terça-feira, 18 de outubro de 2016

Lívia Cruz analisa letra ‘100% Feminista’ de MC Carol e Karol Conká: “Som extremamente necessário”

Ela voltou! Lívia Cruz, ou melhor, tia Lívia (para os íntimos) solta mais um vídeo em seu canal no Youtube e, como não poderia ser diferente, colocou o dedo na ferida ao analisar a letra de “100% Feminista“, de MC Carol e Karol Conká, single que foi lançado no começo de outubro e é um verdadeiro grito contra o machismo.
A rapper, claro, já tinha ouvido o som na data de lançamento e, mais uma vez, ficou completamente envolvida pela mixagem de vozes, batida e letra.
— Tenho certeza que esse som no rolê chapa. Já está um estouro.
Logo de cara, Lívia decidiu falar sobre os haters da internet que questionaram o fato da funkeira carioca ter mudado nos últimos tempos e relembrou que a ideia da vida é melhorar, crescer e evoluir sempre.
— Vi algumas pessoas na net questionando: “Ah, agora ela é consciente? Porque antes ela falava besteira, de droga, de zoeira…“; primeiro, amigos, aquela mesma ideia desde o primeiro vídeo: as pessoas evoluem! Se você não está evoluindo tem alguma coisa errada com você! A Carol está fazendo essa caminhada, está linda, está maravilhosa!
Sobre Karol Conká, a pernambucana também não poupou elogios.
— A Conká também, mano, evolução monstra! A voz dela já vem como? Rajada! Cabulosa!
Agora, vamos a análise da letra de “100% Feminista“, afinal, esse o assunto do vídeo! A música começa falando sobre violência doméstica, um assunto que mexe muito com a rapper, tanto que já foi tratado no som “Não Foi Em Vão“, lançado em 2012.
— Nesse primeiro verso ela fala de violência doméstica, fala que ela já presenciou, que conviveu com isso. É uma situação muito comum e não deveria ser. Se você não presenciou, conhece alguém que presenciou porque, infelizmente, é uma fita muito comum, que é a violência doméstica. E ela está inserida nessa cultura do patriarcado, do machismo, de que os homens têm mais direitos do que as mulheres, que as mulheres têm sido subjugadas e maltratadas desde a infância, dentro de seus lares, tá ligado?
Sobre o verso “Mulher oprimida, sem voz, obediente / Quando eu crescer, eu vou ser diferente / Eu cresci / Prazer, Carol bandida / Represento as mulheres, 100% feminista“, a cantora foi categórica: esse som é da pesada, então, se você tiver medo é melhor nem dar play! E Carol não é só bandida, mas é bandidaça!
— É uma ideia muito quente e eu acho bem louco, voltando nessa ideia da evolução, ela trouxe o lance da ideologia feminista. Acho que já falei em algum vídeo, se não falei, falarei de um jeito explicadinho, bonitinho, ela vem com esse lance da ideologia feminista que tem várias vertentes; ela não entra nesse mérito aqui na letra, mas é essa coisa do empoderamento feminino que, independente da vertente, o feminismo diz o quê? Que a mulher não está superior ao homem, a gente busca igualdade de gênero e é isso que o feminismo propõe. Então, não é questão de: “Ah, é a mulher superior! Agora a gente vai fazer toda a sacanagem que vocês fizeram, ao longo dos milênios com a gente, com vocês de volta“; a gente só quer, mano, o básico: respeito, igualdade, tipo, dentro de casa você faz o seu, eu faço o meu, todo mundo se respeita, saca? No trampo a gente quer os mesmos salários, no rolê a gente não quer ficar ouvindo conversinha furada, assédio, aí ela veio com essa ideia 100% feminista e eu achei foda!
O hino feminista lembra grandes nomes de mulheres negras que foram muito importantes e fizeram grandes mudanças na história: “Represento Aqualtune, represento Carolina / Represento Dandara e Xica da Silva.” A tia da tia Lívia nessa hora é: pesquisem, pesquisem, pesquisem muito!
— Porque são grandes referências na nossa história. Não é essa história aí que tem no livrinho da escola, não! É uma história mais profunda, é a história real da gente!
Em Forte, autoritária e às vezes frágil, eu assumo / Minha fragilidade não diminui minha força / Eu que mando nessa porra, eu não vou lavar a louça“, a rapper decidiu dar um recadinho para os machistas de plantão: lugar de mulher é onde e quando ela quiser! Ponto! Para quem não lembra, em seu primeiro vídeo falando sobre “Quem Tava Lá?“, muitos internautas deixaram recados mandando Lívia lavar louça. Você pode até não lembrar, mas a titia não esqueceu!
— É até uma linha meio boba, não querendo tirar, mas é boba naquelas, né, mano? Porque dá uma olhadinha aí nos comentários embaixo desse vídeo, do outro, do outro porque quantas vezes vocês mandaram eu lavar a louça? Vocês têm medo de detergente? Qual é a de vocês, chapa? Você está com nojinho? [risos] Levanta a bunda daí e vai lavar a porra da louça! Carol Bandida falou, entendeu, parça?
Assim como o público, a pernambucana também ficou sem palavras ao ouvir: “Sou mulher independente não aceito opressão / Abaixa sua voz, abaixa sua mão“. Logo em seguida, a cantora não escondeu sua emoção quando Karol Conká invadiu o som e, assim como MC Carol, quebrou tudo!
