segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

E DESSA FORMA VAMOS TRILHANDO


Ontem, dia 09/12/2012, no encontro de carros de som em Apiacá/ES, o DJ Betinho da É Nós Por Nós, mais uma vez mostrou para que veio. Com a equipe Jandão Som detonou, esculachou e fez as caixas de som estrondarem toda a estrutura da quadra poliesportiva da Associação Recreativa de Apiacá. Fiquem atentos, porque é só o começo.
Por Rapper Silles


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PRONTO PARA 2013

     Esse ano de 2012, foi um ano de muita correria, dificuldades e prosperidade. Mas tudo planejado e já esperado. A corrida no rap não é fácil no Brasil, ainda mais sendo a nação mais racista do mundo e uma das mais corruptas. 2013 nos aguarda, vamos chegar com gás e colocar pra ferver na pista os nossos projetos. Enquanto isso, façam uma retrospectiva conferindo os nossos som e nossa mixtape que lançamos esse ano. Abraços para geral.

Por Rapper Silles

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

BANDEIRA NEGRA


O grupo de rap de Cabo Frio/RJ, lança o single intitulado "A PAZ". O rap é um som pesado e realístico que tem tudo haver com o nosso cotidiano. Clique no link e confira o single. É puro luxo.

Por Rapper Silles

FÁBIO EMECÊ


O rapper cabofriense, o ativista Fábio Emecê lança um novo single intitulado "QUAL É O SEU NOME?". O som é muito loko aconselhamos que vc acesse o link e confira essa pedrada. É puro luxo.

Por Rapper Silles

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DJ BETINHO, NÓS POR NÓS.


     Foi desse jeito, o evento Noite Jovem, com a presença do DJ da Nós Por Nós Betinho, foram 30 minutos de black onde rolou muito rap, hip hop, funk/soul. Marcou o início da Nós Por Nós em Bom Jesus do Itabapoana-RJ, apesar de ter acontecido fora da data realmente prevista 20 de novembro de 2012 dia da Consciência Negra, a presença foi um marco histórico, onde pela primeira vez desde o início da década de 90, um DJ se propôs a quebrar barreiras, tabus e tocou o que há de melhor na Rua no estilo underground.
     No repertório constou nomes como Blahka Tao, Madimbu A.K.A Hood Niga, Valentim V8, Biggie Êni,     Dizzy Ragga, Sativamente, Felipe Alem, Refem, Vanonne e outros só fechamento porque é desse jeito. E com certeza, Deus assim permitindo, a Nós Por Nós do noroeste-fluminense-RJ fará um encontrão para deixar a sua marca registrada. É Nós Por Nós, Crias da Rua.

Por Rapper Silles

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DIZZY RAGGA



Após lançar dois singles: EQUALIZANDO e POR AÍ, é com imenso prazer que trago para vocês o meu novo som, “NÃO SE AMASSE”, a letra e a melodia são criações minhas, o beat produzido por Biggie Êni e a mixagem ficou por conta do engenheiro de som Luiz Café.conta do engenheiro de som Luiz Café.
Definitivamente, estou ampliando as fronteiras do que já fiz antes...
No primeiro cd, “De Repente”, passei por diversos ritmos da cultura brasileira mesclando com hip hop e raggamuffin 
. Agora estou renovando meus horizontes, "equalizando" todas essas referências que fazem parte da minha história, e como as fontes são muitas podem esperar grandes novidades.

No começo do ano impressionei meus fãs abrindo o verão com o hit POR AÍ… Um electro hop e na seqüência a versão dubstep da faixa EQUALIZANDO em parceria com o produtor Cavalaska.
Agora chegou à vez de NÃO SE AMASSE.
Curta a fanpage www.facebook.com/dizzyragga.
E lembre-se aconteça o que acontecer em sua vida, NÃO SE AMASSE!"
Dizzy
Esperar em Serviço

Por Dizzy Ragga

domingo, 4 de novembro de 2012

BlahkaTao - Chocolate com pimenta e taça de vinho

    A correria não para, e quem é rua mesmo sabe muito bem disso. Blahka Tao, joga na pista mais um single CHOCOLATE COM PIMENTA E TAÇA DE VINHO. O som é puro luxo. Recomendamos que escute e faça download desse som que representa a rua.




Por Rapper Silles


sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A MULHER NEGRA NA SOCIEDADE BONJESUENSE: UMA VISÃO HISTÓRICA NACIONAL NUM CONTRASTE ATUAL. PARTE 2

