terça-feira, 22 de março de 2016

GIRINHA - PERFIL DA ARTISTA

Entrevista de perfil da rapper Girinha no meu programa de rap na Rádio, boa escuta!!



FONTE:http://www.dinocross.com/2016/03/girinha-perfil-da-artista.html

WINNY & ZANDA - EP HEROÍNAS


Winny e Zanda finalmente lançaram para os fãs o EP Heroínas, neste mês dedicado as mulheres,
Faça download e depois comente qual é a track que mais gostaste.


FONTE:http://www.dinocross.com/2016/03/winny-zanda-ep-heroinas.html

PERFIL DA DONNA KELLY #MIXHIPHOP


Donna Kelly foi a minha entrevistada no programa Mix Hip Hop, da edição de 19 de Março, amigos e artistas deram o seu testemunho sobre o percurso desta grande referência do rap angolano em particular o feminino.

O programa o Mix Hip Hop é um programa de rap que faz a ponte entre a velha e a nova escola na vertente informativa e musical, é realizado e apresentado por mim, e vai ao ar aos sábados na frequência FM 92.3 (Luanda) e http://radios.sapo.ao/radio-unia.

Acompanhe o Perfil da Donna Kelly e deixe o seu comentário em seguida
FONTE:http://www.dinocross.com/2016/03/perfil-da-donna-kelly-mixhiphop.html

HISTÓRIAS DO RAP NACIONAL DOWNLOAD


A Série tem como objetivo registrar a história do Rap Nacional, por meio de depoimentos de grandes expoentes do movimento, como Racionais MCs, Criolo, Emicida e Thayde, além de outros relevantes nomes do passado e da nova geração.   
Produção: Tv Gazeta 
Ano de Produção: 2016


Neste primeiro episódio, Ronald Rios conversa com alguns dos destaques do rap nacional atual, abordando suas respectivas trajetórias e referências musicais, além da responsabilidade de se levar o estilo adiante. 




No segundo episódio de Histórias do Rap Nacional, Ronald Rios conversa com alguns dos artistas que ajudaram a trilhar o caminho do Rap no Brasil. 




O terceiro episódio de Histórias do Rap Nacional é um especial sobre um dos maiores nomes do gênero atualmente: Emicida. 




No quarto episódio de Histórias do Rap Nacional, Ronald Rios troca uma ideia com ninguém menos do que Edi Rock e KL Jay, integrantes do Racionais MCs. Além de conhecer um pouco mais sobre o universo dos produtores e beatmakers que ditam o ritmo das produções atuais, dentre eles: Daniel Ganjaman, DJ Hum e DJ Cia.





No quinto episódio de Histórias do Rap Nacional, Ronald Rios conevrsa com grandes nomes que estão há anos na caminhada do rap, entre eles: RZO, GOG, Ndee Naldinho, De menos Crime, Rael, Msário, Xis, DBS, Renan Inquérito e o jovem rapper gay Rico Dalasam. 






No sexto e último episódio de Histórias do Rap Nacional, Ronald Rios conversa com o rapper Criolo, grande ícone da atual fase do hip hop no Brasil. Ele também troca uma ideia com DJ Dandan que, além de ser parceiro de Criolo há anos, é uma das caras à frente da Rinha dos MCs, um dos maiores berços de talentos do rap paulista. 



 FONTE:http://filmesblack.blogspot.com.br/2016/03/historias-do-rap-nacional-download.html







Leilah Moreno Está de Volta! Saiba Como Colaborar No Novo Álbum Dela Que Será Lançado em Setembro


Leilah Moreno, um dos nomes mais queridos do cenário Black Nacional ficou famosa e conquistou uma legião de seguidores em 2002, quando concorreu e venceu um concurso musical no Programa do Raul Gil. Daí em diante ela lançou 3 álbuns, concorreu ao Grammy Latino, estrelou filme, fez novela e série na Rede Globo, emocionou plateias no teatro e fez muita gente dançar ao encarar a responsa de ser a primeira 'Live Vocal' do Brasil, desta vez seguindo dentro da música eletrônica, mas sem nunca perder sua essência musical e assim conquistando também um novo público.

