É pixain, é bom. Natural, fenomenal,
sem igual. É o meu cabelo crespo que quando cresce, se amontoa nasce uma coroa
vira Black, Black Power, 4P. Sem desmerecer o seu liso, até que é bunitinho, engraçadinho
bem sedoso, mas não chega ao ponto de ser maravilhoso igual ao meu Black Power,
ao meu pixain. Orgulho? De monte tenho sim, por mais que os plin, plin tentem
transformá-lo em objeto comercializável, a sua história remonta a pré-história
da África. Portanto está nos livros, nos contos, na cultura nunca um cabelo foi
tão exaltado como o meu, dos meus irmãos pixain, natural, fenomenal, sem igual
e 4P.
Preto seja louvado, sinto-me agraciado
pela natureza que me presenteou com rara tamanha beleza, e ao meu Deus todo
poderoso que fez nascer em África o início de tudo, o mundo. Em África as
mulheres pretas as mais belas, belas não, verdadeiras Deusas, Deusas de Ébano, indiscreto
sou elogios as pretas sempre faço não meço palavras, nem letras, nem parágrafos
são rainhas, autênticas Candaces. A humanidade em África surgiu e pelo mundo se
multiplicou, transformaram-se de onde derivaram-se.
E o crespo, como é rei, é rainha mesmo
longe de seu habitat, onde habitou adequou-se para melhor viver e sobreviver. Volumoso,
charmoso, sexy, belo mais belo mesmo não é “o belo” sinônimo de feio não, é
BELO como sempre há de ser. Gerações e mais gerações hão de exaltá-lo, pois
muitos sempre criticarão e perguntarão “porque você não alisa esse cabelo?”, os
incomodados há os incomodados que nunca hão de entender o esplendor de tamanha
beleza e representatividade cultural e identidade. E meu crespo pixain,
natural, fenomenal, sem igual, Black Power, 4P está aí mesmo para incomodar,
pois tudo que incomoda é lindo, maravilhoso. Portanto, dêem licença para o meu
rei Crespo, curvem-se diante de tamanha beleza e realeza. Curvem-se para o
crespo, pixain, natural, fenomenal, sem igual, Black Power, 4P.
Texto:
Rapper Marcelo Silles
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