Marcelo Silles

A rejeição por parte dos homens pretos brasileiros as mulheres pretas brasileiras, é algo que intriga e manifesta um sentimento repulsivo a tudo que representa a cultura do clareamento.
Os negros brasileiros das cenas do pagode-futebol com seus rígidos corpos torneados esbeltamente, com a pele negra bem tratada e lisa, a qual os mesmos as esculpem para atraírem as fêmeas brancas e, de preferência tom de neve, desfilam pelas ruas como se fossem reis, imperadores da sexualidade prontos para expelirem suas sementes da procriação.  Não é raro vê em Bom Jesus do Itabapoana-RJ, os homens negros com suas parceiras pretas as tratando de forma machista e vil. As mulheres pretas, na atual conjuntura familiar continua como a maioria de mães solteiras em nossa sociedade. E ainda como a maioria com mais filhos.
Em tempos em que, muitos por aí ficam latindo que somos apenas uma raça, humana, porque a mulher negra brasileira ainda ocupa a pior posição na pirâmide social?
Desde que, os homens preferem as loiras, um preto afirmar que prefere as pretas corre o sério risco de ser tachado de racista e que tal comportamento é um racismo às avessas. Isso ocorre freqüentemente comigo em Bom Jesus do Itabapoana-RJ. Mas pérai, porque pode-se dizer de peito estufado e com sorriso largo que os homens em geral preferem as loiras, morenas e quando um preto diz que prefere as pretas é classificado de racista?
Particularmente por algumas pessoas, sou chamado de radical, isso é bom porque significa que tenho raízes, e que quero dividir o país em raças. Como dividir o que sempre esteve dividido?
Onde se materializa a idéia de uno, cortando assim o cordão umbilical da identidade ancestral de cada ser, o buraco é muito embaixo, lá no fundão mesmo. Se somos apenas um, pra que tenho que vasculhar o meu passado? O engraçado que para os descendentes europeus, os seus passados sempre são presentes e futuro. Quando um preto começa a esmiuçar suas origens, chegando a lógica de sua existência, rapidamente a sua voz é calada, sua boca é amordaçada e seu discurso amputado junto as suas raízes. A cronologia preta é negada até a morte por aqueles que têm medo e pelos interessados em não remoer feridas, trazer a tona crimes, brutalidades, genocídios.
“Durante quase cem anos, os estudos que analisaram o negro no Brasil, se não o viam como destituído de tudo, viam no como mercadoria, que no limite é quase a mesma coisa.  Em outras palavras, o olhar era externo, mais do que isso, era sob a ótica do colonizador, sobre tudo do traficante e do senhor. “(BERNARDO, Teresinha Bernardo. As Deusas na diáspora negra. 2010. p.64)
É nesse terreno vertiginoso de disputas de iguais e não-iguais, que paira sobre nós a nuvem da intolerância atrelada à alienação, o descompromisso e o não querer saber de alguns irmãos pretos, que para serem aceitos ou simplesmente pregam que todos temos o mesmo sangue, firmam pactos de agressão contra seus próprios irmãos, pois de fato é muito mais conveniente está do lado dominante financeiramente, do que do lado da verdade. Outrora não se discute aqui o comportamento de nossos irmãos em aceitar a miscigenação e nem os culpar para tal contribuição, mas sim a construção histórica de uma exclusão perpetrada quando já não se vinha mais necessária a mão-de-obra escrava. Para criar o tal apartheid brasileiro e controlado, foi necessário criar estereótipos negros, batizar com nomes portugueses, criar novas vidas.
A crítica aqui feita, não se trata de julgar e fazer semelhanças com a realidade cotidiana generalizada de alguns indivíduos, mas resgatar e fazer com que esses indivíduos entendam as circunstâncias simbólicas que causaram o efeito colateral nas relações humanas-afetivas brasileiras. Tal efeito provoca no presente momento, um desejo incansável de busca pela verdade do preto e da preta, de sua árvore genealógica: quem eu sou de onde vim, meus ancestrais, antepassados. De que lugar da África vim? Sendo descendente de pretos escravizados, onde aportaram, de que senzalas? Porque os negros não tem participação na histórica fundação da cidade de Bom Jesus do Itabapoana-RJ?
São muitas as perguntas que ficarão sem resposta, se não houver um embate que cause desconforto entre os cidadãos bonjesuenses que logo rebaterão que são assuntos que não mais vêem a se preocupar no momento.  Agora se comemora a tal Feira da Providência. Porque celebramos então e lembramos da cultura libanesa, italiana, portuguesa se no dia 20 de novembro no distrito de Rosal na festa da Consciência Negra, não podemos celebrar da nossa forma a nossa cultura afro, relembrar e homenagear os nossos ancestrais, a nossa culinária corretamente como deve ser feita, nossos ritos etc. sem sermos tratados de radicais? Muito de nossa cultura foi abstraída sem indenização. E isso incomoda.
Bom de volta ao título-tema de nosso texto, data venia ao Sr. Gilberto Freire, novamente discordo de sua obra Casa Grande e Senzala a qual classifico novamente, como uma obra machista, sexista e a culpo por ser uma das obras responsáveis pela criação dos estereótipos feministas da mulher preta na qual a coloca na condição de objeto e não de ser humano. Bem esse autor pode ser de renome para alguns, para mim não. Um amigo da cidade confessou a mim que é louco para ter um caso com uma negona, pois disseram a ele que, as mulheres negras são quentes, bem quentinhas. O mesmo tem um relacionamento a mais de dez anos com uma mulher branca. Vejam bem, disseram a ele. Então se disseram, não foi apenas um e sim vários homens que apontam a mulher negra como foguenta, boa de cama, quentes, nunca apontam-nas como mulheres dedicadas, inteligentes, lindas, esposas, valorosas nunca com qualidades que realmente rainhas merecem ter, mais sim com adjetivos exdrulos, machistas e racistas criados pelo homem branco durante os séculos.
Nós homens pretos, temos que saber respeitar, valorizar e saber a verdadeira história da mulher preta, embrear-nos mais na diáspora, fortalecer ainda mais os nossos conhecimentos e saberes, sairmos do comodismo da limitação e desbravar o universo preto e da mulher preta.

Referências bibliográficas:
BERNARDO, Teresinha Bernardo. As Deusas na diáspora negra. 2010.
CAMPOS, Maria Consuelo Cunha. A representação da mulher negra na literatura brasileira. UERJ/PEN Clube do Brasil. 2007.
ARAÚJO, Clarice Fortunato. Porque as mulheres negras são minorias no mercado matrimonial.  XI CONLAB. 2011
EUCLIDES, Maria Simone; FIÚZA, Ana Louise de Carvalho; PINTO, Neide Maria de Almeida; DOULA, Sheila Maria. O sentido da liberdade para as mulheres negras: Discussão necessária. XI CONLAB. 2011

JASMINE "SERIZZY" DAVIS

     Pensando que é somente os rapper´s brasileiros, os rapper´s bonjesuenses que passam perrengue nos corres com cultura rap/hip hop? Geral engana-se. Diretamente das terras do Tio Sam, minha parceira a rapper Jasmine, de New Jersey. A mina faz uma correria loka que merece respeito, apesar das dificuldades mantem-se firme nas ruas mandando suas rimas. Apresento a vocês JASMINE "SERIZZY" DAVIS. Cliquem no link abaixo e confiram os sons dessa rapper, que faz um corre loko como todos nós do perrengue.



Por Rapper Silles

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CORNO OFSHORE do rapper I. O Bagaceiro feat Vanone Rapman



     A realidade de quem trabalha embarcado é nua e crua rapaziada. É dessa forma que o rapper I. O Bagaceiro com a participação de Vanone Rapman relata o dia-a-dia daquele que é fiel a sua mina no período que permanece embarcado nas plataformas de petróleo. Clique no link abaixo e confira o rap CORNO OFSHORE. É puro luxo.


Rapper Silles

PRO SAFADO NOVO SOM DE VANONE RAPMAN

     

     O rapper Vanone Rapman lança um novo single intitulado PRO SAFADO. Como ele mesmo diz sobre o som "As semelhanças entre os fatos reais e os narrados no rap são mera coincidências! Lembrando que descarta a quem se doer... nada pessoal! Tem isso em todo lugar!". O som é puro luxo recomendamos. Clique no Link abaixo e confira o som PRO SAFADO. Som de rua é norte e noroeste-fluminense.