Maguinho, Roger Dias, Alex Fornari, Leilah,
Claudio Rocha, Silas Godoy e Juliano Teruki
A novidade do momento é que a Leilah está de volta aos estúdios, mais precisamente o maior estúdio do Brasil, o Mocha, e trabalhando com grandes nomes para produzir este que será seu grande retorno musical, o seu 4º álbum de estúdio. Seguindo moldes que vêm dando super certo ao redor do mundo, Leilah lançou uma campanha junto com o siteKicante, onde os seus fãs terão a possibilidade de participar da produção do novo disco fazendo doações em troca de benefícios que vão desde ter direito ao EP exclusivo feito para os colaboradores da campanha, até seção de  fotos, audição exclusiva do novo trabalho, dentre outras exclusividade que inclui também um pocket show da Leilah na sua casa.

Recentemente vimos uma grande revolução iniciar no mercado musical quando a renomada girl band americana, TLC, resolveu lançar uma campanha no Kickstarter de arrecadação de fundos para gravação de seu novo álbum (que será lançado ainda em 2016), ao meio de muita polêmica que acusavam elas de oportunismo etc...elas mostraram que são pioneiras e quebraram recordes ao arrecadar quase meio milhão de dólares no final da campanha e terem atingido mais que a meta determinada em apenas 72 horas. Seguindo o sucesso do TLC, vimos também o De La Soul retornando aos estúdios através desta nova ferramenta de conexão entre o artista e seu publico. Agora chegou a vez da Leilah e torcemos que ainda possamos falar muito desse novo trabalho dela aqui na Rolling Soul. E se você também está empolgado com o retorno musical dela e quer colaborar, basta acessar o Kickante/LeilahMoreno e fazer sua colaboração que varia de R$25,00 a R$8.000,00.


Para mais informações e atualizações da Leilah curta sua página oficial no Facebook!

FONTE:http://rollingsoulbrasil.blogspot.com.br/2016/03/leila-moreno-esta-de-volta-saiba-como-Colaborar-No-Novo-album-Dela-Que-Sera-Lancado-em-Setembro.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+blogspot/NuNcuY+(Rolling+Soul)

Em horário nobre, grupo de rap leva mensagem de protesto para o Programa do Ratinho, no SBT


Programa do Ratinho, exibido de segunda a sexta-feira às 22h no SBT, tem entre sua grade o quadro “Dez ou Mil“, uma competição de calouros onde os jurados Arnaldo Saccomani, Décio Piccinini, Nadja Haddad, Pedro Manso e Leão Lobo distribuem a quantia R$10,00 ou R$1000,00 para cada apresentação, dependendo da qualidade.
Na última edição do programa (21), o grupo de rap do bairro Grajaú/SP, Mentes Criativas, participou da atração e fez muito mais do que competir. O grupo apresentou a música “O Pânico Nosso de Cada Dia“, uma faixa áspera e direta contra mazelas que agridem diretamente a periferia tocando em horário nobre da televisão brasileira, dentro segundo maior canal.
Os jurados não pouparam elogios. Entre alguns piadistas e outros críticos musicais,destaque para a fala do produtor musical Arnaldo Saccomanique enxerga um futuro prospero para o rap no Brasil. “Eu adoro Rap, acho que é o futuro da música no Brasil“, ressaltou, e ainda dispara “a gente tem o maior rapper do mundo que é o Mano Brown né, e ninguém fala nada. Ele é muito melhor do que Eminem, muito melhor do que qualquer outro“.
O Mente Criativas está no Facebook

Assista o clipe da música


FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/32286/mentes-criativas-no-programa-do-ratinho/

Um homem negro mudou seus looks para ver se as pessoas o tratariam de forma diferente



E aí, galera? Eu sou o Pedro. Eu tenho 24 anos e, como a maioria dos homens negros da minha idade, preciso ser extremamente cuidadoso com o que eu escolho vestir.


