Discussão acerca da
palestra apresentada na IX Conferência sobre o tema: avançando na consolidação
do SUAS com a valorização dos trabalhadores e a qualificação da gestão, dos
serviços, programas, projetos e benefícios.
Observei
no seminário a atenção dos organizadores e alguns participantes de rapidamente
partirem para a eleição de delegados. Pensei comigo e sobre a palestra a
atuação do profissional do Serviço Social e a estruturação e formação das
equipes que está estabelecido pelo SUAS na NOB-RH?
No que tange a discussão a cerca do
tema do respectivo seminário ficou a desejar a fala da nossa palestrante que
fez nada mais e nada menos um rodeio discursivo uma embromação para
simplesmente cumprir o seu papel e o seu horário e todos nós partirmos para o
almoço. Mais uma vez, um debate que poderia se enriquecedor sobre a atuação
política do Assistente Social e sua importância no cenário político nas
questões sociais que visam uma mobilização do indivíduo na garantia dos seus
direitos, foi por água a baixo. O projeto ético-político e intelectual do
profissional, não garante por si só competência na atuação se esse mesmo não
tiver o gingado de lidar com a gestão que está no quadro institucional no
momento. Pode assim dizer como afirma Silvestre (2011)
...
para termos clareza que como qualquer projeto ético-político, aquele se
constrói em torno dos sujeitos presentes no escopo profissional do Serviço
Social, também é permeado por divergências e disputas, ou seja, esta direção
intelectual e ética não garante por si só uma prática política em uma
perspectiva contestadora. (SILVESTRE, Ricardo. A formação profissional crítica em Serviço Social inserida na ordem
capital monopolista. Revista Serviço Social e Sociedade, nº 103, ano 2011.
p. 405-432)
O profissional num ambiente sem
espírito de equipe e sem condições estruturais para exercer com dignidade a sua
profissão, não colocará em prática o seu aprendizado acadêmico, visto que a
prática é totalmente uma versão avessa do cenário acadêmico. Constatei muitas
das vezes em que visitei outras instituições como Caps, Posto de Saúde e a
própria Secretaria de Assistência Social, que há uma disputa interna por
conquistas de prestígios políticos e não um compromisso com o
projeto-ético-político que rege a profissão e ferindo algumas finalidades do
Assistente Social como cita Fraga (2011)
A
finalidade do trabalho do assistente social está voltada para a intervenção nas
diferentes manifestações da questão social com vistas a contribuir com a
redução das desigualdades e injustiças sociais, como também fortalecer os
processos de resistência dos sujeitos (materializados em organizações sociais,
movimentos sociais, conselhos de direitos...), na perspectiva da
democratização, autonomia dos sujeitos e do seu acesso aos direitos. (FRAGA,
Cristina Kologeski. A atitude
investigativa no trabalho do assistente social. Revista Serviço Social e
Sociedade, nº 103, ano 2011. p. 40-64)
Por fim à nossa palestrante ficou a
famosa pergunta em que Santos(2003) deixa para ser respondida: Serviço Social: Afinal do que se trata?
Muitas assistentes sociais que estavam presente ao evento saíram sem saber o
que se trata, digo de profissionais até com mais de dez anos de exercício da
profissão. Nós que esperávamos algo de
novo, ficamos meio que decepcionados. Mas deixamos duas perguntas simples que
causaram um grande mal-estar a quem se sentiu doído e perturbado e até hoje não
obtive respostas e com certeza não terei. O SUAS foi somente apresentado e não
problematizado, era mais fácil que nos entregássemos uma cartilha nos
explicando o seu funcionamento. Faltou o que diz Raichelis(2011)
... refletir
sobre os espaços sócio-ocupacionais do serviço social implica considerá-los
como expressões das dimensões contraditórias do fazer profissional, nos quais
se condesam e se confrontam concepções, valores, intencionalidades, propostas
de sujeitos individuais e coletivos, articulados em torno de distintos projetos
em disputa no espaço institucional onde se implementam políticas públicas.
...
interessar-nos analisar o trabalho do assistente social no âmbito do Sistema
Único de Assistência Social (SUAS), pela oportunidade de problematizar um
processo que está em curso em todo o país, e que pela velocidade e complexidade
apresenta desafios as profissões envolvidas que precisam ser acompanhados e
desvendados criticamente. (RAICHELIS, Raquel. Intervenção profissional do assistente social. Revista Serviço
Social e Sociedade, nº 103, ano 2011. p. 750-772)
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