Rapper Silles

domingo, 26 de agosto de 2012

O ENCONTRO DAS MOTOCAS


MARCELO SILLES
Estudante do curso de Serviço Social UFF/Campos-RJ
Rapper e Membro do PSOL(Partido Socialismo e Liberdade) de Bom Jesus do Itabapoana-RJ


O nosso São Vicente de Paulo, as capengas, praticamente de portas fechadas, deixado ao descaso. Nossa saúde pública praticamente saqueada e destruída. Nossos jovens, adolescentes e crianças praticamente deixados a mercê da sorte porquê, por serem periféricos, não tem importância alguma para o poder público. A nossa santa e boa educação que só serve para formar alienados e subservientes ao sistema vigente.
     Enquanto tudo isso acontece as claras e não as escuras, a nossa maravilhosa gestão interina quadrienal realiza mais uma festa "cultural", bom se podemos classificá-la dessa forma. Aconteceu nesse fim de semana, nos dias 24 e 25 de agosto do ano de 2012, o Encontro Nacional das Motocas em Bom Jesus do Itabapoana cidade que fica no noroeste-fluminense no grandessíssimo estado do Rio de Janeiro. Como sempre regado a bebedeira e farra do rock elitizado, e com certeza com aquele apoio moral em moedas da prefeitura da cidade, o encontro trouxe aquelas famosas motocas equipadérrimas, que noventa e nove porcento da população brasileira, não tem condição nenhuma de comprar. Qual o aspecto e impacto cultural que um indivíduo vá ter em ficar observando um material que ele nunca poderá tocar as mãos e tê-lo?
     Em verdade vos digo que, quem saiu lucrando com muitas gargalhadas ao relento, foi o senhor proprietário de um estabelecimento de bebidas e comestíveis, onde a burguesinha bonjesuense marca os seus encontros e os pobres bonjesuenses que querem fazer parte dessa burguesinha frequentam, onde com certeza absoluta os valores de consumo foram estrondosos. Só para se ter uma ideia, uma garrafa de cerveja de 470 ml nesse estabelecimento no período da festa de agosto do mesmo ano, ôpa corrigindo festa agropecuária, custava R$ 5,00. Isso mesmo cinco reais. Enquanto o normal é R$ 3,50, e tem lugares que cobram, ainda R$ 2,70. 
     Apesar que, esses encontros de motoqueiros, seus membros em reunião são indivíduos, em sua maioria, com um grande poder aquisitivo. São juízes, promotores, empresários etc. que por isso viabiliza a cobrança exorbitante de bebidas e comidas. Passando pelo local do evento observei muitas carretas formidáveis de encher os olhos, mas permaneci no território por pouco tempo. Como participar de algo que sei que nunca poderei obter essas máquinas? Como participar de algo que não me representa e não trará benefício cultural nenhum para a minha pessoa?
     Em verdade vos digo que, não sou contra a realização do evento, mas sim que o mesmo é somente um encontro festivo de confraternização entre seus membros, mesmo sendo aberto. Ficar dizendo por aí, e propagandeando que é um evento cultural benéfico para toda a população bonjesuense, é um tanto ridículo e sinônimo de oportunismo. Em verdade vos digo que, declarações como essa diretamente caracteriza o indivíduo que a pronúncia e a divulga de ignorante culturalmente em potencial. Faça-mo-nos o favor de focar os afazeres de forma correta, coerente e se possível honestamente. Se não, terão que voltar para as salas de aula para aprenderem realmente o que é cultura.
     E em verdade vos digo que, essa nossa atual gestão municipal, está precisando urgentemente de voltar para os bancos escolares. Dito e feito.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

PÃO E CIRCO


            MARCELO SILLES
Estudante do curso de Serviço Social UFF/Campos-RJ
Rapper e Membro do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) de Bom Jesus do Itabapoana





Será que a sina brasileira de dai ao povo pão e circo irá se concretizar novamente? Pelo andar da carruagem parece que sim. Mais uma vez assistimos boqueabertos bizarramente, o desenrolar de mais uma eleição sinistra, bizarra, infame de uma cultura de subserviência e alienação, cultura essa implantada nos moldes da monarquia coronelista portuguesa com suas raízes republicanas e ditatoriais. Ficamos reféns dessa bandidagem politiqueira que não visa em momento algum, o bem do povo e sim o bem para si e seus comparsas.
     É bem da verdade que o maior culpado por essa situação grotesca é o povo. Mas também a bem da verdade, que um país que foi invadido, saqueado e estuprado, que sua fundação e criação a partir de seu nome batizado de uma árvore e configurado em três raças, tende-se a trazer consigo traumas irreversíveis, traumas esses que refletem no cotidiano de cada indivíduo, diagnosticando dessa forma vários aspectos de individualidade, egoísmo e ganância. O povo com sua ideologia política, de bondade e moral o inferno está cheio, perde a sua fé na política, não acredita que nesse meio que decide a sua rotina de vida existam indivíduos comprometidos com o coletivo, com o bem comum.
     No atual cenário bonjesuense, o clima que predomina é o da impunidade, corrupção e assistencialismo. Mais uma vez, vamos assistir o povo sendo enganado, surrupiado e feito de palhaço. Dignidade e respeito, são palavras distante do noroeste-fluminense assim como em todo o Brasil. Mais uma vez, estamos distantes de ainda vivos podemos ver uma nação democrática e realmente igual para todos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

BLAHKA TAO

     O rapper Blahka Tao, lança um novo single intitulado CAMISA DE FORÇA. Esse som estronda e mostra para que o mc veio. Blahka Tao é um autêntico rapper que representa as ruas, com seu estilo westcoast, uma levada firme e marcação pesada. Confiram o novo single de Blahka Tao, CAMISA DE FORÇA que é puro luxo.


Blahka - Camisa de força

Blahka - Camisa de força

sábado, 11 de agosto de 2012

KAPELLA MC

     Kapella lança o vídeo clipe do seu single NOIZTAPAFICA, e a produção está da hora. Parabenizamos o rapper pelo excelente trabalho, pois o som já era um luxo, e o clipe veio para reforçar e fortalecer o que sempre dissemos. Clique no link abaixo e curta o vídeo clipe, que é puro luxo.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Eleição e a omissão da justiça.


MARCELO SILLES
Estudante do curso de Serviço Social UFF/Campos-RJ
Rapper e Membro do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) de Bom Jesus do Itabapoana-RJ



Defere ou indefere? Eis a questão. Observamos calmamente esse desenrolar do vai ou não vai. Assistimos mais uma vez, esse espetáculo circense asqueroso e mundano da indemocracia brasileira. A conduta politiqueira, as amarras eleitorais de interesses escusos, provam mais uma vez que o Brasil está longe, muito longe de ser uma nação democrática e perfeita. Democracia e justiças são palavras que saem das bocas desses vermes e soam como música nos ouvidos daqueles inocentes, que ficam hipnotizados e sensibilizados com tamanha santidade e benditas sabiamente pelos salmodiadores do templo do foro privilegiado ao qual vivem deliciosamente custeados pelas sandices de suas plebes "imaculadas" e puras.
     A justiça imunda e perdida, mostrou-se mais uma vez para que veio e foi criada: para servir fielmente ao capital. Num Brasil multicolorido, as penalidades mais barbaras e desumanas são aplicadas àqueles que se voltam e querem dignidade no atendimento aos seus direitos. Direitos esses que até o momento, desde de quando Portugal invadiu essas terras e a povo-ou com 90% de sua ralé podre, está sendo desfrutada por apenas 8% da população brasileira. Que merda de país é esse, que bate no peito que somos uma nação livre e igual? Que merda de país é esse onde a riqueza está nas mãos de muitos? 
     Esse país que se chama Brasil, é o país da corrupção, da injustiça, dos piores bandidos de toga e terno e gravata politiqueiros, paraíso dos políticos mais caros do mundo, país da intolerância religiosa, país da bandidagem partidária, país dos oportunistas etc.
     Nessa eleição de 2012, não vemos nada de diferente. Se a tal justiça existe, ela é burra, muito mais do que burra, pois vemos sua decisão sendo debochada aos montes, em frente a sua casa, de frente ao seu portão. Talvez também, tenha rolado algum agrado em espécie, os imortais não são tão imortais assim, tem suas fraquezas e Mortícia que não é nada boba, sabe onde fica o ponto fraco. 
     O povo, há o povo, mais uma vez assistiremos sentados ou em pé, o povo na sua farra carnavalesca, brindando, dançando, transando, e tudo que o circo de Baco e sua turma os puder oferecer e comprar. E mais uma vez, o povo se vende fácil.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

MULHER BRANCA PARA CASAR, MULHER MULATA PARA FODER E MULHER NEGRA PARA TRABALHAR.