Por toda a minha vida, eu sofri uma série de micro-agressões — de funcionários me seguindo em lojas a mulheres segurando suas bolsas com força ao me verem. Aos 13 anos de idade, fui detido por policiais que suspeitavam de algo que eu não fiz. Pouco tempo atrás, uma mulher agarrou seu filho e correu para uma loja para se afastar de mim quando eu estava andando pelo quarteirão. Eu não quero ser mais uma estatística e ter minha aparência culpada por isso. Mas eu não vou me resignar e mudar minha aparência só para fazer as pessoas se sentirem mais confortáveis perto de mim. Eu me visto exclusivamente de acordo com o meu humor, e geralmente a minha escolha é algo “confortável / que me permita andar de skate” chique, ou alguma coisa assim. ¯\_(ツ)_/¯ Eu estou curioso para ver o efeito que minhas escolhas de vestuário têm na minha vida com um jovem homem negro de Los Angeles.
Então, para descobrir, eu decidi passar uma semana me vestido bem, e depois outra semana me vestindo de forma mais descontraída para ver como as pessoas me tratariam.
AS REGRAS
1. Eu tenho que realizar as mesmas atividades nas duas semanas.
2. Enquanto eu estiver bem-vestido, preciso colocar a camisa para dentro da calça e usar uma grava e/ou um paletó.
3. Enquanto eu estiver me vestindo de forma mais relaxada, todas as combinações precisam ser roupas com as quais eu pudesse dormir confortavelmente.
4. Eu não vou expor minhas tatuagens em nenhuma das semanas.
5. Eu não vou mudar meus comportamentos típicos ou agir diferentemente de como eu agiria normalmente.


DIA 1

Tyler Dunlavy for BuzzFeed

O que pensei enquanto estava todo arrumadinho: Eu me sinto pretensioso, desconfortável e envergonhado, especialmente por causa do paletó. Um certo verso de Kanye West veio à mente “So I don’t listen to the suits behind the desk no more / You n****s wear suits ‘cause you can’t dress no more” em “Last Call”. Eu tive que caminhar com cuidado, para tentar diminuir o barulho insuportável dos meus sapatos, meu cinto precisava ser constantemente ajustado e, somado a tudo isso, essas calças faziam minha cueca subir.

Experiências: A mulher que trabalhava na 7-Eleven me cumprimentou com um sorriso e instantaneamente perguntou Por que ISSO? Reunião ou entrevista?” “É pro trabalho”, respondi enquanto pegava meu troco para o ônibus. Ela ergueu as sobrancelhas e sutilmente acenou com a cabeça. Isso tudo nos 10 minutos do meu dia e eu pensei comigo mesmo, Caramba, essas duas semanas vão ter vários acontecimentos. Meu ônibus passou e meu cartão de passe não tinha c´redito suficiente, mas antes que eu pudesse usar o troco que eu peguei na 7-Eleven, o motorista disse que não tinha problema. Foi por pouco. Consegui economizar meu troco.

Para almoçar, eu fui até o BLD, um lugar meio sofisticado. O atendimento foi legal — o atendente me acomodou na frente do restaurante e eu recebi meu pedido antes de dois senhores que chegaram primeiro que eu. Eu andei até o Banco Chase e o segurança não só abriu a porta para mim mas também me disse para assinar uma lista de espera para ser atendido por um caixa. Na saída, depois que eu perguntei onde ficava o caixa eletrônico, ele me informou sobre o estacionamento disponível, presumindo que eu estivesse de carro, mas eu tinha chegado lá a pé.

O que eu pensei enquanto estava com uma roupa mais descontraída: Eu me senti muito mais confortável usando moletom e calça de abrigo. Eu não tinha que me preocupar com o barulho dos sapatos sociais ou se meu cinto estava no lugar certo. Um Kanye West anti-terno ficaria orgulhoso.

Experiências: Eu vi a mesma mulher na 7-Eleven e ela só me perguntou se eu queria a nota. Meu ônibus passou e, novamente, não havia crédito suficiente no meu cartão de passe, mas a motorista não deu partida no ônibus enquanto eu não coloquei mais vinte e cinco centavos para começar a completar a passagem. Só então ela me disse que eu podia embarcar. Então eu ainda consegui economizar um pouco, mas foi meio diferente, dessa vez.