— A voz dela, puta que pariu, mano! Arrepia na hora! Cada vez mais versátil! Surpreendente como ela vem, entonação de voz, interpretação, flow, tudo!
Ao ouvir “Desde pequenas aprendemos que silêncio não soluciona / Que a revolta vem à tona, pois a justiça não funciona / Me ensinaram que éramos insuficientes / Discordei, pra ser ouvida, o grito tem que ser potente“, Lívia lembrou que a mulher não sofre apenas pela violência, seja ela física ou psicológica, que sofre, mas também pela mídia, que, seja na televisão, produtos ou marcas, trata a mulher como um brinde hiper sexualizado. Vai dizer que os comercias de cerveja ou mesmo de sabão em pó não trazem mulheres lindas, magras e perfeitas para atender o desejos dos homens a qualquer momento?
— Eu não sei se, desde pequenas, a gente aprende que o silêncio não soluciona, não. Acho que, na real, a gente é ensinada a fazer silêncio, a gente é ensinada a não incomodar, a desviar, a evitar o conflito para que essa violência que a gente já sofre, que não é somente física e nem somente psicológica, mas é estrutural; a gente é ensinada não só pelas nossas famílias, mas pela própria mídia, pela televisão, a nos silenciar. Esse tipo de atitudes, tipo de música que vem quebrando esse padrão e ensinando a gente que, independente se a justiça ou o sistema continuam nessa ideia fechada ali, do patriarcado, colocando a gente em situação de vulnerável, esse tipo de som é o poder.
Século XXI e ainda querem nos limitar com novas leis / A falta de informação enfraquece a mente“, a rapper acredita que esse verso é um alerta para a onda conservadorista que está rolando nos últimos tempos e explica por quê.
— Um monte de retrocesso, a gente lutando pelos nossos direitos, conquistando algumas coisas ali, aos poucos, aí neguinho vem com um monte de lei para retroceder isso daí e deixar a gente cada vez mais presa e oprimida dentro deste sistema, oprimida dentro da sociedade, saca? Mais um alerta aqui! As minas vieram com um conteúdo foda! Monstro!
Claro que Lívia não poderia deixar de lado seu lado divertido no vídeo, não é mesmo? Depois de ouvir “100% feminista“, ela só tem uma certeza nessa vida: quer ser Carol!
— Queria falar um bagulho também: quando chega o refrão, o que acontece, e isso eu senti na primeira vez que eu ouvi, foi a real reaction, vocês, na vida, já devem ter ouvido “Carolina”, do Seu Jorge, e nesse momento, deve ter pensado: “Puta, por que a minha mãe não me batizou de Carol?“; algumas pessoas devem ter pensado isso, mas depois de ouvir esse som, dá uma tristeza de você não ter nascido Carol para bater no peito e falar: “Prazer, Carol Bandida!“. Porra, Carols! Obrigada, Carols! Na próxima [vida], deixou esse pedido: ô, pessoal aí de cima, deixa eu descer Carol! [risos]
Para finalizar, a pernambucana explicou que acredita que esse single é importantíssimo para as mulheres, mas ainda mais para as jovens e adolescentes, que estão chegando no movimento cada vez mais e entendendo como funcionam as questões de sororidade e empoderamento. Além disso, o pancadão pesado de MC Carol e Karol Conká é primordial para acabar com a rixa que há entre o funk e o rap que, apesar serem originários da mesma cultura, muitas vezes não se misturam.
— A gente fala muito do pessoal que vai no embalo do funk, que o funk não tem muito uma ideia consciente, que só fala de putaria, que é ostentação, o funk isso, funk aquilo. Durante muito tempo teve, e ainda têm, pessoas que provocam essa rixa entre o funk e o rap, o funk e a cultura hip hop quando a gente tem a mesma origem. Não estou falando do Harley e do Bronx, gente, pelo amor de Deus! Estou falando da origem de periferia, de gueto, saca? E acho que se a gente parasse de ficar reparando tanto nas nossas diferenças e reparasse mais nas nossas semelhanças o bagulho ia ter muito mais progresso para nós. E as minas vem aí também contestando isso, tipo, porra nenhuma de funk ideia furada! Funk também vem com umas ideias conscientes, sim! Acho isso muito louco porque é representatividade! As duas estão muito lindas, muito produzidas. No caso do vídeo, é uma arte das duas, mas na vida, gente, vocês estão acompanhando essas mulheres e o quanto elas estão incríveis? Então, é representatividade, engloba uma par de coisas que me deixa muito feliz de ver acontecendo, de estar viva para contemplar esse momento do rap e do funk, e dessa união das minas. O que posso dizer? Parabéns para as minas, parabéns para a produção e parabéns para você que está ouvindo esse som, que está compartilhando esse som porque ele se fez extremamente necessário e é um legado da nossa cultura do gueto, de periferia, para todo mundo que quiser ouvir, estiver de coração aberto e quiser fazer a diferença no mundão.
FONTE:http://www.rapnacionaldownload.com.br/39402/livia-cruz-analisa-letra-100-feminista/