BRANCA PARA CASAR

LIMA, Marcos Hidemi de (UEL-PG)


Conta-nos Gilberto Freyre em Casa-grande & senzala que havia um ditado corrente no Brasil patriarcal a respeito das mulheres: “Branca para casar, mulata para foder e negra para trabalhar” [1], que revela o pensamento masculino de então no qual a mulher é vista preconceituosamente como um objeto útil. No caso das brancas, úteis para interpretar o papel de mãe, mulher e dona de casa, relevantes para dar à família um status oficial e continuidade à linhagem familiar, devendo estar dentro dos modelos patriarcais; quanto às mulatas, principalmente aquelas mais bem feitas, mais bonitas, mais dóceis, o papel de coadjuvantes no cotidiano da vida patriarcal, dentro das casas-grandes, atuando como mucamas, submetidas muitas vezes a repasto sexual do senhor ou como iniciadoras das práticas sexuais dos filhos deste e também, não raras vezes, como vítimas das sinhás, que transplantavam o ódio de sua submissão à ordem masculina sobre as mucamas. Às mulheres negras, sem os predicados que as tornassem passíveis de agradarem sexualmente o senhor patriarcal, cabiam exercer o papel de animais de carga, o de suportar tarefas extenuantes, o de se esfalfar nas cozinhas sob os gritos das sinhás-donas, o de suar nas tarefas diárias das fazendas e dos engenhos.
Os tempos são outros, em S. Bernardo (1934), de Graciliano Ramos, entretanto a estrutura patriarcal parece continuar intocável e imóvel. À medida que o romance é lido, é possível reconhecer diversas semelhanças com as velhas práticas quanto ao tratamento das mulheres: Margarida, a negra mãe de criação do fazendeiro, levada para o convívio com o filho adotivo, mesmo recebendo os melhores afetos de Paulo Honório, pensa ainda num passado no qual se esfalfava ao redor de um tacho de fazer doce, como se a única finalidade dela fosse trabalhar; Germana, a quem o narrador chama de “cabritinha sarará”, é apresentada apenas como uma mulher que serve para aliviar os seus desejos sexuais, é a “mulher comível”, sempre identificada com a mulher de cor, de que nos fala Affonso Romano de Sant”Anna em O canibalismo amoroso; por fim, há Madalena, a “mulher esposável” em oposição à “mulher comível”, a moça loira, de olhos azuis, com a qual Paulo Honório se casa, a esperar dela uma mulher resignada dentro do lar, bem como capaz de gerar o almejado herdeiro que sucederia o fazendeiro no comando da terras de S. Bernardo.
É com esse preconceito racial e social introjetado em seu espírito que Paulo Honório, já tendo consolidado uma posição socioeconômica invejável - tornara-se fazendeiro próspero -,  resolve reforçar sua posição de poder unindo-se a uma mulher (obviamente branca) que lhe desse um herdeiro para manter a propriedade tão duramente obtida.
Acostumado ao mando, a ter a seus pés empregados e amigos, ele julga que mulher é um ser “difícil de governar”, um ser semelhante a um animal, cuja única finalidade é procriar. A respeito disso, Nancy Leys Stepan, no artigo Raça e gênero: o papel da analogia na ciência, elucida essa maneira de conceber a mulher semelhante a um animal como oriunda de idéias dos cientistas do século 19, principalmente os que estudaram a relação entre o tamanho da cabeça e o tamanho do cérebro, sustentando que “negros, mulheres, classes baixas e criminosos tinham em comum cérebros mais leves e crânios com capacidades menores” [2].
Ao associar menor inteligência ao gênero feminino, bem como à raça negra (os pobres e os loucos também estavam dentro deste grupo), esses cientistas muitas vezes tiveram que fazer manobras quase cômicas para ajustar a teoria à realidade, reflexo de uma forte misoginia, igual à professada pela Igreja Católica que, durante a Inquisição, matou milhares de mulheres.
Não parece ser movido pela afeição que Paulo Honório põe-se a procurar uma mulher apropriada para se casar. Mais parece um homem a selecionar, apoiado em idéias de eugenia, não exatamente uma mulher, mas sim uma fêmea que lhe desse evidentemente filhos saudáveis iguais a ele. A escolha recairá sobre Madalena, embora ela não possuísse os atributos que inicialmente ele idealizara, ou seja, “uma criatura alta, sadia, com trinta anos, cabelos pretos” [3], pelo contrário, deparar-se-ia com uma mulher de 27 anos, loira, de olhos azuis, saída da escola normal, muito sensível e inteligente, nas palavras dele “precisamente o contrário da mulher que eu andava imaginando – mas agradava-me, com os diabos. Miudinha, fraquinha.” [4]
Se a mulher idealizada por ele não se tornara realidade, consola-se por ser uma por quem se apaixonara, que pela compleição física parecia ser fácil de ser dominada, de servir ao papel esperado da mulher branca no mundo patriarcal, isto é, apta a viver à sombra do inquestionável coronel, como se fosse mais um pedaço de terra conquistado, como vinha fazendo com as propriedades vizinhas, graças às chicanas de seu advogado João Nogueira.
Depois de um rápido contato com Madalena, com a qual mal troca algumas palavras, na casa do juiz dr. Magalhães, Paulo Honório apaixona-se por ela e faz tudo para novamente reencontrá-la, a fim de lhe propor casamento, visto que enxerga o matrimônio como outro negócio qualquer. Relutante, indecisa, Madalena resolve casar-se por não vislumbrar perspectivas otimistas na sua carreira de magistério, além de ter a seu encargo a tia que a criara até então à base de todos os sofrimentos possíveis, a qual certamente teria que ser amparada na velhice pela sobrinha. O casamento de Madalena e Paulo Honório dá-se, enfim, como a efetivação de um negócio para ambas as partes. Quando o fazendeiro a pede em casamento, ela confessa que não o ama, contudo entrevê nessa união um negócio, uma forma de solucionar sua situação de professora sem perspectivas de melhoras a curto prazo.
A Paulo Honório pouco importa que no casamento entre ambos não haja amor, aliás a união entre as pessoas, na sua concepção,  tem como única finalidade a procriação, idêntica à preocupação dos religiosos católicos, desde a Idade Média, que se incorporou definitivamente à instituição do matrimônio. Nessa época geralmente as pessoas não se casavam por amor, era uma prática que unia famílias poderosas, tanto que, como ressalta José Rivair Macedo, em A mulher na Idade Média, “as expressões de amor ou afeto nem sempre estiveram presentes nas uniões” [5], principalmente porque a mulher sequer gozava de um estatuto jurídico de igualdade perante o homem. Submetida às ordens do pai enquanto solteira, após o casamento passava à submissão do marido. A única importância da mulher era a capacidade de gerar filhos, exatamente como acredita Paulo Honório, em pleno século 20, cioso de gerar um descendente para administrar a fazenda que possuía.