Eu fui ao BLD de novo para almoçar e fui recebido pelo mesmo atendente. Dessa vez ele olhou para o fundo do restaurante para procurar um lugar para me acomodar. Ele acabou me acomodando na frente, coincidentemente ao lado do caixa. Eu recebi minha comida consideravelmente rápido e ele me perguntou se eu precisava de molho de pimenta, parou, e acrescentou sal e pimenta. Eu o peguei me olhando pelo canto do olho durante minha refeição. No Chase, o mesmo segurança apenas me cumprimentou com um aceno de cabeça. Ninguém me atendeu quando eu entrei e, após sentar lá por vários minutos, eu lembrei de assinar a lista de espera. O caixa que me ajudou na semana anterior estava acompanhando um cliente até a saída e, após passar por mim algumas vezes, finalmente se aproximou.

DIA 2


Tyler Dunlavy for BuzzFeed
O que pensei enquanto estava todo arrumadinho: Eu estava muito mais confiante com o que eu estava vestindo. Fiquei aliviado sem o paletó porque com ele parecia que eu trabalhava no Serviço Secreto ou como um jornalista que cobre grandes conferências, e sem ele eu era apenas mais um executivo fazendo coisas de adulto. Esse conforto foi despedaçado assim que o barulho dos meus sapatos anunciou a minha chegada. Eu prefiro ser visto, não ouvido. Mas agora passei a respeitar mais o galope dos cavalos.

Experiências: Eu fui para a academia, inseri meu número de telefone, entrei com a minha impressão digital e fui cumprimentado com um “Tenha uma ótima malhação, Pedro”. Na farmácia, o caixa disse “Como está, chefe?” e eu recebi um “boa noite” do recepcionista na livraria The Last Bookstore, no centro. Como meu amigo Ice Cube diria, “Hoje foi um bom dia.”

O que eu pensei enquanto estava com uma roupa mais descontraída: Eu me certifiquei de vestir essas roupas no dia que fui para o trabalho dirigindo por causa da flanela vermelha. Eu sempre penso nos lugares para onde estou indo e nas cores que uso porque posso ser confundindo com um membro de gangue. Eu passei frio nas pernas e a maciez dos meus sapatos me fez ficar consciente dos meus passos.

Experiências: Eu não fui tratado de forma diferente na academia, mas as pessoas não ficam muito bem-humoradas no domingo, de qualquer forma. O caixa na farmácia estava me olhando pelo canto do olho mas não disse nada. Eu atravessei a rua e um homem de camisa e gravata abriu a janela e aumentou o volume da música. Ele estava ouvindo Future e se certificou de que chamou minha atenção. Apesar de ouvir Dirty Sprite 2 com frequência, me estranhei que esse homem tenham me chamado a atenção. Na livraria, eu recebi ois e tchaus normais dos funcionários.

O que pensei enquanto estava todo arrumadinho: Eu estava recebendo elogios dos meus colegas de trabalho, então estava ansioso para ficar elegante e completar meu visual com uma gravata. Eu também me acostumei a acordar cedo para passar minha camisa e calça social.

Experiências: Um vizinho, que nunca tinha feito contato visual comigo antes, sorriu e disse “Bom dia”. Eu fui ao Lulu para almoçar e o dono me deu boas-vindas com um sorriso e me levou até meu lugar habitual. Meu pedido foi trocado e me deram frutas ao invés de batata frita, mas a mulher que me atendeu rapidamente consertou isso.

Na saída, um grupo de homens de meia idade se moveu para me deixar passar. Eu desci até a Meltdown Comics, uma loja de quadrinhos, onde me senti deslocado por causa das minhas roupas, mas em casa porque eu estava cercado pelas coisas que adoro. Na Vacation Vinyl, eu recebi um “E aí, cara?” do cara atrás do balcão que foi seguido por “Você está procurando por algo em particular?” Ele ficou animado quando perguntei sobre um CD do Turnstile e nós começamos uma conversa sobre bandas de hardcore e punk.
Tyler Dunlavy for BuzzFeed


O que eu pensei enquanto estava com uma roupa mais descontraída: Coloquei um simples moletom com calça de abrigo que serve melhor do que as roupas do dia anterior. Eu me preparei mentalmente para as micro-agressões que eu iria sofrer durante minha rotina matinal enquanto me lembrava de agir como eu normalmente agiria.

