Por Badou Koffi em AFRICRY (Arquivos)
A África sofre pela covardia, incompetência, e
do desprezo dos seus filhos. Em todos os cantos do mundo, intelectuais
africanos se destacam nas mais diversas áreas de conhecimento. No Brasil
exemplos não faltam. Porém este continente extremamente rico, onde recursos
minerais e naturais rimam com abundância, com terras férteis para a agricultura
e a criação, onde há mão de obra em excesso, a miséria, a fome, doenças e principalmente
guerras caminham lado a lado para desenhar o quadro sombrio que se recusam a
mudar miliares de intelectuais enfeudados ao imperialismo americano e europeu,
principalmente francês e inglês e ao oportunismo que oferece o no man´s land
para os escravagistas do século XXI.
Os intelectuais africanos são os próprios
devoradores de almas das populações inocentes que vivem com a falta da
esperança no Congo “Democrático”, na República Centro-africana, na Costa do
Marfim, no Mali, na Líbia e nos outros países do pobre continente, onde há
conflitos latentes. A África é sempre valorizada, quando a sua imagem permite
que aquele que a use se torne conhecido ou enriquece com ela. E justificamos os
males do continente procurando razões que desculpam e tiram a responsabilidade
dos próprios africanos.
É de notório conhecimento que a França continua
explorando os países africanos que colonizou, com a presença do seu exército do
além-mar nas suas ex-colônias, e mantém um forte poder sobre a economia desses
países através do Franco das Comunidades Francesas da África (FCFA), moeda
comum aos países africanos de língua francesa no continente, cuja política e
funcionamento são diretamente regulados pelo Banco Central Francês. No caso a
moeda dos países africanos continua ad infinitum propriedade da França.
Alguém falou em independências?
Há mais de 50 anos países africanos comemoram a
independência, sem ter Estados livres de fato, pois isso sugere que exercitem
sua soberania sobre políticas internas, seu exército, suas cultura e tradição
e, sobretudo, a capacidade de possuir uma moeda própria. A liberdade se
conquista e vários exemplos no mundo demonstraram que nenhum povo pode ser
dominado se ele desejar a sua independência e liberdade. A Indochina (o atual
Vietnam) derrotou americanos e Franceses apenas com camponeses conscientes do
preço da liberdade. Sul-africanos praticaram a desobediência civil e lutaram
até derrubar o apartheid, para citar apenas estes. O resto da África continua
numa letargia e uma dependência para com as grandes potências que deixa
perplexo qualquer observador atento a tudo o que acontece no continente. Os
únicos responsáveis são os intelectuais africanos.
Afinal James Watson tinha razão
Criticamos o James Watson quando declarou que:
"as políticas sociais na África fracassam porque não levam em conta que os
negros são menos inteligentes que os brancos". Não quero discutir aqui a
questão das políticas sociais que fracassariam na África, mas sim apenas o
trecho em que afirma que o negro (africano) é menos inteligente do que o
branco. Sim o brilhante prêmio nobel não é preconceituoso e nem racista, apenas
diz uma verdade, somos menos inteligentes, pois incapazes de abraçar a
liberdade que nos estende o braço, preferimos sempre “baixar as calças” como
diz o presidente Lula, quando estamos diante dos europeus e americanos. O
continente vem sendo explorado há mais de 500 anos. E em pleno século 21
assistimos covardemente e felizes a destruições e mortes de inocentes
provocadas pelas bombas francesas na Líbia, na Costa do Marfim, no Mali.
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