Num ambiente repressor como o da esfera patriarcal, o relacionamento sexual entre o homem e mulher brancos dava-se sem amor, apenas com o objetivo de procriação, porque “nesta esfera puritana, da ‘boa sociedade’ – ou seja, a classe senhorial -, a relação carnal está recalcada, não-erotizada. O amor físico, liberador do prazer, está reservado para as mulheres, em espaços outros que não o núcleo familiar” [6], conforme comentários de Roberto Reis, em A permanência do círculo.  Mesmo apaixonado por Madalena, o sexo para Paulo Honório parece limitar-se tão-somente à finalidade de gerar um filho, não há na obra comentários do narrador que revelem interesse de fundo erótico pela esposa, comentários deste teor são feitos para Rosa do Marciano ou Germana.    
A idéia de eugenia novamente é ventilada em outro comentário de Paulo Honório, desta vez a respeito de pais e filhos. Numa conversa com d. Glória, tia de Madalena, em que esta sustenta que é preciso haver reciprocidade entre sentimentos de duas pessoas que queiram casar-se,  diz ele que isso não passa de pieguice, e acrescenta que “se o casal for bom, os filhos saem bons; se for ruim, os filhos não prestam. A vontade dos pais não tira nem põe” [7] e conclui com uma espécie de chave de ouro que conhecia o manual de zootecnia dele, associando técnicas de melhora da raça animal como úteis à criação de filhos. Engana-se, porém, Paulo Honório, pois o filho dele e de Madalena era um menino louro como a mãe, porém “feio como os pecados. As perninhas e os bracinhos finos que faziam dó” [8], contrariando totalmente as idéias que ele sustentara anteriormente.
Embora Madalena não seja exatamente o tipo de mulher que Paulo Honório procurava, o fazendeiro crê que será fácil conduzi-la. Entretanto, mal estão casados, ela já dá mostras de sua independência, afirmando ao marido que pretendia exercer alguma atividade na fazenda. Ela revela-se totalmente o oposto de que ele esperava. Representa um outro momento mais avançado na forma de conceber o ideal das relações humanas. Não tem o apego à riqueza como Paulo Honório; pelo contrário, deseja oferecer aos trabalhadores da fazenda melhores condições de trabalho, o que a coloca imediatamente em confronto com o pensamento do marido, que explorava os funcionários como uma verdadeira ave de rapina capitalista.
            Ser mulher tornaria Madalena, de acordo com os conceitos patriarcais de Paulo Honório, destituída de senso crítico para poder discernir o que deveria ser feito na fazenda e o que não deveria. Contudo, engana-se ele ao acreditar que Madalena seria um mero bibelô, mais uma professorinha entre “professorinhas de primeiras letras [que] a escola normal fabricava às dúzias” [9], que rapidamente tornar-se-ia dócil às suas ordens e imposições.
Madalena não se deixa subjugar por Paulo Honório. Aliás, ela o assusta. Normalista, ela é também uma intelectual, que escreve artigos para os jornais e tem opiniões próprias, contra as quais Paulo Honório irá se opor, já que é impossível para uma mentalidade patriarcal como a do narrador conceber uma mulher com independência de pensamento.
Paulo Honório acha insensata a iniciativa de ela escrever artigos no jornal Cruzeiro, preconceito claro contra mulher instruída, já que a expectativa era que ela estivesse preparada para cuidar do lar, do marido e dos filhos, necessitando, portanto, pouca educação, apenas suficiente para recepcionar os amigos do marido, visto que “o liberalismo clássico e, em menor medida, o positivismo, defendiam a permanência da mulher no lar, cumprindo sua missão de educadora da família. A partir da concepção das diferenças biológicas e mentais, o positivismo atribui funções diferentes aos dois sexos e, como tal, diferentes tipos de educação” [10],  de acordo comElódia Xavier, em Declínio do Patriarcado, ao analisar alguns romances de Júlia Lopes de Almeida, comentários que se ajustam ao pensamento de Paulo Honório.
A incompatibilidade de Madalena com as atividades domésticas veicula a postura de que ela não se harmoniza com os padrões esperados da mulher na sociedade, em conformidade com o pensamento do marido, isto é, mãe zelosa, excelente dona de casa, boa anfitriã dos convivas do esposo, conceitos que passaram a vigorar plenamente a partir do século 20, principalmente depois da ampla difusão dada pelo positivismo, reforçada por teses médicas e higienistas de que o principal papel feminino era o da procriação.
Como as boas condições econômicas haviam tornado Paulo Honório um homem de sucesso, necessitava ele, então, de uma mulher bela e de razoável inteligência para poder figurar ao seu lado no meio da sociedade, entre seus amigos jornalistas, advogados, juízes. Isso, é claro, era algo que ele não demonstrava claramente, existia de forma sub-reptícia, expressa pela necessidade de constituir família e ter um herdeiro. Seduzem-no o comportamento dela, a beleza, a inteligência, o que o faz entrever futuramente o verniz de fineza que a mulher sobreporia em sua brutalidade, boçalidade e estupidez.
As virtudes de Madalena ferem frontalmente o mundo patriarcal em que vive Paulo Honório, porque ela é uma mulher que não dá a atenção devida ao filho, como presume o fazendeiro, além disso, em vez de dedicar-se às lides domésticas, tendência “natural” das mulheres, a isso ela se opõe prontamente, tão logo Paulo Honório lhe sugere ajudar a empregada Maria das Dores na cozinha. Madalena abomina afazeres domésticos e a reclusão ao espaço privado da casa, passa então a exercer atividades que àquela altura ainda eram consideradas de competência masculina, indo para o escritório onde trabalha seu Ribeiro com a contabilidade da fazenda.
Madalena havia obtido a duras penas uma formação intelectual bem diversa da de Paulo Honório, o qual se contentava com alguns rudimentos de aritmética, leitura, escrita, zootecnia e outros conhecimentos, suficientes para administrar a fazenda. Madalena pode ser considerada privilegiada quanto à formação intelectual, já que o curso normal era, no momento em que as ações transcorrem no romance, o ápice da carreira de educação concedida ao sexo feminino, “os cursos normais representavam, na maioria dos estados brasileiros, a meta mais alta dos estudos a que uma jovem poderia pretender” [11], segundo Guacira Lopes Louro, no artigoMulheres na sala de aula. Aliás, foi por meio do estudo para ser professora primária que muitas mulheres brasileiras obtiveram a liberdade de sair do confinamento da casa para conquistar o espaço da rua, por excelência até então restrito aos homens.
Madalena, a motivação de Paulo Honório para compor o romance, é a única mulher que ele não conseguiu dobrar, não conseguiu moldar na forma esperada da mulher branca do mundo patriarcal: submissa, pouco dotada intelectualmente, apta para gerar filhos e silenciosa dona de casa. Opondo-se a essas expectativas, ela provoca em Paulo Honório um ciúme doentio, um ciúme de proprietário, um ciúme de macho ultrajado que tudo quer dominar.
As conseqüências trágicas deste embate entre Madalena e Paulo Honório são conhecidas por todos: culmina no suicídio de Madalena – simbolicamente a vitória da mentalidade patriarcal, em que a voz da mulher é bruscamente silenciada e, ao mesmo tempo, é a queda desse mundo, porque a partir da morte dela tudo que Paulo Honório construiu simplesmente começa a deteriorar.