Experiências: Eu me senti bem andando para o Lulu para almoçar, mas o combo de moletom e calça de abrigo não foi a melhorar escolha para o tempo quente. Eu vi a mesma garçonete e ela rapidamente anunciou meu pedido para mim antes que eu pudesse dizer uma palavra. No caminho de volta ao trabalho, um manobrista quase me atropelou e eu tive que sair do caminho. Na Meltdown Comics, eu encontrei um quadrinho de um artista com quem eu estudei, então perguntei ao funcionário como alguém pode enviar seu trabalho para a loja. Ele me perguntou sobre a minha conta do Tumblr e gostou do meu trabalho! Foi muito legal. De acordo com a minha experiência, artistas visuais são sempre receptivos, mas esse momento de reconhecimento foi especial para mim.


DIA 4

Tyler Dunlavy for BuzzFeed

O que pensei enquanto estava todo arrumadinho: Eu me senti uma nova pessoa! Gostei da gola rolê porque ela cobriu o meu pescoço, que é grande pra caramba. Não sou um fã de paletó, mas a gola rolê compensou. E após o terceiro dia, essas roupas elegantes não eram tão ruins.

Experiências: Eu tive que correr atrás do meu ônibus e embarcar no próximo cruzamento. A motorista sorriu para mim quando eu agradeci. Quando alguns adolescentes negros entraram no ônibus, eu me senti como o pai deles por causa das minhas roupas. Eu fui ao Beverly Center e imediatamente me senti muito formal e rígido, como um completo panaca. Eu decidi ir das lojas de nível intermediário para as luxuosas. Na Express Men, o funcionário foi bem cordial e me contou sobre as promoções e me deixou comprar. Não fiquei tão confortável na Club Monaco, onde os funcionários estavam em uma vigília preventiva de furtos. Eles me levaram a um provador e uma das mulheres me disse que ela gostou das minhas roupas, o que fez com que eu me sentisse menos panaca. Eu fui até a Louis Vuitton e dei uma olhada nos sapatos, e lá um funcionário me contou que eles tinham “vários estilos, ótimas cores.”
Tyler Dunlavy for BuzzFeed

O que eu pensei enquanto estava com uma roupa mais descontraída: Eu adorei esse moletom e ele provavelmente entraria no meu guarda-roupa se não fosse tão grande. Eu estava inseguro sobre como as pessoas me tratariam no shopping dessa vez, mas eu não estava tão auto-consciente como na semana anterior.

Experiências: Eu fui até a Express Men e não havia um funcionário à vista então eu fiquei andando por lá. Finalmente, uma mulher apareceu e perguntou se eu precisava de alguma coisa; eu disse que estava só dando uma olhada e a peguei me encarando algumas vezes enquanto eu olhava os itens. Quando eu pedi para ver o tamanho de uma peça na Club Monaco, a mulher pareceu irritada, mas finalmente encontrou a camisa. Foi frustrante na Louis Vuitton porque não só foi óbvio que eles tinham dois pares de olhos em mim, mas também porque ninguém se incomodou em me reconhecer como um cliente. Antes que eu tivesse a chance de olhar qualquer coisa ou continuar caminhando pela loja, um segurança me abordou perguntando se eu tinha alguma pergunta. Nessa hora, eu estava tão incomodado com a experiência que quis ir embora, mas conferi os sapatos só para ser ignorado pelo homem que trabalhava na seção.

DIA 5

Tyler Dunlavy for BuzzFeed


O que pensei enquanto estava todo arrumadinho: Vestir-se bem é legal. Eu me sinto elegante, mas não me sinto eu mesmo. Estou feliz por ser o último dia porque eu estou ficando sem roupas! Andar assim faz com que eu me sinta mais importante do que eu realmente sou. Eu também reparei em mais pessoas vestindo ternos, do mesmo jeito que eu reparei em todo mundo com dreadlocks quando passei a usar esse estilo de cabelo.

Experiências: No ponto de ônibus, eu reparei que minha braguilha estava aberta, o que me fez perceber que eu não mudei, independentemente das roupas que eu visto. Meus fones de ouvido estavam no último volume enquanto eu balançava a cabeça como J Dilla. Uma mulher sentou ao meu lado no ônibus, mesmo havendo uma boa quantidade de lugares disponíveis.
Tyler Dunlavy for BuzzFeed



O que eu pensei enquanto estava com uma roupa mais descontraída: Eu estava aliviado e feliz por ser o último dia. Eu me perguntei por que eu fiz esse experimento e “Fiz para me irritar” foi a única coisa em que consegui pensar. Foi uma semana de provação.