DEUS NOS LIVRE DE UM BRASIL EVANGÉLICO


Pastor Ricardo Gondim - um dos mais renomado teólogo brasileiros, presidente da Assembléia de Deus Betesda e requisitado conferencista.

Começo este texto com uns 15 anos de atraso. Eu explico. Nos tempos em que outdoors eram permitidos em São Paulo, alguém pagou uma fortuna para espalhar vários deles em avenidas da cidade com a mensagem: “São Paulo é do Senhor Jesus. Povo de Deus, declare isso”.


Rumino o recado desde então. Represei qualquer reação à bobagem estampada publicamente; hoje, por algum motivo, abriu-se uma fresta em uma comporta de minha alma. Preciso escrever sobre o meu pavor de ver o Brasil tornar-se evangélico. Antes explico: eu gostaria de ver o Brasil permeado com a elegância, solidariedade, inclusão e compaixão do Evangelho. Mas a mensagem subliminar dos outdoors, para quem conhece a cultura do movimento evangélico, é outra. Os evangélicos sonham com o dia em que cidade, estado e país se convertam em massa, e a terra dos tupiniquins tenha a cara de suas denominações.

Afirmo que o sonho é que haja um “avivamento” religioso que leve uma enxurrada de gente para os templos evangélicos. Não reside entre os teólogos do movimento qualquer desejo de que valores cristãos influenciem a cultura brasileira. Eles anelam tão somente que o subgrupo, descendente distante dos protestantes, prevaleça. A eles não interessa que haja um veloz crescimento numérico entre católicos romanos; que ortodoxos sírios, russos, armênios ou gregos se alastrem. Para “ser do Senhor Jesus”, o Brasil tem que virar “crente”, com a cara dos evangélicos. (acabo de bater três vezes na madeira).

Avanços numéricos de evangélicos em algumas áreas já dão uma boa ideia de como seria desastroso se acontecesse a tal levedação radical do Brasil.

Imagino uma Genebra calvinista brasileira e tremo. Sei de grupos que anseiam por um puritanismo não inglês, mas moreno. Caso acontecesse, como os novos puritanos tratariam Ney Matogrosso, Caetano Veloso, Maria Gadu? Respondo: seriam execrados como diabólicos, devassos e pervertedores dos bons costumes. Não gosto nem de pensar no destino de poesias sensuais como “Carinhoso” do Pixinguinha ou “Tatuagem” do Chico. Um Brasil evangélico empobreceria, já que sobrariam as péssimas poesias do cancioneiro gospel. As rádios tocariam sem parar músicas horrorosas como “Vou buscar o que é meu”, “Rompendo em Fé”.

Uma história minimamente parecida com a dos puritanos calvinistas provocaria, estou certo, um cerco aos boêmios. Novos Torquemadas seriam implacáveis e perderíamos todo o acervo do Vinicius de Moraes. Quem, entre puritanos, carimbaria a poesia de um ateu como Carlos Drummond de Andrade?
Como ficaria a Universidade em um Brasil dominado por evangélicos? Os chanceleres denominacionais cresceriam, como verdadeiros fiscais, para que se desqualificasse Charles Darwin como “alucinado inimigo da fé”. Facilmente se restabeleceria o criacionismo como disciplina obrigatória em faculdades de medicina, biologia, veterinária. Nietzsche jazeria na categoria dos hereges loucos. Derridá nunca teria uma tradução para o português. O que dizer de rebeldes como Mozart, Gauguin, Michelangelo, Picasso? No máximo, seriam pesquisados como desajustados. Ganhariam rótulos para serem desmerecidos a priori como loucos, pederastas, hereges.