BIBLIOGRAFIA


FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala. São Paulo: Círculo do livro, s/d.
LOURO, Guacira Lopes. Mulheres na sala de aula. In: DEL PRIORE, Mary (Org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 1997, 2. ed.
MACEDO, José Rivair. A mulher na idade média. São Paulo: Contexto, 1990.
RAMOS, Graciliano. S. Bernardo. Rio, São Paulo: Record, 1975, 24. ed.
REIS, Roberto. A permanência do círculo: hierarquia no romance brasileiro. Niterói: EDUFF, 1987.
SANT’ANNA, Affonso Romano de. O canibalismo amoroso: o desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia. São Paulo: Círculo do livro, s/d.
STEPAN, Nancy Leys. Raça e gênero: o papel da analogia na ciência. In: HOLLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). Tendências e impasses. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.
XAVIER, Elódia. Declínio do patriarcado: a família no imaginário feminino. Rio de Janeiro: Record/ Rosa dos Ventos, 1998.


sábado, 28 de julho de 2012

A MULHER NEGRA NA SOCIEDADE BONJESUENSE: UMA VISÃO HISTÓRICA NACIONAL NUM CONTRASTE ATUAL. PARTE 1




           Nesse texto procuro abordar, a condição da mulher negra bonjesuense na qual não está distante o racismo praticado em território nacional, e que a territorialidade não pode se fundar e ser usada como fator decisivo de divisão federada, numa falsa afirmação de culturas de modos de vida diferentes. Nesse primeiro momento, busco relativizar a cultura local colaboradora do aspecto condicionante de subserviência da mulher negra no que diz respeito a sua radicalidade e a não busca de sua ancestralidade. Visto que o Brasil fora forjado num sistema paternalista, clientelista, coronelista de viés rural,  essa abordagem não pode ser considerada desnecessária e nem inquietante.


            O que dizer dessa obra racista que inicia o período de vigência do racismo velado brasileiro, com o mito da “democracia racial”? em momento algum, Gilberto Freire se furta em fazer referência a mulher negra como simples objeto de desejo sexual, que alimenta sonhos dos senhores civilizados ditos de bem, que casaram-se com suas senhoras puras, castas, brancas de família, e como machos vis e bárbaros da civilização branca européia, necessitavam descarregar as suas frustrações sexuais que tinham com suas madames suas junções carnais, nas negras ou mulatas que “trepavam”, segundo Gilberto Freire, elogios por ele a parte, como éguas enfurecidas e cheia de gozo.

“Da mulata que nos tirou o primeiro bicho-de-pé de uma coceira tão boa. Da que nos iniciou no amor físico e nos transmitiu, ao ranger da cama-de-vento, a primeira sensação completa de homem. Já houve quem insinuasse a possibilidade de se desenvolver das relações intimas da criança branca com a ama-de-leite negra muito do pendor sexual que se nota pelas mulheres de cor no filho-família dos países escravocratas. A importância psíquica do ato de mamar, dos seus efeitos sobre a criança, é na verdade considerada enorme pelos psicólogos modernos, e talvez tenha alguma razão Calhoum para supor esses efeitos de grande significação no caso de brancos criados por amas negras p. 368. “

            Por causa dessa desnecessária e podre obra de conhecimento de toda a cultura africana, criou-se o imaginário que a mulher negra é quente, a mulata da roda de samba, do pagode, a passista do carnaval, surge aí o tipo mulata exportação.  A figura sexista da mulher negra passa a vigorar, e perdura até hoje, onde não se é raro os assuntos machistas, clareados claros, que dizem “eu nunca transei com uma negra, dizem que elas são quentes”, “não tem coisa melhor do que as negras,são calientes”. Coisa? Como dizia Marx, até as mulheres negras se tornaram “coisa”, foram “coisificadas”. É de se destacar que, a maioria desses comentários, surgem de homens que possuem um relacionamento estável, o ideal e puro para a sociedade com mulheres “claras”. Fica provado, o quanto a mulher negra é restringida somente a satisfação de seus senhores para a conjunção carnal, e para as suas senhoras como serviçais a moda das senzalas.
            Essa relação cordial, criada por Gilberto Freire, fez nascer um sistema de segregação forçado sem opção de escolha. A mulher negra em seu subconsciente absorve essa condição de objeto sexual e o enxerga como uma forma de fugir de seu carma, sua maldição, que é de ser negra. Passa a renegar, a esquecer as suas origens, a sua ancestralidade passa a almejar a vida “branca”, que ser negra é um pecado gravíssimo, como está escrito em um livro de batismo da paróquia do Senhor Bom Jesus na cidade de Bom Jesus do Itabapoana – RJ: “Solenemente batizei a inocente fulana, filha da escrava cicrana, pertencente ao senhor João....”. 
            A mulher negra, nessa relação condicional de submissão imposta pela cultura branca, conferiu-se a ela a princípio, uma baixa auto-estima frutos de séculos e décadas de repressão e marginalização. Assistiu durante essas décadas e ainda continua assistindo, de seus afazeres domésticos os homens negros sendo cúmplices de seu opressor nessa política sistemática de clareamento, onde o homem negro se rebaixa a condição servil de objeto e faz de sua esposa e mãe de seus filhos a mulher branca, mais clara, morena. Não é raro em Bom Jesus – RJ, escutarem homens negros chamando as mulheres negras de imundas, porcas, “casar com mulher preta cruz credo de preto já basta eu”.  Não se precisa ir longe, na mídia exemplos perfeitos e que confirmam o que falo: OS PAGODEIROS, SAMBISTAS, JOGADORES DE FUTEBOL. Quando estão no início de carreira passando perrengues, estão lá com suas neguinhas, suas fiéis, que até carregam caixas de som e torcem para suas realizações e sucessos. Mais quando atingem o estrelato, a primeira coisa que fazem é esquecer a fiel neguinha e partem para as loiras, morenas, brancas, modelos, atrizes etc. o homem negro brasileiro em sua grande maioria, não valoriza e menospreza a mulher negra.
            Como diz Maria Consuelo da Cunha Campos – UERJ/PEN CLUBE BRASIL:

“A representação hegemônica da mulher negra na literatura brasileira, ao longo da história,  resultou, como sabemos,  de construções de escritores brancos: integrou uma tripartição de funções socialmente atribuídas a mulheres brancas, mulatas e negras, elaborada pelo imaginário masculino eurodescendente. Centrada nos interesses do projeto de hegemonia deste segmento, via patriarcalismo, não apenas nas relações entre os gêneros, mas também nas econômicas, de dependência da mulher ao homem, e políticas, de marginalização dela da esfera pública e, sobretudo, do poder. Pág 1”

“Em contrapartida, estereótipos literários como os da donzela casadoura branca, da mulata sensual e fogosa, da negra abnegada, submissa, máquina de trabalhar, corresponderam, respectivamente, à procriação, à questão patrimonial, familiar e sucessória e à exploração da mão-de-obra, numa sociedade patriarcal, sexista e racista e na qual a literatura freqüentemente reforçou os lugares sociais assinalados ao gênero feminino e às chamadas raças. Pág. 2”

            Bem para os bonjesuenses ausentes e presentes que me auto-intitulam de radical, fico muito lisonjeado pois radical significa raiz e eu tenho, fica a dica de que não invento nada, não tiro absolutamente nada de fantasioso da minha cabeça, tudo é uma construção histórica.
            Bem o que os ditos civilizados não sabem e não valorizam, é que existem mulheres pretas, Candances, que são supremas e são verdadeiro orgulho para todo o povo preto brasileiro. Estão nos tribunais, comandando empresas, empresárias etc. que diferentemente, fazem a diferença e honram a sua ancestralidade, pois elas também são RADICAIS.

REFERÊNCIAS:
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. 51ª edição revista. 2009. Global Editora.

CAMPOS, Maria Consuelo Cunha. A Representação da Mulher Negra na Literatura Brasileira. UERJ/PEN CLUBE BRASIL:

sexta-feira, 27 de julho de 2012

POR MAIS QUE SEJA ÁRDUA....

   
    Por mais que seja árdua a batalha, não irei fraquejar, farei dela fidedigna e trilharei com honra o meu caminho. Muitos tentam me desanimar, muitas são as sensações de fracasso e desânimo, mas a cada segundo que passa penso o quanto teria sido diferente se eu tivesse a agarrado com unhas e dentes. Por mais que pareça está longe, eu a sinto tão perto, tão junto a mim e essa sensação me acalenta, me dar forças para continuar sem me importar com o que digam.
    Louco eu sou só mais um, otário não. Não sou otário por sonhar, sou feliz por ter um sonho mesmo que seja sinônimo de impossibilidade, mas é o meu sonho preto, meu objetivo por mais que pareça inatingível mas pra mim não é impossível.
    Vender-me? Não compartilho dessas infamidades, sou guerreiro descendente de Zumbi, João Cândido, Osvaldão... sou do gueto, do terreiro, do morro, periferia derrota não faz parte do meu vocabulário e se um dia desistir, foi porque esgotei todas as minhas possibilidades e recursos. Enquanto isso, cresçam o olho e torçam para eu cair, que quanto mais, eu levanto. Porque eu sou NÓS POR NÓS.

Rapper Silles

quinta-feira, 26 de julho de 2012

RÁDIO Nação Rap DeRua

     Para todos da cultura de rua, rap e hip hop, mais uma opção para nós curtirmos e estarmos sempre sintonizados. Chegou agora nas ondas web a rádio Nação Rap DeRua. Uma rádio completa, tocando o melhor do rap nacional e internacional, representando verdadeiramente a rua. Clique no link abaixo, sintonize, peça o seu som e curta no maior lazer a Nação Rap DeRua. É desse jeito.



segunda-feira, 23 de julho de 2012

MIXTAPE NA HUMILDE, NOROESTE-FLUMINENSE E OS ALIADOS

   Salve, salve demorô mas saiu, a MIXTAPE NA HUMILDE, NOROESTE-FLUMINENSE E OS ALIADOS. A MIX tá super da hora contando com a participação de rapper´s só fechamento que manda, segue a lista: MARCELO SILLES, CAUTELA RAP, BLAHKA TAO, FUNKERO, FELIPE ALEM, TARJA PRETA, MADIMBU, DANIEL SI, VANONE RAPMAN, BIGGIE ÊNI E DIZZY, MC MARECHAL, JOMENIX, FERNANDO PAULO, GENERIC, FELIPE FLOW, SATIVAMENTE, FÁBIO EMECE, VALENTIM V8 E MAYKÃO MARQUES. Clique no link abaixo ouça e baixe a mixtape. Pode confiar, é puro luxo.








sábado, 7 de julho de 2012

BLAHKA TAO

 O rapper carioca, esteve no espaço Enraizados em Nova Iguaçu, onde mandou sua rima NÓS VERDADEIROS com grande estilo. O rapper gravou a sua participação no espaço Enraizados e disponibilizou o vídeo que está na internet. Clica e confira o som. É puro luxo.

Rapper Silles




segunda-feira, 2 de julho de 2012

CAUTELLA RAP

 Cautella Rap. Ex-grupo de Santo Antônio de Pádua, interior do Rio de Janeiro, região noroeste-fluminense. Era composto por Valentim V8, Maykão e Pimenta. O grupo gravou esse único single, a qual considero a rima de Valentim V8 uma obra prima. O grupo também chegou a gravar um excelente single CAUTELOSOS E FURIOSOS para uma coletânea chamada Conluio, mas que infelizmente não veio a cena. Posto aqui, e está disponível para download, esse maravilhoso single intitulado PROJETO SOLITÁRIO. Rima perfeita, que se encaixou muito bem no instrumental Song Cry do grande rapper Jay-Z com a participação da grande diva Mary J. Blige. Acessem o Link, curtam e baixem o som. Recomendo, é puro luxo.



Rapper Silles

segunda-feira, 25 de junho de 2012

SATIVA´MENTE


 O rapper campista lança mais dois singles. PUBLICITÁRIO DE RUA e um single a qual ele participa RADICALIZAM DEMAIS do rapper campista Grande MC. O seu estilo de rima é de encontro a rua, levada é forte e bombástica, deixando claro que qualquer terreno e enredo para o rapper não é obstáculo, pois obstáculos são para serem ultrapassados. Integrante do Rima Cabrunco, Sativa´Mente, deixa mais uma vez o seu recado nesses dois singles a qual recomendo. Cliquem nos link´s abaixo ouçam e baixem. É puro luxo.