Experiências: Enquanto eu esperava pelo ônibus num banco, um carro parou na faixa da direita e deixou uma quantidade considerável de espaço entre ele e o carro da frente. A única coisa entre os carros era eu. Talvez ele só estivesse mantendo uma distância segura, ou talvez trancar a porta fosse uma coisa muito anos 1990 para ele.Um casal de idosos também manteve distância de mim no ponto de ônibus e esperou na esquina. Quando eu vi o ônibus descer a rua, eu levantei e fiquei atrás do casal, para que eles pudessem entrar antes de mim. Eles instantaneamente se sentaram no banco. O homem mais velho finalmente entendeu meu gesto quando o ônibus parou no ponto. Enquanto eu andava para pegar o segundo ônibus, uma mulher trocou a bolsa de lugar, para que ela ficasse o mais longe possível de mim.Não pude evitar um certo desânimo e fiquei emotivo de verdade quando fui colocar o episódio nas minhas anotações.
Pedro Fequiere for BuzzFeed


CONCLUSÕES

Durante minha semana todo arrumadinho com paletós, gravatas, cintos e sapatos barulhentos pra caramba, meu conforto inicial desapareceu à medida que eu percebia que as pessoas realmente estavam me tratando melhor. Foi muito surpreendente ver como eu ficava consciente da minha identidade quando estava vestido casualmente. Eu adoraria dar às pessoas o benefício da dúvida, mas não foram incidentes isolados. Houve vários momentos em que me senti rejeitado e temido.

É esse mesmo desconforto presumido que pode fazer com que um policial atire em uma criançaadolescente ou adulto negro desarmado. Essa predisposição que as pessoas têm para pensar que homens negros podem ser criminosos violentos faz com que os maus-tratos que recebemos sejam vistos como algo normal, e não como preconceito ou injustiça. O que eu escrevi sobre os momentos em que estava me vestindo casualmente não é muito diferente do que um universitário negro pode sentir enquanto está na aula. Mas por que uma mulher precisa proteger os seus pertences de mim em plena luz do dia? Por que tem que ser para uma entrevista se eu estiver bem vestido? Por que um grupo de vendedores de loja precisam destinar toda sua atenção para mim se eu estiver de moletom? Ou por que eles acham que podem se aproximar se eu estou com a camisa por dentro da calça? Eu não sei, mas eu não deveria ter que mudar meu modo de vestir para não ter temido.

FONTE:http://www.geledes.org.br/um-homem-negro-mudou-seus-looks-para-ver-se-as-pessoas-o-tratariam-de-forma-diferente/

Mãe perde guarda das filhas por ‘descender de escravos’

Maria das Graças, 47 anos, moradora da comunidade quilombola Toca Santa Cruz, teve a guarda das duas filhas suspensa, ambas menores de 6 anos de idade, por conta de ação do Ministério Público de Santa Catarina. De acordo com o poder judiciário, a mãe não tem condições de cuidar das crianças.
Segundo o Movimento Negro Unificado de Santa Catarina, MNU-SC, entre as inúmeras alegações para o envio das duas meninas ao abrigo Casa Lar Chico Xavier, no município de Biguaçu, está a de que Maria das Graças “é descendente de escravos, sendo que a sua cultura não primava pela qualidade de vida, era inerte em relação aos cuidados básicos de saúde, higiene e alimentação”.

Maria das Lurdes, professora aposentada e coordenadora do MNU-SC, considera essa colocação a prova do racismo existente no judiciário brasileiro. “O que podemos esperar de uma sociedade que tem um sistema jurídico que divide cidadãos de direitos pela cor de sua pele. O que esperar de um Judiciário que faz tal afirmação?”.