Um Brasil evangélico não teria folclore. Acabaria o Bumba-meu-boi, o Frevo, o Vatapá. As churrascarias não seriam barulhentas. A alegria do futebol morreria; alguma lei proibiria ir ao estádio ou ligar televisão no domingo. E o racha, a famosa pelada de várzea, aconteceria quando? Haveria multa ou surra para palavrão?

Um Brasil evangélico significaria que o fisiologismo político prevaleceu. Basta uma espiada no histórico de Suas Excelências da bancada evangélica nas Câmaras, Assembleias e Gabinetes para se apavorar. Se, ainda minoria, a bancada evangélica na Câmara Federal é campeã em faltas e em processos no STF, imagina dominando o parlamento.

Um Brasil evangélico significaria o triunfo do “american way of life”, já que muito do que se entende por espiritualidade e moralidade não passa de cópia malfeita da cultura estadunidense. Obcecados em implementar os “valores da família”, tão caros ao partido republicano dos Estados Unidos, recrudesceria a teologia de causa-e-efeito, cármica, do “quem planta, colhe”. Vingaria o sucesso como aferidor da bênção de Deus.

Um Brasil evangélico acirraria o preconceito contra a Igreja Católica. Uma nova elite religiosa (os ungidos) destilaria maldição contra os “inimigos da fé”, os “idólatras”, os “hereges”, com mais perversidade do que aiatolás iranianos. Ficaria mais fácil falar de inferno e mandar para lá todo mundo que rejeitasse algumas lógicas tidas como ortodoxas.

Cada vez que um evangélico critica a Rede Globo eu me flagro perguntando: Como seria uma emissora liderada por evangélicos? Adianto: insípida, brega, chata, horrorosa, irritante.
Prefiro, sem pestanejar, os textos do Gabriel Garcia Márquez, do Mia Couto, do Victor Hugo, do Fernando Moraes, do João Ubaldo Ribeiro, do Jorge Amado, a qualquer livro da série “Deixados para Trás” do fundamentalista de direita, Tim LaHaye. O demagogo Max Lucado (que abençoou a decisão de Bush bombardear o Iraque) não calça o chinelo de Mário Benedetti.

Toda a teocracia um dia se tornará totalitária. Toda a tentativa de homogeneizar a cultura precisa se valer de obscurantismo. Todo o esforço de higienizar os costumes é moralista e hipócrita.
O projeto cristão visa preparar para a vida. Jesus jamais pretendeu anular os costumes de povos não-judeus. Daí ele celebrar a fé em um centurião, adorador no paganismo romano, como especial e digna de elogio. Cristo afirmou que, entre criteriosos fariseus, ninguém tinha uma espiritualidade tão única e bela como daquele soldado que se preocupou com o escravo.

Levar a Boa Notícia – Evangelho – não significa exportar cultura, criar dialeto ou forçar critérios morais. Na evangelização, fica implícito que todos podem continuar a costurar, compor, escrever, brincar, encenar, como sempre fizeram. O evangelho convoca à pratica da justiça; cria meios de solidariedade; procura gestar homens e mulheres distintos; imprime em pessoas o mesmo espírito que moveu Jesus a praticar o bem.

Há estudos sociológicos que apontam estagnação quando o movimento evangélico chegar a 35% da população brasileira. Esperemos que sim. Caso alcançasse a maioria, com os anseios totalitários e teocráticos que já demonstra, o movimento desenvolveria mecanismos para coibir a liberdade. Acontece que Deus não rivaliza a liberdade humana, mas é seu maior incentivador.

Portanto, Deus nos livre de um Brasil evangélico.
Soli Deo Gloria

Resposta do Nocivo Shomon para controversa "Sulícidio" será lançada nesta semana!

Baco e Diomedes Chinaski esquentaram a chapa no cenário nacional lançando a polêmica faixa "Sulícidio", onde afrontam artistas hip-hop do eixo Rio-São Paulo, e Nocivo Shomon, que foi atacado nesta, está preparando uma resposta para os MC's nordestinos. Esta réplica virá por meio da faixa "Descarrego, a qual tem sua produção assinada por Mortão VMG.

Dando um sinal de luz aos fãs que vem esperando ansiosamente pela track desde seu primeiro anuncio, Nocivo disse no sábado (15) que irá lançá-la nessa semana. Confira abaixo a capa oficial do single:



FONTE:http://www.rap24horas.com.br/2016/10/resposta-do-nocivo-shomon-para.html?m=1