Rapper Silles



quarta-feira, 20 de junho de 2012

FERNANDO PAULO

 O rapper angolano Fernando Paulo, lança um novo single intitulado PALANCAS VELHAS participação de Nzinga Santos. O single é um protesto contra os maus resultados apresentados pela Seleção Angolana nesses últimos anos. Rima da hora, aconselho que escutem. Aproveitem também para baixar o single no link abaixo. É puro luxo.

Rapper Silles


O IGNORANTE, SÓ SABE FAZER DIMINUIR. O SÁBIO SOMA, MULTIPLICA.

 Há muito tempo, estamos tentando realizar um evento de cultura de rua em um município da região noroeste-fluminense do estado do Rio de Janeiro. Infelizmente por questões burocráticas, interesses, diminuição de valores, ridicularização, desvalorização de artistas regionais o evento não acontece. Quando partirmos para o ideário despolitizado, des-social, vem o ataque de modinhas, capitalistas e demais associações que partem de pessoas que não conhecem o histórico de luta, correria dos atores que incorporam em sua vida a Cultura de Rua, a Cultura Urbana. Chega até ser ridículo, indivíduos que apenas entendem de bola, futebol querendo palpitar a respeito de como realizar um evento de rap/hip hop sem ao menos saber o que é. Olham de cima em baixo, aplicando um raio-x e diagnosticando que "fulano não é conhecido" então não merece apoio e nem destaque. Batem no peito e dizem que apoiam a cultura local, mas só se o indivíduo puxar muito o saco. Em verdade vos-digo, em tempos de alienação e corrupção mental, nos prestamos a ter que engolir qualquer programação degradativa pois de graça até injeção na testa. Ou faça como NÓS POR NÓS, exclua-se voluntariamente ou forçadamente, seja diferente mais autêntico.

Rapper Silles



sábado, 26 de maio de 2012

RAPPER SILLES


2012, em breve ainda esse ano novidades. Lançamento da ep "PRA ELAS E POR ELAS", do documentário "INTERIOR NA RIMA" e a mixtape "NOROESTE-FLUMINENSE E OS ALIADOS". A correria não para, e junto com ela agora a criação de uma banca intitulada PROJETO SUMEMO. Muito coisa vem por aí então aguardem... Enquanto isso, clique no link abaixo e confiram um dos singles de Silles FIM DE SEMANA, um dos mais pedidos e acessados.

Rapper Silles


quarta-feira, 23 de maio de 2012

JOMENIX

O rapper angolano, sempre a cena trazendo agora um som novo, que é puro luxo BOM SOM. Recomendo que cliquem no link abaixo e confira e façam download das cenas e do single BOM SOM. Essa é a cena.

Rapper Silles




FAÇAM DOWNLOAD DO SINGLE DE JOMENIX ALGUMAS EXPRESSÕES DE UM M.C. CLIQUE AQUI


sábado, 5 de maio de 2012

BLACK SOUL FREVO


Estilo:Brasileira
Influencias:Gonzaguinha, Tim Maia, Gonzagão, Roberto Mendes, Jorge Ben.

Formado por jovens estudantes de música da UNIRIO, o grupo BlackSoulFrevo se propõe a unir dois ritmos dançantes, a primeira vista distintos, em shows de muita energia e ritmo. Mesclando a música nordestina e a música negra, o BlackSoulFrevo usa de arranjos instigantes e se ancora na potente voz de sua cantora Luciane Dom para transformar o palco num grande baile. É com esse espírito de pegada e renovação é que o BlackSoulFrevo adentra nos seus palcos. Clique no link abaixo faça um tour e confira o trabalho dessa grande banda. Puro luxo.

Contatos:blacksoulfrevo@gmail.com
Rio de Janeiro - RJ Brasil
98748-940




FONTE:http://www.oinovosom.com.br/blacksoulfrevo

sexta-feira, 4 de maio de 2012

GENERIC

  O parceiro Generic, de Moçambique, lança mais um single intitulado "FRUSTRAÇÃO". Beat loko, com uma produção que é da hora, o single traz a sua visão sobre o cotidiano ao seu redor. Com uma letra que prende a atenção, uma levada bem rua, Generic está mostrando para que veio. Clique no link do vídeo abaixo, confiram o som e logo depois façam seu download. Essa é a cena.

Rapper Silles


E a correria não para


  E a correria não para. Fazendo um tour pela rede, encontrei esse site onde meus trampos estão sendo divulgados. Mais uma vez senti uma enorme satisfação, uma alegria eufórica em ver que nada está sendo em vão, e o retorno está sendo gratificante pela admiração externa a mim dada É desse jeito, essa é a cena. Clique no link abaixo e confira.
Rapper Silles


terça-feira, 17 de abril de 2012

TUPAC AMARU SHAKUR

Tupac eternamente. Passado, presente e futuro. O nosso rei eternizado em holograma para o nosso delírio. Salve o Grande Tupac, o hip hop agradece a tecnologia.

Rapper Silles

domingo, 15 de abril de 2012

TRIBUTO GARCIA GAM

Um salve ao grande garcia Gam, nos deixou para rimar, cantar no céu. Um tributo ao grande nome do hip hop capixaba.

Rapper Silles

sábado, 14 de abril de 2012

RAPPER SILLES

Salve, salve geral apresento a vocês a versão estendida de DONA EM AÇÃO, remixada pelo meu parceiro o grande DJ BETINHO. Espero que curtem e gostem, valeu? É só clicar no link abaixo e conferir. Tamo junto

Rapper Silles


quarta-feira, 4 de abril de 2012

MANO GLAUCIO

Mano Gláucio lança o single “O terror que assola o gueto”

 Mano Gláucio é um do pioneiros do rap da Região dos Lagos. 10 anos a serviço da cultura Hip Hop. Lançou um trabalho em 2008 chamado “Aterrorizando o Sistema”com 4 músicas, tendo boa aceitação junto ao público. Segundo suas palavras: “Isso para mim faz parte dessa cultura de rua, reinvindicar”.
 Como ele diz em suas apresentações: “Fazer barulho é fácil, quero ver é estrondar”. E como a proposta de estrondar que ele lança o primeiro single do seu aguardado disco, ainda sem nome.
 Mano Gláucio é um rapper que se destaca pela análise profunda do    cotidiano e suas relações, que bem longe de um conto de fadas, são impulsos para o embate e a transformação. Da dor pode nascer o amor e do terror pode surgir a revolução. E essa revolução, segundo Mano Gláucio, está no gueto. Seu local de origem e que através do rap, ele considera que pode modificar o cenário.

Ouçam o single, pois “Esse é o terror!”

FONTE:http://faixadegazah.blogspot.com.br/2012/03/mano-glaucio-lanca-o-single-o-terror.html