Em meio à argumentação sobre o caso, a promotora questionou a não demarcação oficial do território da Toca Santa Cruz, como forma de deslegitimar a identidade quilombola do grupo. Depois da apresentação do documento da Fundação Cultural Palmares e do parecer do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, INCRA, que comprova a regular condição das terras, a promotora rebateu com a afirmação de que Maria das Graças não era quilombola, “porque não se comportava como tal”.
Natalina Felipe, presidente da Associação da Toca Santa Cruz

Frente a determinada colocação, Maria das Lurdes explica qual foi a reação do MNU. “Quando o Tribunal estadual nega esta competência, mesmo com o parecer do INCRA reafirmando a identidade Quilombola da mãe, isto nos deixa muito receosos”.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, quando uma criança quilombola sai da guarda dos pais, ela deve ficar com outra família que pertença à mesma comunidade, para que mantenha os seus costumes. A promotoria alega que nenhuma família na Toca Santa Cruz tem condições de ficar com as crianças e que os habitantes da cidade têm medo dos quilombolas.

A coordenadora do MNU afirma que a comunidade sofre de uma exclusão total do governo no que fiz respeito às políticas públicas e crítica a postura do judiciário de deslegitimar a possibilidade das famílias quilombolas cuidarem das crianças. “Vivem numa relação de trabalho escravo. As mulheres trabalham como diaristas por R$ 50,00, os homens trabalham 14h ou 12h por salários sempre abaixo do mínimo. Para o Ministério Público a única possibilidade de vida digna para as filhas de Maria das Graças era serem adotadas  pelas famílias brancas. Pelo prefeito e uma vereadora. Os únicos foram  consultados. Dizem no processo que o pai não foi consultado porque é alcoólatra. No entanto não existe nenhum laudo que ateste o alcoolismo do pai”.

A defesa nega também a incapacidade da mãe de cuidar das suas filhas. Elas estavam matriculadas em uma creche e no ensino básico, onde tinham bom desempenho escolar, segundo a professora. Elas também frequentavam aulas de balé, compareciam ao posto de saúde com regularidade e estão com as vacinas em dia. No abrigo, a frequência escolar das jovens é menor do que antes, quando estavam sob os cuidados da mãe.

Para fundamentar a sua ação, o Ministério Público promoveu laudos de médicos psiquiatras e de assistentes sociais para tentar comprovar a incapacidade da mãe de manter a guarda das crianças. O MNU afirma que, de acordo com funcionários da Prefeitura, foi pedido a um médico da rede um laudo pronto que atestasse a não possibilidade de Maria das Graças cuidar das suas filhas.
Comunidade está envolvida com o caso
Sem o convite para os advogados de defesa da mãe, um médico psiquiatra do município de Tubarão-SC, atestou que a Maria das Graças tinha retardo mental leve e déficit intelectual leve e por isso não poderia gerir a família. A equipe de advogados encaminhou a avaliação para um especialista do INSS, que classificou a mãe com apenas déficit intelectual leve. Maria das Graças é analfabeta. Maria das Lurdes pensa que “esta afirmação esta diretamente relacionada ao racismo, pois julgam deficiência mental o fato de ela ser  analfabeta. Em todo processo o racismo está presente quando acusam e culpam Maria das Graças pela ausência e abandono do poder publico na comunidade trazendo consequências  de geração em geração”.

Os demais estudos sociais produzidos responsabilizaram o poder público. O primeiro apontou que seria dever do Estado amparar a família. A segunda observação indica que erraram na análise e que à Maria das Graças não foi dada a possibilidade de defesa.

Em 2014, dois policiais foram à casa de Maria das Graças para levar as crianças. Os policiais armados alegaram à mãe que levariam as duas filhas ao médico. A mentira foi contada para que não houvesse resistência. Desde então, as jovens encontram dificuldades para ter contato com os pais ou qualquer membro da comunidade.

O processo agora está em fase de recurso e a juíza tem até o dia 19 de setembro para definir o futuro da família. A advogada Dr. Patrícia Soares Martins de Oliveira e a secretaria geral da Comissão da Igualdade Racial da OAB entraram com recurso para a anulação da medida judicial. Entre as inúmeras alegações, destaque para a ausência de antropólogo no caso, ausência de intimação para a realização das perícias psiquiatras, transferência de menores para local e família não pertencentes à mesma comunidade, além da negativa da existência da Toca Santa Cruz e da identidade de Maria das Graças enquanto quilombola.


FONTE:http://www.geledes.org.br/mae-perde-guarda-das-filhas-por-descender-de-escravos/