O reconhecimento das diferenças de classe social não era divisão suficiente; as mulheres brancas queriam que seu status racial fosse afirmado. Criaram estratégias manifestas e ocultas para reforçar a diferença racial e afirma sua posição de superioridade. Isso acontecia especialmente nos lares onde mulheres brancas permaneciam em casa o dia inteiro enquanto as negras trabalhavam... No decorrer da história, o esforço das mulheres brancas para manter a dominação racial esteve diretamente ligado à política de heterossexismo dentro de um patriarcado da supremacia branca…" (Bell Hooks em Ensinado a transgredir, página 130)
A mulher branca era maior praticante de tortura contra a mulher preta no Brasil. Mutilações, como arrancar os mamilos, perfurar os olhos, arrancar dentes, queimar com ferro quente, extrações de seios e olhos, amputações de membros, desfigurações de face e as sinhás prostituiam as pretas, nessa conjuntura toda não vemos como a ideologia do algoz pode ser sufrágio para a vítima.
Em toda a AmériKKKa, tanto mulheres negras, quanto mulheres indígenas, viram a profunda inimizade da mulher branca.
Se a mulher escravizada fosse considerada “bonita", ela seria comprada pelo dono da plantação e receberia um tratamento diferenciado (mesmo com todas as violações possíveis) na casa, e muitas vezes submetidas a crueldade horrível da esposa do senhor, que, ao invés de se voltar contra seu marido, essa se voltava a praticar crueldades contra a mulher (negra) escravizada, isso incluindo, até mesmo, a decapitação de uma criança, porque ela teria sido produto do caso entre uma escravizada e seu “senhor".
Mas porque elas não estavam falando de “liberdade” (de todas as mulheres, como elas hoje gostam de falar) e de “sororidade” na época em que ajudavam a dizimar as indígenas? Na época em que escravizavam e mutilavam mulheres negras?
Mais: as mulheres brancas sempre foram vistas como nada mais que depósito de esperma com a finalidade reprodutora pelos homens brancos, isso por pelo menos 100.000 anos, do período da era glacial que castigou o norte europeu, até praticamente menos de três séculos atrás. A luz para as mulheres brancas foi a subjugação de outros povos (povos inteiros, incluindo suas mulheres e crianças). 100.000 anos sob o julgo agressivo dos homens brancos tornou as mulheres brancas no que passaram a chamar de “sexo frágil” (e é apenas sobre elas, e não nenhuma outra mulher de outra etnia que se fala quando se invoca essa expressão). Uma sociedade patriarcal é uma disfunção da natureza humana, ela vai contra tudo aquilo que é natural, sadio. No matriarcado, a sociedade age exatamente oposta ao patriarcalismo, como nos aponta Diop: "Os arianos desenvolveram um sistema patriarcal caracterizado pela supressão das mulheres a pela propensão à guerra. Também associado a suas sociedades são as religiões materialistas, o pecado e a culpa, xenofobia, a tragédia dramática, as cidades-estados, individualismo e o pessimismo. Os povos do Sul do hemisfério, por outro lado, são matriarcais. As mulheres são livres e os povos pacíficos; há uma aproximação dionisíaca com a vida, um idealismo religioso, e nenhuma concepção de pecado. Com uma sociedade matriarcal vem a xenofilia, os contos de forma literária, o estado territorial, coletivismo social e otimismo.", Cheikh Anta Diop, "As Origens Africanas da Civilização: Mito ou Realidade.”
O homem branco evoluiu odiando as mulheres, criaram um sistema falocêntrico, e totalmente baseado na masculinidade. Contrário a isso, em muitos outros locais onde o desenvolvimento natural é saudável, a Mulher é reverenciada em seu papel como a mãe, quem é a portadora da vida, a condutora para a regeneração espiritual dos antepassados, a portadora da cultura, e o centro da organização social. Tanto a mulher e o homem trabalham juntos em todas as áreas de organização social:
“Quando visto como uma entidade espiritual, valores matriarcais são um componente importante na relação entre estrutura social e o mundo espiritual. A investigação de Stone (1976) na desvalorização das mulheres na sociedade ocidental centra-se na religião como um instrumento de opressão. Ela buscou descobrir como e por que a antiga adoração da, ou melhor, reverência à deusa do sexo feminino e divindades eram subjugadas, ou mesmo destruídas e substituídas pela adoração a Deus como um homem. […] Stone (1976) vê a conquista indo-européia do Oriente Médio, particularmente da antiga Palestina, como a do patriarcado sobre o matriarcado ou o processo de dominação masculina sobre o poder feminino. Com referência à história bíblica judaico-cristã da criação, Stone observa como a depreciação da mulher é mitificado através da estória de Eva, a mãe da criação. Eva é responsável pela queda da humanidade a partir da graça de Deus e do Jardim do Éden. É ela quem trabalha contra Deus e tenta o homem, Adão, a comer do fruto proibido. Desta forma, a humanidade nasce no pecado perpétuo. De acordo com Stone, esta estória é uma parte integrante do sistema de crença europeia contemporâneo. Tal como acontece com o Cristianismo, o Islamismo, na tentativa de destruir a reverência à deusa, viu este sistema espiritual como pagão. Ela cita o Corão: “‘Allah não irá tolerar a idolatria.... Os pagãos rezam para mulheres’” (p. xviii). A esta luz, a dominação das mulheres pelos homens pode ser vista como moralmente essencial.” Dra. Nah Dove, Universidade Temple.
Entender a história evolutiva de cada sociedade, é crucial pra entender o porque dessas ditas sociedades estarem como estão hoje. Entender os papéis de homens e mulheres em cada sociedade, é crucial pra entender como e porque estão como estão hoje.
Fonte: https://www.facebook.com/1507067619542921/photos/a.1524776257772057.1073741829.1507067619542921/1621970144719334/?type=3
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