignado mas calado, que se indigna em silêncio. Como sempre afirma a máxima de Martim Luther King:

"O que me preocupa não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons."

Professora usa rap e funk para ensinar História: 'Não estudei para domesticar aluno'

Ane Sarinara tem 27 anos e é professora há oito; é militante do movimento negro e feminista e, homossexual assumida, também combate o preconceito contra a comunidade LGBT.
Um aluno entra na sala e coloca não o caderno, mas uma arma sobre a mesa. Outro salta pela janela do segundo andar, no meio da aula, para fugir de um traficante. Uma garota entra correndo e chorando após ter conseguido se livrar de dois colegas que tentavam abusar dela no banheiro.
O estresse causado por situações como essas já fizeram a professora Ane Sarinara, que ensina História na periferia de São Paulo, se afastar do trabalho e até pensar em desistir. Mas recentemente ela criou uma estratégia para envolver os alunos nas aulas: usar funk e rap para trazer um pouco do cotidiano difícil deles para a sala.
"A escola está completamente fora da realidade deles, e educação, sem significado, não tem sentido nenhum. É aquela ideia: você finge que explica, eles fingem que entendem. São cidadãos que não gritam, que não berram, omissos, obedientes. Costumo dizer que não estudei para domesticar aluno. Querem que eu faça isso, mas eu não consigo", conta ela à BBC Brasil.
Para quem questiona a opção por esses ritmos musicais, a professora de 27 anos, há oito na profissão, tem a resposta na ponta da língua: "os alunos gostam disso, é o que eles escutam e é a linguagem que eles sabem".
Funk escrito por alunos de Ane do 1º ano do Ensino Médio na Fundação Casa.
Funk escrito por alunos de Ane do 1º ano do Ensino Médio na Fundação Casa
"Outros professores tratavam isso como indisciplina. Só que eu sou da periferia, escuto funk desde que me conheço por gente", lembra. "Sugeri que ele escrevesse um funk sobre a matéria - foi a forma que encontrei para ele fazer parte da aula."

Quando o garoto apresentou o trabalho, ela percebeu que a tarefa havia "conquistado" não só a atenção dele, mas de toda a sala.
"Um dos meninos se ofereceu para fazer o beatbox (reprodução de sons com a boca e o nariz), outro pegou a lata de lixo, outros batucavam na mesa, batiam palmas", recorda.
"Nisso, a diretora entrou para perguntar o que estava acontecendo. Para ela, parecia uma zona. Mas não era: a gente estava tendo aula."

Resistência
Ane montou um tribunal na sala de aula para que os alunos estudassem e representassem os dois lados: polícia e tráfico

Ane expandiu a experiência para além da música.
Uma vez, por exemplo, dividiu os alunos em dois grupos e criou um tribunal: o primeiro representaria a polícia e o outro, o tráfico.
"Na periferia, a polícia é muito mal vista porque chega sempre com violência. Mas a ideia era mostrar para eles que o tráfico, que é quem acaba fazendo as melhorias que eles precisam na região em que o Estado é ausente, não tem só coisas positivas."
Mas fugir do "padrão" também trouxe problemas: diretores e outros professores reclamavam de que Ane era "liberal demais", e que seus alunos saíam achando que "podiam fazer tudo" nas outras aulas.
"Eles diziam: 'alguns pais estão reclamando, se eles forem na Diretoria de Ensino você vai ter que se retirar da escola'. E eu respondia: 'não vou mudar, não estou fazendo nada de errado'."
Além de não ter desistido, ela hoje aplica seu método também na Fundação Casa (instituição que abriga menores de idade infratores em São Paulo). Onde, aliás, enfrenta os mesmos problemas causados pelo modelo convencional.
"Quando entro na Fundação Casa, lembro das grades da minha escola. É igual. Não vejo diferença. A escola é uma prisão, a única diferença é que ela não tem seguranças. O resto é tudo igual. A mesma rotina, as mesmas grades, aquela lousa lá na frente, professor estressado."

'Cara de prisão'
Mural no qual alunos completaram a frase: "Os direitos são garantidos com..."

Nascida e criada na periferia de São Paulo, Ane sentiu na pele os desafios que seus alunos têm no dia a dia.
Ela morava com a família em Jandira, na região metropolitana, mas aos quatro anos teve de ir morar em um orfanato na vizinha Carapicuíba. Viciado, seu tio passara a enfrentar problemas com traficantes, que ameaçaram a família toda.
No orfanato, conheceu o racismo, apanhou sem saber o porquê e enfrentou as amarras da escola, que para ela sempre teve "cara" de prisão.
"A escola era uma prisão, é uma grande jaula. Você joga as pessoas lá, transforma todas elas em máquinas de obedecer sem questionar, mostra um mundo fora da realidade delas. Era como eu me sentia dentro da escola: presa."
Ane foi morar em Osasco - onde vive até hoje - e logo decidiu que queria ensinar. Mas com um objetivo: que seus alunos não sentissem o que ela sentia na escola.
"Pensava: como eu gostaria que tivessem me dado essa aula? Foi por isso que comecei a tentar essas coisas diferentes."
E decidiu permanecer na periferia para "devolver algo" algo ao lugar que a criou.
"As pessoas costumam estudar e trabalhar para poder sair daqui. Mas eu não penso assim. Não tenho que sair desse lugar, eu quero transformar esse lugar."

Cansaço
Ane usa raps como o de Tarja Preta, Falsa Abolição (Meninas Negras Não Brincam com Bonecas Pretas) para falar sobre racismo

Mesmo com o discurso repleto de esperanças, Ane admite o cansaço - ela acredita que "não vai durar muito tempo" na profissão.
"Não tem nada de legal nessa profissão. Parece exagero, mas é isso. Você é humilhado todos os dias, não tem nenhum reconhecimento. O que motiva o professor nesse país é o ideal dele."
Ela conta que, no decorrer dos anos, conseguiu bancar sua escolha de "mandar o currículo para o saco e fazer o que eu acho que tem que ser feito". Mas reclama do peso da missão.
"Jogam toda a carga em cima do professor. Tenho que educar, dentro e fora da escola, socorrer aluno, salvar aluno, salvar a sociedade… eu tenho que ser perfeita. Mas enquanto isso, o sistema está me arrochando dos dois lados, e você fica sem saber para onde correr. Geralmente a gente corre para o banheiro para chorar."
Ela diz cogitar abandonar a sala de aula por medo de sair de lá "de camisa de força". E, após citar números de professores que cometem suicídio, conclui:
"Muitos colegas meus já tomam tarja preta pra conseguir dar aula. Não quero ficar desse jeito. Aí é que está a questão: eu não consigo me adaptar ao sistema. Mas aí todo mundo me diz: vai chegar uma hora que você vai ter que escolher entre ficar e se adequar ou sair. E está chegando essa hora já."
FONTE:http://www.msn.com/pt-br/noticias/educacao/professora-usa-rap-e-funk-para-ensinar-hist%C3%B3ria-n%C3%A3o-estudei-para-domesticar-aluno/ar-BBufTFA